sexta-feira, 30 de julho de 2010

Lamentavelmente a "direita" portuguesa continua prisioneira de tiques passadistas

A Bernstein Reserch, na nota de investimento que elaborou quanto ao negócio da PT/VIVO, chega à conclusão que a "Portugal Telecom estruturou um excelente negócio no Brasil, que é melhor do que parece".
Lamentavelmente, a "direita" portuguesa continua afastada da realidade e a viver no passado, reforçado por algumas sondagens que ditaram uma arrogância precipitada.
Pior ainda, é ver pessoas inteligentes persistirem em manter uma posição liberal, estreita e curta, só para não reconhecerem a vantagem de um negócio que interessa ao País.
Ainda para mais quando Portugal precisa de encontrar pontos de referência para a criação de riqueza e de desenvolvimento, que não passe, apenas, pela mera prestação de serviços que, diga-se, ainda são de má qualidade.
A queda nas sondagens de Passos Coelho e do PSD deveria servir para que os social-democratas fizessem uma paragem na "cavalgada" para o poder e repensassem o futuro.

As fusões esperadas

A OPA do Montepio Geral sobre o Finibanco era expectável, estando apenas dependente do momento certo.
Estou convencido que as fusões no sector bancário e segurador não vão ficar por aqui e que o Montepio Geral prepara-se para surpreender o mercado, após assimilar o Finibanco.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

O pior cego é o que não quer ver...

O pior cego é o que não quer ver e não é preciso ler Saramago para perceber esta realidade. E, infelizmente, por cegueira ou por irredutibilidade, alguns continuam a não admitir que a posição do governo, quanto à utilização das "acções douradas", foi a mais correcta para os interesses da PT, dos accionistas e do nosso País.
Só uma concepção saloia do lucro fácil e rápido, pode admitir que a venda da VIVO, por 7.150 milhões, teria sido uma boa opção.
Porém, o desfecho do negócio veio comprovar que, além do preço ter aumentado, a PT mantém uma posição numa empresa brasileira, podendo continuar a apostar na internacionalização e no desenvolvimento tecnológico.
O mercado, internacional e nacional, deu razão a esta estratégia e até Fernando Ulrich, que é crítico de José Sócrates, acabou por dizer que a actuação do governo foi a melhor.
Talvez fosse tempo, neste período estival, que alguns deixassem de pensar na distribuição dos cargos no "novo governo" e percebessem outras coisas e outras realidades.

terça-feira, 27 de julho de 2010

A SIC e o vale tudo, inclusive tirar olhos.

Sou defensor, intransigente, da presunção de inocência, mesmo perante situações que possam consubstanciar, de forma clara e evidente, a culpa da prática de um acto punível criminalmente.
Com a aproximação do dia da sentença quanto ao chamado "caso Casa Pia", a SIC, em concreto, tem vindo a lançar uma inadmissível pressão sobre a justiça, com entrevistas aos arguidos, por forma a criar, na opinião pública, a ideia de que se a decisão do tribunal lhes for desfavorável, é errada e injusta.
Além de ser uma acto vergonhoso, para uma estação que se pretende paladina da transparência e da isenção, é profundamente discriminatório para com outros arguidos, de outros processo, que não possuem acesso aos meios de comunicação social.
A SIC ainda vai a tempo de repensar este comportamento e mudar de atitude. Se o fizer demonstra bom senso, se não o fizer, confirma que para obter audiência vale tudo, inclusive tirar olhos.

domingo, 25 de julho de 2010

Alguma coisa não bate certo...

A loja da Disney, em Lisboa, é a que mais vende no universo Disney, na Europa. Por isso temos de nos interrogar: ou, afinal, temos uma classe média pujante (contrariando o que afirma Medina Carreira) ou temos uma vasta classe alta, que gosta de oferecer aos seus filhos produtos da Disney, ou isto não está tão mal como dizem. Resta outra hipótese, a total inconsciência de um povo “imbecil”, que merece aquilo que tem.

sábado, 24 de julho de 2010

Madaíl, Queiroz e os rastejantes.

A situação de Carlos Queiroz deveria constituir um “caso de estudo” do comportamento de Gilberto Madaíl.
O presidente da FPF, instituição que vive à margem da lei, uma vez que perdeu o estatuto de utilidade pública, facto que pode, inclusive, inviabilizar a participação da arbitragem portuguesa em competições internacionais, é uma personalidade que está a mais no desporto em Portugal.
Sem hipocrisia, poder-se-ia dizer que Madaíl representa tudo o que de negativo existe no futebol do nosso País, tudo o que de mais “rasteiro” polui a vida política, enfim, é uma tumefacção da vida pública.
Na questão Carlos Queiroz, mais uma vez, Madaíl comprova o seu modo “rastejante” de estar na vida.
Primeiro celebra um contrato, ruinoso para a FPF, com um técnico que não passa de um bom adjunto. Depois, apesar do descalabro da actuação da selecção, ainda lhe paga um chorudo prémio por ter passado aos oitavos de final. A seguir, apesar de ser evidente que Carlos Queiroz não reunia as condições para continuar, mantém a confiança no seleccionador para evitar ter de pagar uma elevada indemnização.
Agora, a reboque de um processo disciplinar, quer aproveitar para se ver livre de Queiroz, sem sujar as mãos.
Sempre na sombra, disfarçado, ausente, fugidio, mas sempre à espreita de uma oportunidade para alcançar um fim.
Já agora, não nos podemos esquecer que Madaíl foi governador civil de Aveiro, no tempo do governo de Cavaco Silva e que chegou à FPF através da política.
Por último, Carlos Queiroz se tivesse um pouco de vergonha, apresentaria a demissão e evitaria mais uma vergonha para o futebol português.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

"A curiosidade matou o gato..."

Eu sei que não devemos ser curiosos, até porque "a curiosidade matou o gato", mas confesso que estou imensamente curioso por ver as sondagens efectuadas depois da apresentação das propostas de revisão constitucional do PSD.
Eu sei que, todos dizem o mesmo, ninguém se preocupa com sondagens e que nos últimos actos eleitorais tem havido um estrondoso falhanço das previsões, mesmo das que são feitas à boca das urnas.
Mas, perante tudo o que foi dito quanto à proposta do PSD, o resultado das sondagens pode ser interessante, para uma análise política e sociológica.
Se o PSD descer é o reflexo das críticas que foram feitas às propostas apresentadas. Se o PSD se mantiver, é sinal que os portugueses até aceitam que se mude o texto constitucional e que estão, definitivamente, fartos do PS.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Eu jurei a Constituição!

Cavaco Silva, que não comenta questões de ordem interna nas visitas de Estado, declarou, de forma clara, que jurou a Constituição.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Sim, talvez, nem pensar, tudo num jogo de sombras que de chinesas nada possuem

A proposta de revisão constitucional agitou as ondas do marasmo político que se vive no nosso País, num tempo de Verão, com as presidenciais no horizonte.
Todos sabem que a revisão constitucional só é possível com uma maioria de dois terços, pelo que qualquer proposta terá, sempre, de ser suficientemente elástica para permitir um consenso sobre o âmbito da revisão.
Por isso, não entendo a preocupação, nem o histerismo que se instalou: a CRP só será revista se o PSD e o PS quiserem e dentro de um quadro que seja aceite pelos dois partidos.
Neste momento, o PS não quer e o PSD quer marcar a agenda política, alimentar o vazio do Verão e promover as suas iniciativas de modo a que o partido não fique "suspenso" das presidenciais e até às presidenciais.

sábado, 17 de julho de 2010

Só para recordar

Em 31 de Maio de 2010 escrevi o seguinte: "O sistema português é bastante mais democrático, com a eleição por voto directo e universal dos eleitores e, deste modo, o cargo presidencial sai reforçado.
A questão conexa tem a ver com a vertente do regime: se deve ser presidencial ou semi-parlamentar (ou semi-presidencial, consoante o critério).
Este é um dos nós górdios do nosso sistema constitucional, como se verificou, agora, na decisão de Cavaco Silva sobre a Lei do casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Por isso, discutir esta questão, mesmo em plena crise económica e talvez por força dela, não seja um tempo perdido."

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Benvindos à terra ou, como dizem os brasileiros, "caiam na real"

A relação entre uma das procuradoras responsáveis pela investigação e o responsável pela empresa que fez as perícias para o Ministério Público volta a trazer o caso dos submarinos para o centro da polémica, segundo uma informação avançada pela SIC .
Durante anos a fio, foi alimentada uma falácia que consistia em que havia dois tipos de cidadãos: os procuradores da República, puros e imaculados e os outros, com pecados sem fim.
Ao longo dos últimos anos verificou-se uma crescente desmistificação desta ideia e que, na realidade, os procuradores são homens e mulheres como os outros.
A notícia da SIC vem comprovar esta tese e acentuar a necessidade de repensar determinados conceitos, em que se ancorou toda a estrutura judicial portuguesa.
A par desta ideia convém realçar dois outros factos: primeiro, a procuradora Cândida Almeida, que foi uma procuradora corajosa em tempos difíceis, deixou de ter condições para dirigir o DCIAP; segundo, a protecção aos eventuais responsáveis pelo ruinoso negócio dos submarinos é um dos grandes mistérios da nossa democracia no século XXI.

A arrogância é má conselheira

Num tempo de incertezas, em que o Mundo muda a cada segundo, o pior que um dirigente político pode ser é arrogante. Pior ainda, se deixar que os seus pares sejam arrogantes. Porque isto de dar como certo uma coisa e já se começar a escolher lugares, é um erro que pode ser fatal.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Críticas com propostas, assim vale a pena.

Ontem disse que estava farto dos que criticam e nada fazem, ou seja, não apresentam soluções para a situação do País.
Hoje, por coincidência, tomei conhecimento de quatro propostas interessantes para Portugal. Nas jornadas parlamentares do PSD, Ernâni Lopes defendeu um corte de 15 a 20% do vencimento dos políticos e dos funcionários públicos.
No mesmo fórum Villaverde Cabral defendeu que o PSD apresentasse uma moção de censura ao Governo de forma a separar as águas e a redefinir o quadro de apoios nas eleições presidenciais.
Campos e Cunha, igualmente interveniente nas jornadas parlamentares do PSD, defendeu a possibilidade de a direcção dos partidos designar um ou dois deputados.
Deu como exemplo o facto de a direcção do PSD ter mudado de líder e este não poder confrontar o primeiro-ministro no Parlamento.
O ex-ministro de Sócrates apresentou ainda duas propostas interessantes, a remuneração da função política deveria ser calculada em função do último IRS, acrescida de 25%, o que permitiria que “quem não declarasse o IRS não ia para a política e também ninguém deixaria de ir para a política por falta de dinheiro”.
A segunda proposta, relevante, e uma das que maior impacto teria nas finanças públicas, diz respeito aos grandes projectos públicos, que deveriam passar pela Assembleia da República e o seu impacto avaliados no Orçamento do Estado no longo prazo.
Independentemente de se concordar ou não com estas propostas, são pontos de partida, sérios, para se mudar o País. A grande questão, a velha questão, passa, contudo, pela vontade política. Mas é nisto que se distingue o político de vão de escada do Estadista.

domingo, 11 de julho de 2010

Estou farto de gente que critica mas não apresenta soluções para Portugal

Talvez seja do calor, da cama de ozono ou simplesmente da falta de paciência, mas começo a estar farto de Vasco Pulido Valente, dos seus ódios de estimação e da sua soberba intelectual, misturada com alguns tónicos de má qualidade.
Comparativamente com António Barreto ou Medina Carreira, o homem é um zero completo, que se limita dizer mal de tudo e de todos, ou bem, consoante o dia e a disposição com que acorda.
Pulido Valente, um péssimo secretário de estado da Cultura e um inexistente deputado do PSD, não passa disso, de um nada, que a intelectualidade criou virtualmente e que não possui uma ideia ou um conceito para Portugal.
António Barreto e Medina Carreira, para não falar em outros, criticam, mas apresentam alternativas, ideias, soluções para o nosso País, que se afunda cada vez mais na mão de gente sem qualidade.
Até Joe Berardo, o comendador, tem uma ideia para Portugal, "privatização de tudo e recomeço". Podemos discordar mas é uma ideia, corajosa e frontal. O que Vasco Pulido Valente não é, nem nunca será, frontal e corajoso, porque se esconde atrás da sua soberba inqualificável.
Querem mesmo encontrar soluções para o País, para combater a crise e mudar Portugal? Então reforme-se a estrutura administrativa do Estado, reduza-se o número de deputados, o número de municípios e de freguesias, mude-se a lei eleitoral para as autarquias, com a redução do número de vereadores e de membros das Assembleias Municipais, das quais não devem fazer parte os presidentes de junta.
Inicie-se o Orçamento Zero, com todas as suas consequências, nomeadamente a de obrigar os serviços do Estado a trabalhar e a estudar os seus objectivos.
Mude-se a administração fiscal, por forma a que deixe de ser uma instituição tipo "cobrador do fraque", mas uma entidade séria, credível, que cobra impostos, mas não procura o engano para os cobrar.
Repense-se que País queremos ser. Objective-se os investimentos públicos, de forma racional, sem derrapagens e com responsabilização dos autores dos projectos e da fiscalização.
Mude-se a Justiça, sem cedências a interesses corporativos, acabe-se com as adjudicações directas aos grandes escritórios de advocacia, cuja promiscuidade com o poder político é verdadeiramente "mafiosa" (veja-se como foi montada a operação Telefónica). Até porque o Ministério Público deveria assegurar a representação do Estado, em todas as circunstâncias. Seria mais barato e mais confiável.
Opte-se por soluções simples para a realização da Justiça, sem perda das garantias constitucionais. Porque, ao contrário do que dizem alguns procuradores e os políticos de direita e de extrema-direita, é possível fazer Justiça, sem perder os direitos e as garantias constitucionais.
Tudo isto é difícil? É sim, mas se fosse fácil não tinha piada. O pior é que quem pode mudar o País são aqueles que se instalaram no poder e o sugam despudoradamente. No entanto, talvez devam começar a pensar que os cidadãos estão fartos de os aturar e que, um dia destes, a bem ou mal tudo muda.



sexta-feira, 9 de julho de 2010

O "SOL" e as boas práticas do jornalismo.

O semanário "SOL" diz que Queiroz disse o que o próprio declara que não disse. Creio que o que Queiroz pensa de Madaíl é indiferente, porque tudo o que ele possa pensar, muitos portugueses já pensaram.
A questão de fundo, neste caso concreto, diz respeito ao tipo de jornalismo que o "SOL" vem praticando nos últimos tempos.
O director do semanário foi uma das referências incontornáveis do jornalismo português, enquanto director do "Expresso".
Tentou, sem êxito, criar um semanário que concorresse com o "Expresso" e falhou estrondosamente.
Viu os capitais partirem e aliou-se a capitais angolanos, o que não é ilegal, nem contrário às boas práticas jornalistas.
Mas, para tentar ganhar quota de mercado, iniciou um tipo de jornalismo comparável ao do "finado" 24 Horas, o que é um erro estratégico, inadmissível, para quem, como ele, sempre soube dizer sim e não no mesmo artigo.
Se continuar por este caminho, iremos assistir ao fecho de mais um jornal, porque os capitais de Angola não estarão receptivos a participar num projecto cada vez mais falhado.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

O PEC as taxas de justiça e as novas prisões.

Segundo o Ministro da Justiça, o PEC obriga a aumentar as taxas de justiça e a adiar investimentos em prisões. Esta questão obriga a duas reflexões: quanto às taxas de justiça, já estão tão caras que qualquer alteração vai impedir o acesso ao Direito e à Justiça a um maior número de pessoas. Pode ser uma das formas de reduzir os processos nos Tribunais, mas uma forma violadora dos princípios constitucionais.
Quanto ao investimento nas prisões, talvez fosse bom lembrar que o Estado já alienou pelo menos dois estabelecimentos prisionais e que, caso não entregue esses espaços aos investidores, irá pagar elevadas sanções, ou melhor, uma renda elevada. Se demorar muito tempo, o dinheiro recebido pela venda será devolvido aos compradores em rendas. É o que se chama um "negócio da china" ou um negócio ruinoso.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Ricardo Salgado, Marcelo Rebelo de Sousa e o torneio de Wimbledon

O ataque de Ricardo Salgado a Marcelo Rebelo de Sousa é estranho e, simultâneamente, curioso. Além de descabido, porque podemos estar no torneio de ténis de Wimbledon e saber o que se passa no País. A não ser que Ricardo Salgado desconheça as novas tecnologias e daí pretender vender a VIVO. O comentador da TVI limitou-se a dizer uma evidência, que os empresários portugueses não possuem uma visão estratégica de futuro. Tal como no passado, os Reis portugueses se limitaram a colher os benefícios das especiarias e do ouro, sem se preocuparem com o investimento em Portugal, os nossos empresários só vêem o umbigo e o lucro imediato. A criação de riqueza, o investimento a médio e longo prazo é uma maçada. Este é um dos grandes problemas do nosso capitalismo. Marcelo Rebelo de Sousa disse-o de forma clara. É evidente que muita gente não gosta de ouvir certas verdades.

sábado, 3 de julho de 2010

O tempo político (artigo publicado em 24 JULHO 07 no Primeiro de Janeiro mas que me parece, cada vez mais, actual)

O tempo político não é, infelizmente, aquele que se ambiciona, mas o que o próprio tempo dá aos interventores na vida política.
Por isso, por ser irreal imaginar um futuro sem que se tenha capacidade de controlar todas as envolventes que o podem condicionar, é que eu discordo da forma como alguns políticos gerem as suas carreiras e os seus tempos.
Esta concepção firme, que os factos consolidam, afasta-me do “famoso” conceito do “stop and go” que os políticos copiaram, mal, da economia e que utilizam de forma descontextualizada e sem um perfeito conhecimento da realidade, do País em que vivem e das condicionantes que motivam, a cada momento, os cidadãos.
A esta errática forma de estar na política acresce um outro factor que tem a ver com a ausência, total, de um pensamento político estruturado, ou seja, de um projecto para o País assente em ideias e em propostas que representem o estudo aprofundado das várias vertentes que, transversalmente, nos dão a dimensão e a visão panorâmica da nossa sociedade.
A política é, como se sabe, a arte de governar, mas não pode ser a arte de um dramaturgo de quinta classe ou de um actor frustrado, sem carreira.
Como tal, a regeneração da política, que os cidadãos exigem, por enquanto pelo silêncio da abstenção e qualquer dia pela agitação social, violenta e sem controlo partidário, passa, inquestionavelmente, por actores de primeira água, por autores de excelência e por ideias, projectos, soluções globais e interactivas para as questões sociais, culturais, educacionais, económicas e de cidadania, que se encontram em profunda crise.
Este é o desafio a vencer e que pode evitar o descalabro de uma classe política em queda e dilacerada por questões menores.
A política portuguesa precisa de um rejuvenescimento dos seus actores principais, porque alguns deles andam há tempo demais a dizer a mesma coisa, sem que nada façam de novo ou retirem lições dos erros do passado.
E, quando falo em rejuvenescimento não me refiro à faixa etária, porque alguns dos “jovens” da política já são mais idosos do que o famoso “Matusalém”.
A idade mental, a abertura a um novo mundo, a novas realidades sociais e política, a um século XXI em permanente transformação, é o elemento chave de afirmação da classe política que pode mudar Portugal.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Um País virtual, com uma administração fiscal que cria ilusões de receita.

A Administração Fiscal anulou ou deixou prescrever 5,3 mil M€ em impostos desde 2006 (a que corresponde 3,2% do PIB a preços do ano passado) , ou seja, a mais de metade do valor do ano anterior. Destes valores (56% ou 3 mil M€) respeitam a prescrições. A Conta Geral do Estado relativa a 2009 revela que o Fisco anulou dívidas fiscais no valor de 560,5 milhões de € e declarou prescritos outros 572,6 milhões.
Tudo isto é fruto da incompetência da máquina fiscal que faz liquidações virtuais, mesmo sabendo que não tem razão. Deste modo cria-se a ilusão de que existe receita, o que é falso. Faz-me lembrar os sucessivos desaires do MP sempre que deduz acusação por associação criminosa e que raramente consegue provar, mas que utiliza para alargar os prazos da investigação.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Finalmente abriram os olhos!

Confesso que pensava que estava só nas críticas ao Carlos Queiroz. Afinal, os comentadores do regime, depois de perceberem que o seleccionador está em queda, atiraram-se a ele como "gato a bofe" e abriram o livro da total incapacidade de Carlos Queiroz para dirigir a selecção.
E, tal como se previra, relembraram que um dos directores da FPF responsável pela selecção já tinha um passado ligado à vergonha de Saltillo.
Estas são as tristes realidades de um conjunto de pessoas, para não lhes chamar outra coisa, que controlam a FPF e que estão agarrados ao poder como lapas.
A derrota na África do Sul pode ter sido o princípio do fim de uma clique nefasta para o futebol português. Só se espera que haja coragem para agir.

País pequeno, de gente pequena!

Somos, efectivamente, um País pequeno, de gente pequena, invejosa, triste, que vive bem com o mal dos outros e com a crítica maldosa e venenosa aos que conseguem algum êxito.
O caso Ronaldo é um dos exemplos da nossa pequenez colectiva e da manipulação fascizante de alguns.
Ronaldo jogou mal no Mundial da África Sul. É uma verdade inquestionável. Mas já alguém se interrogou porque é que o jogador faz boas exibições nos seus clubes e mesmo na selecção de Scolari e é um "flop" com Carlos Queiroz?
Na sequência da má exibição de Ronaldo abriu-se, ou melhor, escancarou-se a porta da inveja, com violentas críticas de jornais espanhóis, argentinos, ingleses e norte-americanos, críticas essas empoladas por jornalistas portugueses que não perdoam a Ronaldo ser um enorme jogador e ter sido formado no Sporting.
O "fascismo" corporativo que domina o jornalismo desportivo português soltou-se, saiu do armário e atacou forte e feio um jogador que, talvez não tenha feito o seu melhor, mas que não é o único culpado do descalabro na África do Sul.
Mourinho, que mais dia menos dia será a próxima vítima da inveja desta gente pequena, viu-se obrigado a lembrar que Simão falhou e que Carlos Queiroz não assumiu as suas responsabilidades, face ao silêncio do presidente da FPF e de toda a estrutura directiva.
Eu, se fosse o Cristiano Ronaldo, não voltaria a selecção, enquanto lá estivesse esta gente e os jornalistas não lhe pedissem desculpa.

O segundo jogo entre Portugal e a Espanha vai para prolongamento.

Afinal, o segundo jogo entre Portugal e a Espanha vai para prolongamento. O Governo usou "as acções douradas" e inviabilizou que a Telefónica ganhasse no tempo regulamentar.
Vamos ver o que diz a Comissão Europeia e quanto tempo resiste o executivo português à pressão de Bruxelas.