A Administração do Parlamento discute hoje, sexta-feira, o pacote de redução de despesas. A despesa maior advém do suplemento salarial, criado em 1975, um suplemento de isenção de horário, correspondente a cerca de 80% do vencimento, o qual, hoje, apenas se aplica aos funcionários da Assembleia da República, uma vez que os funcionários dos Grupos Parlamentares passaram a ter outro esquema remuneratório.
Este suplemento, natural nos anos da "revolução" e das longas e intermináveis sessões parlamentares, deixou de ter qualquer sentido nos dias de hoje e apenas constitui um privilégio dos funcionários da Assembleia que auferem praticamente dois vencimentos mensais, não havendo a contrapartida das horas extra a que o mesmo corresponde.
Situações como esta não são comuns na administração pública, embora exista uma massa gorda de desperdício que poderia ser facilmente cortada.
Possivelmente com uma gestão mais racional das despesas correntes poderia ser evitado o agravamento dos impostos directos e indirectos. Seria suficiente bom senso e coragem. Que é aquilo que muitas vezes falta aos dirigentes políticos e da administração pública.