quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Cavaco Silva, Passos Coelho e a Madeira

Cavaco Silva e Passos Coelho ajoelharam, mais uma vez, aos pés de Alberto João Jardim, que não precisava deste sinal para ganhar as eleições.
A coragem política de Passos Coelho quanto a AJJ transformou-se em "cobardia política", lamentável e com uma enorme falta de pudor.
Sempre quero ver o que dirão os "bajuladores"/jornalistas/comentadores que o elogiaram pela sua "coragem", na entrevista à RTP, face a este sinal de medo que revelou no debate de ontem.

sábado, 17 de setembro de 2011

Da intervenção patética de AJJ à hipocrisia, num país de políticos de "vão de escada"

Confesso que não tinha muita vontade de escrever sobre o “colossal buraco financeiro” da Madeira, uma vez que quase tudo já foi dito, desde a violenta crítica ao seu contrário, passando pelo silêncio aterrador de algumas das personagens mais tenebrosas do actual governo, até à hipocrisia desajeitada do Primeiro-Ministro.
Porém, a intervenção de AJJ, de ontem, num comício da campanha eleitoral para a Região, impôs que abordasse este tema.
A intervenção foi verdadeiramente patética, de um político que sabe que chegou ao fim, mas que não quer largar o poder.
Há alguns anos um amigo dizia-me que nunca como Madeira se confundia o partido do poder com o governo e este com o partido do poder, tal a promiscuidade que existia, aos mais diversos níveis, na vida pública.
Desde Cavaco Silva a Passos Coelho, passando por Guterres, Barroso – Santana Lopes não teve tempo para trapalhadas na Madeira – e José Sócrates, todos sabiam que a Madeira era um poço sem fundo, um desgoverno, um caso claro e evidente de delapidação dos dinheiros públicos ou mesmo um caso de polícia.
Mas todos silenciaram a situação, uns por receio de perder as eleições – o PSD, outros - do PS – porque não queriam um confronto com AJJ, nem sujeitar-se aos seus insultos grotescos, que eram igualmente distribuídos por todos os que o criticavam.
Agora, com a “troika” chegou-se ao fim da linha e as evidências não puderam continuar a ser escamoteadas.
A Madeira não é um “study case” da ciência política, mas um caso de desvario financeiro à custa dos contribuintes portugueses do continente – desse malfadado continente que AJJ insultava a torto e a direito – que foi pagando tudo e mais alguma coisa – seria interessante comparar o poder económico de algumas pessoas na Madeira, antes do 25 de Abril e neste momento e saber como conseguiram esse poder económico -, e que ajudou AJJ a manter a teia de interesses que o levam a vitórias eleitorais sucessivas.
Daqui chegamos à hipocrisia “manhosa” de Passos Coelho, quando remete para os eleitores madeirenses a punição ou a perda de confiança política em AJJ.
Em primeiro lugar, Passos Coelho sabe que AJJ vai ganhar as eleições regionais, por duas ordens de razão: na Madeira existe um clima de asfixia democrática e de “terrorismo de estado”, que impede qualquer acção que contradite o poder instalado e porque, graças ao “colossal buraco financeiro”, os madeirenses possuem benesses que os contribuintes do continente, que lhes pagam e que suportam os sacrifícios impostos pelo governo e pela “troika”, não possuem.
Ou seja, só por hipocrisia, refinada hipocrisia, mas que deve ser desmascarada, é que se pode remeter para os madeirenses a critica política a AJJ.
Ainda falando de hipocrisia, talvez fosse bom que, para bem da política e da credibilidade da política, se deixasse de atirar, em permanência, à cara uns dos outros, os erros cometidos no exercício de funções governativas. Num regime democrático, as sanções são impostas pelos eleitores, que despedem os faltosos. Não se pode esperar que passem o tempo a açoitar-se ou a reconhecer os erros do passado. Se assim fosse, a Igreja ainda estaria a pedir desculpa pela Inquisição, o PCP pelos desmandos do “gonçalvismo”, o PS pelos erros dos primeiros governos constitucionais, o PSD e Cavaco Silva pela criação do “monstro”, Guterres pelo “facilitismo”, Barroso pela colaboração com a invasão do Iraque e pelo “pais da tanga”, Santana Lopes pelas trapalhadas, e assim sucessivamente.
O futuro é que conta e o futuro não é estar agarrado ao passado. Só os burros é que não mudam e pretender condicionar a acção política com os erros do passado é um erro dos nossos políticos de "vão de escada".
Infelizmente, receio que isso não venha acontecer, porque o nosso sistema parlamentar é arcaico – a Assembleia da República é um repositório do que de pior teve a 1ª República – e muitos dos nossos políticos não passam de políticos de "aviário" ou de "vão de escada".
Mudar a estrutura do Estado implica mudar a forma de fazer política, os políticos e a organização do Estado, desde o sistema eleitoral, à concepção dessa estrutura. Mudar, apenas, meia dúzia de institutos e reduzir chefias, é a chave  para assegurar que, no essencial, nada muda.
NOTA: Acabei de ouvir os responsáveis pelo PS/Madeira a defender que a dívida colossal da Madeira deveria ser anulada. Se AJJ é um político em fim de ciclo, os dirigentes do PS/Madeira já acabaram, antes de terem começado.

sábado, 10 de setembro de 2011

O modelo de avaliação dos professores está intimamente ligado à opção política das frentes sindicais e da sua colagem aos Governos.

O modelo de avaliação dos professores está intimamente ligado à opção política das frentes sindicais e da sua colagem aos Governos. Com o anterior Governo, os sindicatos contestaram, de forma frontal, o modelo proposto, sem cuidar de saber se tinha, ou não, méritos.
Com o actual modelo, que segundo o Ministro é o mesmo, mas actualizado e melhorado – descodificando: com cedências a interesses corporativos -, as frentes sindicais próximas do actual poder subscreveram-no e a frente sindical controlada pelo PCP, e pelo putativo candidato ao lugar de líder da CGTP, recusou-o.
Quer isto dizer que a opção político-partidária e os interesses corporativos – tal como no antigo regime – se justapõem na definição das políticas para Portugal.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Coincidências ou talvez não?

Na revista Visão, da semana passada, na página 15, plasma-se uma frase de Maria José Morgado: "Não podemos acabar com o crime. A questão é controlá-lo".
Na mesma revista, da página 27 à página 31, consta um tratado sobre a importância da "amizade" e das "influências" na coisa pública.
Talvez seja coincidência, talvez não, mas isto é como as bruxas, "não creio que as haja, mas que elas existem é verdade".

domingo, 4 de setembro de 2011

De derrota em derrota até à derrota final, o destino, inevitável, da arrogância na política.


Merkel sofreu mais uma derrota em eleições regionais, o que vem comprovar que caminha para a queda. Esta derrota pode ser boa ou má para a Europa, dependendo da posição que os SPD venha a tomar quanto à crise financeira e económica da Europa, ao posicionamento da Alemanha e ao seu contributo para o fim da União Eurpeia ou para um novo paradigma europeu. Voltando a Merkel, a “Chanceler” teve o que merecia e o que merecia era ser amplamente derrotada. As posições da Alemanha contribuiram, a par dos erros dos países relapsos, para a situação a que se chegou. A soberba alemã, o casulo em que se meteu o governo alemão, pensando que a crise financeira não atingia a Alemanha, atrasou as medidas para combater o descalabro financeiro e agravou a situação global da Europa.  Merkel foi arrogante, tentou humilhar os países periféricos e esqueceu-se que a Alemanha vive, principalmente, do comércio com a Europa e que o sonho do “império hitleriano” com uma forte economia na Europa Central e do antigo Leste, ainda não é possível.
A seguir à derrota de Merkel é fundamental derrotar Sarkozy, outro dos responsáveis pela crise, que colocou a sua ex-ministra das finanças no FMI, para fazer o seu jogo, como se comprova pela entrevista que esta deu ao Der Spigel.
Para estes dois políticos vale tudo, desde destruir a economia a lançar o caos social, se esses actos contribuirem para que eles se possam manter no poder.
Infelizmente, a Europa está repleta deste novo tipo de político, que além de ser incompetente, é mal formado, sem capacidade para se aperceber da evolução social e das mudanças que se aproximam. Os políticos que dirigem a Europa não revelam capacidade para ver a luz, a justiça social e as profundas alterações que se avizinham. Quando acordarem já será tarde.

sábado, 3 de setembro de 2011

Da imbecilidade e da política.

Ontem, Mário Soares foi à Universidade de Verão do PSD dar uma lição de política aos elementos da JSD que serão o "futuro" do partido e - aterrorizem-se - de Portugal.
Com a sabedoria que  tem, fez críticas violentíssimas ao Governo e à forma como o País está a ser governado, desde a subserviência à "troika", à venda por meia dúzia de patacos das empresas públicas, passando pelo desmantelamento do Estado Social.
No final, os futuros líderes políticos do PSD (?), possivelmente porque não perceberam nada do que foi dito, gritavam "Soares é fixe!". Ora bem, face à intervenção de Soares ou os elementos da JSD são tontos ou estão no partido errado.