quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Miopia Política

Os políticos portugueses andam todos distraídos ou sofrem de miopia política que os impede de ver (e entender) o que se está a passar em África, já com extensão à Grécia, ou seja, aos países do sul da Europa, que vivem uma profunda crise social e económica?

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

O sol regressou a Lisboa

O sol regressou a Lisboa e faz-nos esquecer que estamos, por culpa nossa, nas mãos de uma classe dirigente sem qualidade.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Quem não compreende o tempo actual, pode pensar num projecto de futuro para Portugal?

Ângelo Correia, hoje, na TSF, persistiu na sua posição de admitir que nada faria prever o que está a acontecer na Líbia e no resto do Mundo Árabe, o que é um erro de análise grave para um pseudo especialista em questões de África e do Médio Oriente.
Esta aparente "teimosia" comprova que Ângelo Correia, além de ser um homem ultrapassado pelo tempo, não entende o tempo actual.
Daqui advém uma questão, como é que uma pessoa com esta incapacidade pode ser o mentor de uma mudança em Portugal?

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

O PSD, as eleições para a Concelhia de Lisboa, o lado lunar, a credibilidade e o Paleolítico.

O PSD profundo, aquele que o povo eleitor português desconhece, vai a votos na Concelhia de Lisboa. Este simples acto, interno, que poderia parecer irrelevante, torna-se simbólico da realidade do PSD e dá-nos um sinal do que será o futuro.
De acordo com as notícias, estão na corrida dois candidatos: um candidato fora do “sistema” e um candidato do “sistema”.
Até aqui tudo “normal”, uma vez que, enquanto não se regenerar a política, as escolhas dos candidatos internos dos partidos estarão, sempre, condicionadas, pela inscrição de militantes fantasmas – alguns dos quais que nem sabem o que é o partido ou que nunca aparecem, a não ser para votar no candidato que lhes paga as quotas e que os favoreceu em qualquer coisa - e nas “negociatas” para o preenchimento de potenciais lugares como deputados, vereadores ou membros da administração de empresas públicas.
No caso concreto das eleições para a Concelhia de Lisboa do PSD, um dos candidatos, ou melhor, o candidato do “sistema” é um conhecido carreirista que, ao longo da sua vida partidária, tem sido hábil em reunir todos os pressupostos acima enunciados para se manter no poder ou colaborar para que outros o alcancem e ele beneficie, directa ou indirectamente, dessas vitórias.
Com isto chegou a vereador da Câmara de Lisboa, quase que chegou a deputado e tem “saltitado” entre candidatos à Distrital e à direcção do partido, com a velocidade de um meteorito e com a convicção de um inimputável.
É esta “figura lunar” que quer dirigir a Concelhia de Lisboa, com o apoio de Paula Teixeira da Cruz – o que lamento pela estima e amizade que lhe tenho – com o apoio de Nogueira Leite – onde está a frontalidade, a transparência e a verticalidade de um dos potenciais ministros de um hipotético governo do PSD? - e com o apoio de Vasco Rato – que eu pensava que fosse um homem inteligente.
O mais grave de tudo é que, porque as facturas pagam-se e ele sempre as apresentou, terá ao seu lado a direcção do partido, direcção esta que se quer assumir como alternativa ao governo socialista e que pretende ser levada a sério pelos portugueses, pelos empresários e pela comunidade internacional.
Mas como é que a direcção do PSD pode dizer que é credível, que tem ideias, que tem projectos e que pensa Portugal ou que tem uma ideia de Estado para Portugal, e apoiar, simultaneamente, um individuo daqueles para liderar uma das Concelhias mais importantes do País?
Este poderia ser um momento de clarificação, um momento em que a direcção do PSD desse um sinal para o exterior que quer mudar o sistema político, que quer acabar com o carreirismo, com os compadrios, com a incompetência, com o lado mais negro da política.
O silêncio, a omissão, o colaboracionismo com este símbolo de um passado que vai mudar, a bem ou a mal, representa a fraqueza de um líder e a incapacidade de um partido para ser credível.
Ouçam os ventos do Norte de África, ouçam os ventos da mudança no Mundo, entendam que este tempo está prestes a acabar. Ouçam, também, o que disse Marcelo Rebelo de Sousa sobre a vetustez da nossa classe política, que se encontra no período Paleolítico, quando o Mundo já chegou ao Século XXI.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Os "Deolinda" não são parvos.

Os “Deolinda” não são parvos e, como grupo suburbano que são, compreenderam que a situação económica que o País atravessa, o desemprego entre os jovens, principalmente os jovens licenciados, seria um importante trunfo para lançarem uma canção de “protesto”, que lhe renderia muito e que os poderia projectar para outro patamar diferente, ou seja, de um grupo que cantava fado marginal, para um grupo mais “sério”.
No debate que se instalou em Portugal, ampliado pelo FB, importa destacar duas posições: a de Mário Crespo – de uma imbecilidade sem limites ao comparar os “Deolinda” a Zeca Afonso – e a de Pacheco Pereira que desmontou a questão do desemprego dos jovens licenciados, com uma ideia simples: há cursos a mais, faculdades a mais e a grande maioria desses cursos não possui saídas profissionais. A que acresce o facto de o Estado ou as empresas não serem obrigadas a empregar todos os licenciados.
Chegados aqui, importa ir mais longe e isso significa questionar quem autorizou a criação de faculdades, sem qualidade científica, a criação de cursos sem saídas profissionais e quem destruiu o ensino profissional, que era uma das áreas mais importantes para a formação de jovens e uma quase garantia de emprego.
A “revolução do Jasmim”, que está a transformar África e a lançar o caos nos países árabes, vai ser ensaiada em Portugal, com a manifestação de 12 de Março – se ocorrer e não for um fiasco – e com a famosa manifestação de “todos os políticos para a rua” que, em si, é uma manifestação política, porque não existem formas assépticas de gerir uma sociedade.
Portugal atravessa um dos momentos mais complicados dos últimos trinta anos, com dirigentes políticos sem muita credibilidade, mas com jovens licenciados mal preparados e sem capacidade para fazer o que quer que seja, como lembrou Ricardo Costa, e que também não possuem conhecimentos ou ideias para serem alternativa na governação do País.
Esta é uma realidade nua e crua, muitos dos jovens licenciados não deveriam ser licenciados, porque os seus cursos não servem para nada e eles próprios nada sabem fazer.
Quando houver coragem para entender esta questão e discuti-la, abertamente, talvez se ultrapassem alguns dos problemas que temos e que são fundamentais para uma alteração estruturante do nosso País.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

O aumento da miséria no Reino Unido, os liberais e um aviso aos incautos para não irem no canto das sereias, a sul.

No seguimento da subida inesperada das taxas de desemprego e inflação que têm caracterizado o Reino Unido nos últimos meses, observa-se agora o mais alto valor para o Índice de Miséria registado em território britânico nos últimos 17 anos. Na sua origem estão também os cortes orçamentais profundos levados a cabo pelo primeiro-ministro David Cameron.
Esta situação deriva das políticas ultra-liberais e conservadoras do governo demo-lib (que lindo nome!) que ganhou as eleições no Reino Unido.
É verdade que os eleitores britânicos é que escolheram o novo governo, tendo, possivelmente, ido ao engano de cantos de sereia.
Aqui fica o aviso para os incautos que se deixam enredar por cantos de outras sereias, a sul, e dos perigos que por aí podem vir. Com a conivência de alguma comunicação social que aposta, fortemente, ao serviço de interesses económicos, na mudança do regime. Como diz o ditado popular: "atrás de mim virá quem de mim bom fará!"

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Acerto de Contas (artigo pulicado no Primeiro de Janeiro em 4/8/2007)

1.Por inépcia do ex-ministro Bagão Félix, o Estado, que somos todos nós, vai ter de pagar aos ex-directores dos centros distritais do Instituto de Solidariedade e Segurança Social, que foram nomeados por António Guterres, cerca de um milhão de euros.
Esta decisão do Supremo Tribunal Administrativo vem confirmar duas realidades: primeiro, que deveria haver em Portugal uma administração pública independente, capaz, dinâmica, que sobrevivesse às quedas dos Governos, segundo, que os nossos governantes, na ânsia de agradarem à sua clientela política, não querem saber dos interesses do Estado, que somos todos nós.
Ainda não fiz as contas a quanto é que isto me vai custar, mas é um facto que, a somar a este milhão, devem contabilizar-se muitos outros milhões de desperdício que agravam as contas públicas e obrigam a um aumento da carga fiscal.
Sem demagogias, os políticos que se apurasse serem responsáveis por estes actos, deveriam, além de perderem o cargo, caso ainda o exercessem, ser condenados a pagar do bolso deles, numa figura idêntica à da responsabilização financeira, que se aplica a altos funcionários do Estado e aos autarcas, os danos causados ao erário público.
Com esta medida, talvez se acabasse com este “fartar vilanagem” que uma pseudo elite iluminada, que tomou conta dos partidos e que normalmente exerce cargos do poder, se dá ao desplante de praticar, porque sabe que nada lhes acontece.
A este propósito, de elites ou de plebeus, Vasco Pulido Valente, que até é um homem lúcido, continua sem perceber que a luta não é entre a elite e os plebeus, porque neste momento as direcções partidárias estão dominadas pelos plebeus que ascenderam ao poder e que não querem de lá sair. Por elites - que em Portugal quase não existem - só por distracção é que podem ser confundidas.
2.Uma das principais rupturas a fazer em Portugal, passa pela destruição da administração pública do século XIX, mesclada por enxertos salazaristas e comunistas, no período revolucionário de Abril e criar uma estrutura administrativa do Estado para o século XXI.
As alterações, pinceladas de direita, na sua forma mais ultramontana, que o Governo de José Sócrates está a introduzir na administração pública não passam de um paliativo, de uma operação de cosmética para “empatar o burguês”, por falta de coragem política em romper com a estrutura da administração pública, pesada e incompetente, porque as eleições estão aí ao virar da esquina e os socialistas não as querem perder.
Reduzir as carreiras da administração pública a três, constitui o exemplo claro desta reforma encetada por um qualquer manga-de-alpaca, com uma estrita visão de contabilista passadista e que não entende como o Mundo mudou.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Francisco Louça, um político sem futuro e sem passado.

Francisco Louça vai de mal a pior, ou seja, vive num tempo sem futuro e num passado sem passado, porquanto não se lhe reconhece que tenha feito o que quer que fosse por Portugal, pelos portugueses ou mesmo pelos seus "vizinhos".
Acossado, sem futuro, com um "facies" cada vez mais envelhecido, num partido que se quer "novo", com ideias e com projectos que mudem a sociedade, Francisco Louça respira, apenas, ódio a tudo e a todos.
Agora vem com duas mensagens estranhas, uma, a de que a moção de censura do Bloco representa metade da sociedade portuguesa, a outra, é a de que Portugal vive pior do que o Egito.
Compreendo que o Bloco de Esquerda atravessa o seu pior momento desde que se conseguiu impor na vida política. Sinto que o Bloco está a fragmenta-se aos poucos. Estou convicto que, num quadro de confronto entre o PSD e o PS, em próximas eleições legislativas, o grande derrotado será Francisco Louça, caso o voto útil, à esquerda retorne para os socialistas.
O líder do Bloco sente que se aproxima o seu fim político, que perde influência, que já poucos o ouvem ou lhe ligam. E, na sua imensa imodéstia, leva o Bloco para a autofagia. Ide em Paz.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

O SCP, a monarquia mafiosa e o "Albergue Espanhol"

Sérgio Abrantes Mendes, com clarividência, afirmou que um potencial candidato ao SCP foi vítima da monarquia que controla o clube e a SAD.
Eu, que não tenho as responsabilidades do Sérgio Abrantes Mendes, nem sou sócio, sendo um mero adepto, de sempre, tenho o atrevimento de dizer que aquele candidato, como qualquer outro que possa colocar em causa a "cosa nostra" que controla o SCP, será, sempre, impedido de alcançar o poder, por duas ordens de razão: porque a "monarquia mafiosa" tem um medo de morte de uma auditoria que coloque a nu as vigarices que foram feitas ao longo dos últimos anos e porque não quer deixar de ter as benesses do "croquete e das viagens" que o estatuto lhe confere.
Existe um terceiro motivo para que a preocupação dessa "monarquia mafiosa" recaia sobre o controlo dos custos, inviabilizando a constituição de uma grande equipa. Se tal acontecesse e desse causa a um aumento das receitas - directas e indirectas - a banca poderia perder o grande negócio que será a venda da Academia, caso o novo aeroporto se venha a construir por aqueles lados. Sejamos mais claros, com o clube afogado em dívidas, sem uma grande equipa para gerar receitas, quando chegar o momento, os credores irão exigir a venda dos terrenos da Academia para pagar as dívidas.
Para que isto se concretize precisam desta "monarquia mafiosa", que impeça o clube de ter triunfos desportivos e em que todos os que querem ganhar dinheiro à custa do SCP se juntam num autêntico e vergonhoso "Albergue Espanhol".

domingo, 6 de fevereiro de 2011

O reaccionarismo está condenado ao fracasso.

Manuela Ferreira Leite defende que a redução do número de deputados não passa de uma questão lateral para distrair a "populaça". Freitas do Amaral está manifestamente contra a alteração da estrutura administrativa do Estado Novo - leia-se redução do número de municípios e de freguesias. Vasco Pulido Valente defende que é fundamental a alteração da estrutura do Estado Novo.
Entre estas três opiniões, a minha vai, claramente, como já tenho escrito, no sentido de se reduzir o número de deputados e de se rasgar a administração do antigo regime.
Compreendo que mentes conservadoras e reaccionárias se mantenham agarradas a esquemas mentais de outro tempo. Mas, como se vai percebendo, o Mundo muda mais rapidamente do que estas personagens gostariam. E, como também já escrevi, aquilo que se passa no Médio-Oriente, em África e se iniciou na Grécia, um dia destes bate-nos à porta.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Vamos acabar com a estrutura administrativa do Estado Novo?

O fim da estrutura administrativa do Estado Novo está, finalmente, trinta e sete anos após o 25 de Abril, a ser colocada em crise.
A conjuntura económica e o afastamento dos cidadãos da participação cívica, empurraram os políticos para o óbvio: o desmantelamento de uma estrutura autárquica anacrónica, excessiva e muito cara.
Já escrevi, por diversas vezes, sobre este tema, o qual tem de ser complementado com a redução do número de deputados - o ideal seria para 150, sendo 100 eleitos por círculos uninominais e 50 por um círculo nacional - a alteração da lei eleitoral para as autarquias, com eleição de uma lista única para as Câmaras de onde sairia o executivo, que deveria ter entre 3 a 7 vereador, consoante a população, a par de um reforço da Assembleia Municipal, na qual não deveriam participar os Presidentes de Junta e a criação de regiões.
Admito, neste quadro, a criação de regiões, uma vez que se reduziria a estrutura municipal, aliviando custos, pelo que se poderia equacionar a existência de parlamentos regionais por forma a reforçar a descentralização e a racionalização da gestão territorial.
A única realidade que pode obstaculizar esta alteração vem do grupo de pressão dos autarcas do PS e do PSD, bem como do receio do PCP e do CDS de perderem o pouco poder que possuem ao nível autárquico. Mas, a verdade, é que sem esta reforma, o País continuará a afundar-se.