domingo, 31 de outubro de 2010

Um acordo firmado com erro nos pressupostos!

O acordo entre o Governo e o PSD enferma de um erro nos pressupostos, que vai levar ao seu fim, mais dia menos dia e que, mesmo viabilizando o OE, não vai acalmar a situação política.
Pelo contrário, a luta pelo poder vai aumentar de intensidade e as consequências para os portugueses vão ser muito graves.
Porque, infelizmente, neste tempo de desacerto, o PS e o PSD apenas querem saber qual deles vai gerir melhor a crise e aproveitar o que ainda pode haver para aproveitar. Os dois partidos, ou melhor as direcções dos dois partidos, já desistiram de promover as mudanças estruturais fundamentais ao desenvolvimento do nosso País.

sábado, 30 de outubro de 2010

Leitura obrigatória de fim-de-semana!

A leitura recomendada para este fim de semana não é a "charla" de Pacheco Pereira quanto ao iPad, mas sim a coluna de Pulido Valente. Vale a pena ler, reler e pensar. Não custa nada e pode ajudar a mudar alguma coisa. Porque a verdade é que, tristemente, Portugal é governado há trinta anos pela mesma gente. A mudança não pode ser geracional, porque muitos dos "jovens" são "velhos" intervenientes na coisa pública. O que tem de mudar são os conceitos e as ideias de futuro para Portugal. Com esta gente, o nosso País não irá longe. Nunca mudará, nem passará disto.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Da certeza à incerteza vai um pequeno passo.

A última sondagem conhecida coloca o PSD à beira da maioria absoluta e os comentadores, analistas e jornalistas já pereceberam que o vento está a mudar e também apostam numa vitória eleitoral de Passos Coelho, quando, em meados de 2011, ocorrerem as eleições legislativas antecipadas.
Este é o cenário previsível, mas, como qualquer cenário, pode mudar, tal como muda o vento. Basta um pequeno anti-ciclone para que isso aconteça.
Por isso, não se deve dar nada como adquirido, pois, tal como certos direitos que se julgavam adquiridos estão a ser colocados em crise, também neste campo pode haver mudanças inesperadas.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Fim de Linha!

As negociações chegaram ao fim sem que se obtivesse um acordo. Aqui, e neste particular, muitos analistas falharam redondamente, porque estavam convencidos que o Governo ou o PSD estariam com medo das consequências da inviabilização do OE.
Apesar disso, só logo é que saberemos se, mesmo sem acordo, o PSD viabiliza este OE. Nogueira Leite, entre outros, entende que deve ser viabilizado.
Qualquer que seja a opção de Passos Coelho vai representar o seu encontro com a história e com o futuro.
Neste momento, tudo pode acontecer e o "vencedor" ganhar tudo é uma hipótese sempre em aberto, porque os portugueses vão entender que o País só governável com um governo de maioria ou de coligação maioritária. Qualquer outra solução é bloqueadora do sistema político.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Coincidência ou talvez não! Politização ou talvez não! Pressão sobre os políticos ou talvez não!

Por coincidência, no dia em que Cavaco Silva vai anunciar a sua recandidatura, o DCIAP arranca com uma nova investida no BPN, instituição bancária que foi administrada por alguns ex-ministros e ajudantes de ministros de Cavaco Silva.
É evidente que todas as iniciativas para esclarecer o que se passou naquele Banco, e que tão caro está a custar aos contribuintes portugueses, são de louvar.
Mas, por um raio de uma coincidência, a acção da PJ e do DCIAP acontece precisamente no dia em que Cavaco Silva dá início à sua campanha eleitoral. Como diria o outro "não acredito em bruxas, mas que as há, lá isso é um facto".

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

A Refer, a EDP, a Iberdrola e o preço da electricidade.

Para a Refer, o facto de, pela primeira vez, a empresa ter recorrido ao mercado liberalizado da energia eléctrica proporcionou-lhe uma poupança de 1,2 milhões de euros, por comparação com a situação anterior de exclusiva dependência da EDP. A gestora de infra-estruturas ferroviárias dividiu o fornecimento de electricidade entre a EDP e a Iberdrola.
Por aqui se vê quanto é que o consumidor português poderia economizar ou como a EDP está a lucrar excessivamente com o preço da elecricidade.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Branquinho lava mais "branco" a Ongoing.

Há oito meses o deputado Agostinho Branquinho não sabia o que era a Ongoing. Hoje é funcionário da empresa. Há oito meses Agostinho Branquinho criticava, violentamente, a Ongoing. Agora vai dirigir a empresa no Brasil.
Agora está explicado o famoso almoço no "Solar dos Presuntos" e o facto de o PSD ter deixado de criticar a situação na TVI, nomeadamente o papel da Ongoing no pseudo-negócio. da PT/TVI.
Mas no meio disto, e sem entrar em outros conceitos, acontece uma coisa boa: Agostinho Branquinho sai do Parlamento. É uma boa nova para a democracia. No fundo, neste negócio nem tudo é mau.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

A Mensagem!

Cavaco Silva vai falar ao País no próximo dia 26, pelas 20.00 horas, no Centro Cultural de Belém. Até aqui não é novidade, uma vez que todos sabíamos, porque Marcelo Rebelo de Sousa encarregou-se de fazer a divulgação desta iniciativa.
Sobre o que vai falar é pressuposto que seja a sua recandidatura, caso Marcelo Rebelo de Sousa esteja bem informado.
Mas Cavaco Silva já nos habitou a surpreender com anúncios de "pompa e circunstância", que depois se traduziram em nada ou quase nada.
Agora um verdade é inquestionável, o País vai estar em expectativa a aguardar a "Mensagem", que não a Fernando Pessoa, mas a de Belém.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Uma boa iniciativa do PCP que é má para alguns dos pasquins pseudo-moralistas!

O PCP tomou uma iniciativa legislativa que visa acabar com "Anúncios com fotografias de corpos semi-despidos acompanhadas de frases curtas a sugerir "convívio", "prazer total", "serviço completo" ou a descrever atributos corporais e idade devem ser banidos dos media". Este projecto de resolução do PCP tem por finalidade a proibição de publicidade, encapotada, de incentivo à prostituição nos jornais e visa que o Governo reconheça a prostituição como forma de exploração.
Quero ver a reacção de alguns dos pasquins pseudo-moralistas se uma das suas maiores fontes de receita - obtidas através de uma subtil forma de lenocínio, a coberto da liberdade de imprensa - for proibida.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

“O tempo político” ( artigo publicado em 24 de Julho de 2007)

Porque o tempo é feito de memórias e quem não as têm não pode pensar em ter futuro, e porque a nossa classe política, além de estar no poder há mais de trinta anos, se esgotou e se esgota num ritmo cada vez mais acelerado, deixo aqui um texto com mais de três anos.

O tempo político não é, infelizmente, aquele que se ambiciona, mas o que o próprio tempo dá aos interventores na vida política.
Por isso, por ser irreal imaginar um futuro sem que se tenha capacidade de controlar todas as envolventes que o podem condicionar, é que eu discordo da forma como alguns políticos gerem as suas carreiras e os seus tempos.
Esta concepção firme, que os factos consolida, afasta-me do “famoso” conceito do “stop and go” que os políticos copiaram, mal, da economia e que utilizam de forma descontextualizada e sem um perfeito conhecimento da realidade, do País em que vivem e das condicionantes que motivam, a cada momento, os cidadãos.
A esta errática forma de estar na política acresce um outro factor que tem a ver com a ausência, total, de um pensamento político estruturado, ou seja, de um projecto para o País assente em ideias e em propostas que representem o estudo aprofundado das várias vertentes que, transversalmente, nos dão a dimensão e a visão panorâmica da nossa sociedade.
A política é, como se sabe, a arte de governar, mas não pode ser a arte de um dramaturgo de quinta classe ou de um actor frustrado, sem carreira.
Como tal, a regeneração da política, que os cidadãos exigem, por enquanto pelo silêncio da abstenção e qualquer dia pela agitação social, violenta e sem controlo partidário, passa, inquestionavelmente, por actores de primeira água, por autores de excelência e por ideias, projectos, soluções globais e interactivas para as questões sociais, culturais, educacionais, económicas e de cidadania, que se encontram em profunda crise.
Este é o desafio a vencer e que pode evitar o descalabro de uma classe política em queda e dilacerada por questões menores.
A política portuguesa precisa de um rejuvenescimento dos seus actores principais, porque alguns deles andam há tempo demais a dizer a mesma coisa, sem que nada façam de novo ou retirem lições dos erros do passado.
E, quando falo em rejuvenescimento não me refiro à faixa etária, porque alguns dos “jovens” da política já são mais idosos do que o famoso “Matusalém”.
A idade mental, a abertura a um novo mundo, a novas realidades sociais e política, a um século XXI em permanente transformação, é o elemento chave de afirmação da classe política que pode mudar Portugal.

domingo, 10 de outubro de 2010

O espólio perdido de Amaro da Costa.

O CDS “perdeu” o espólio de Adelino Amaro da Costa, o que além de inacreditável, vem dar forma à ideia que não haverá muita gente interessada em saber o que se passou na noite de 4 de Dezembro de 1980.
O grande e enorme erro da investigação – de forma deliberada ou induzida – foi o de se ter focado a mesma em Sá Carneiro quando, possivelmente, deveria ter sido focada em Amaro da Costa.
A quem interessava a morte do então Ministro da Defesa, que investigava o Fundo do Ultramar ?
Estranhamente, num tempo de silêncio sobre o negócio dos submarinos, em que o Fundo do Ultramar acabou por nunca mais ser investigado, o espólio de Amaro da Costa desaparece ou é perdido pelo CDS.
Curiosamente, o Ministro da Defesa que comprou os submarinos à Alemanha é o presidente do CDS. Mistérios que a história um dia decifrará ou não.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Politicamente incorrecto.

O Conselho da Europa chumbou a lista portuguesa candidata ao Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, composta por Paulo Pinto de Albuquerque, João Manuel da Silva Miguel e Anabela Rodrigues.
Confesso que não estranho e acredito que a solução passará por deixar cair o nome de Paulo Pinto de Albuquerque.
Até porque, se o nome foi indicado pelo PSD, estou convicto que haverá outros juristas de elevada craveira que podem ser indicados pelos social-democratas e que serão aceites pelo Conselho da Europa, que não toma as decisões por birra ou por andar distraído. Pelo contrário.