sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Estadistas versus políticos

Manuela Ferreira Leite declarou que Portugal precisa de "estadistas" e não de "políticos", coisa com que eu concordo e posição que subscrevo.
No meu conceito, "estadista" é aquele que pensa o seu País, não em função de interesses individuais ou de pequenos grupos de interesses, mas no interesse colectivo.
No meu conceito, "estadista" é aquele que é capaz de fazer as rupturas necessárias para a clarificação das situações e que não vai a reboque de nada.
Para mim, um "estadista" não subscreve, nem por omissão, um documento que define como pernicioso para o seu País. Se é esta a ideia, não poderia estar mais de acordo.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Já não me espanto

Cada vez me espanto menos com as declarações de responsáveis políticos ou judiciais quanto ao estado da Justiça no nosso País.
Será que eles não vivem cá ? Será que não sabem mesmo o que se passa ? Será que andam tão distraídos que não vêem ao ponto a que chegaram os tribunais ?
Ou a incompetência dos decisores políticos atingiu um nível tão baixo que não conseguem perceber a Justiça, mas fundamentalmente não entendem a sociedade em que vivem ?

sábado, 23 de janeiro de 2010

O futuro está a chegar ou talvez não!

O Conselho Nacional do PSD foi convocado para 12 Fevereiro, tendo na sua ordem de trabalhos a realização do congresso extraordinário e a marcação das eleições directas.
Nesse dia será dado o primeiro passo para o futuro do PSD, cabendo aos conselheiros nacionais a responsabilidade pelo que vier a acontecer ao partido.
De uma solução de continuidade à ruptura com o passado/presente, não vai apenas um pequeno gesto de levantar a mão para votar, nem a ideia egoísta de sobrevivência.
A opção que for tomada no dia 12 de Fevereiro e o resultado das eleições directas irão definir o quadro político dos próximos anos.
Porque, mesmo sendo um grande partido nacional, com forte expressão ao nível autárquico, como lembrou Miguel Relvas, o PSD é um partido vocacionado para o exercício do poder central. Sem essa vertente, o PSD perde espaço e sentido como solução alternativa ao PS e à esquerda em geral. E pode perder espaço para o PP, mesmo com uma direcção gasta e sem credibilidade. Porque, como bem se sabe, as direcções mudam-se.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Um dia destes vão "borda fora".

Os jornalistas da política e os analistas andaram durante quatro anos a clamar contra a maioria absoluta do PS, em particular, e contra as maiorias absolutas em geral.
Já fora assim com as maiorias de Cavaco Silva, pelo que não é uma posição virgem, nem estranha.
Agora, com um governo apoiado numa minoria e com uma maioria parlamentar na posição de querer, mas não querer que o governo caia, interessada, fundamentalmente, em impedir que se governe, apesar da crise, alguns jornalistas e analistas políticos afirmam, como se não fosse nada com eles, que assim não vamos lá.
É evidente que não vamos, e que a profunda crise económica, política e social irá dar cabo do País.
Mas o que interessa que o País se afunde se, deste modo, alguns têm sobre o que escrever e alimentar páginas e páginas de jornais e aberturas de telejornais.
Quando a crise económica estalou e alguns jornalistas se “babavam” com as notícias da crise, escrevi que um dia destes, quando a crise lhes entrasse pela porta, talvez não se rissem tanto. O mesmo se pode dizer agora, deles e dos políticos, quando os portugueses começarem a pensar em mandá-los pela "borda fora".

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Desorientação e Políticos de Plástico

O Governador do Banco de Portugal, ferozmente criticado pelo PSD, face ao seu comportamento parcial (a famosa "inventona" do défice"), incapacidade na regulação (casos BPN e BPP) e permanente tomada de posições para sustentar as políticas erráticas do governo, mereceu o apoio entusiástico de Paulo Rangel para a candidatura ao cargo de vice-governador do BCE.
Das duas uma, ou Paulo Rangel está a ser hipócrita, ou renega tudo o que disse e foi dito pelo PSD e comprova que é mais um dos políticos de plástico que nascem como cogumelos no nosso País.
Não se fale em nacionalismo serôdio e bacoco para justificar esta defesa da candidatura de Vitor Constâncio a vice-presidente do BCE. É uma tese ridícula e fruto de um analfabetismo político.
Por outro lado, esta posição de Paulo Rangel vem comprovar a desorientação que vai pelas bandas da ainda direcção social-democrata. Afinal quem defende o Bloco Central? Tudo indica que são os amigos e protegidos de Pacheco Pereira.
Por estas e por outras é que, ou os dirigentes do PSD mudam, ou um dia destes só há dirigentes. E que dirigentes meus amigos!

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Falar claro

A única possibilidade de o PSD romper com o marasmo em que se encontra, cortando com um passado de inacção, passa pela eleição de Pedro Passos Coelho.
Qualquer solução neo-cavaquista, ou saída da actual direcção, só poderá contribuir para o fim do PSD ou para a criação de um Bloco Central.
É evidente, que alguns dos interesses instaladas e cristalizados no PSD, os barões e outros que tais não querem esta solução, porque os seus "direitos ilegítimos" seriam colocados em causa.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Ilusões fatais.

Ontem, um dos "gurus" do neo-cavaquismo, estranhamente crítico da liderança social-democrata, Pedro Marques Lopes, defendeu que a candidatura radical do Bloco de Esquerda às presidenciais, protagonizada por Manuel Alegre, segundo ele, só iria favorecer Cavaco Silva.
Há ilusões que têm um preço elevado e erros de análise que são fatais. O analista parece que não percebeu que o PS e a esquerda são maioritárias no Parlamento, ou seja, tiveram mais votos do que o PSD e o CDS. É tudo tão óbvio meu caro Watson, que nem vale a pena dizer mais nada.

sábado, 9 de janeiro de 2010

Afinal está vivo!

Pinto Balsemão, figura respeitada e que eu respeito, declarou o quase óbito do partido que ele ajudou a fundar.
Passados cerca de duas semanas, descobriu, sem razão aparente, que, afinal, o partido estava vivo.
Uma das hipotéticas razões será a existência de vários candidatos à liderança, apesar de o próprio só conhecer um nome.
Enfim, compreende-se que um dos fundadores do PPD não queira contribuir para o "funeral" do partido, mas também é fundamental o discernimento para fazer uma análise da situação e dizer que as coisas não estão bem. Porque, não é a empurrar o lixo para debaixo do tapete que se arruma a casa.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

A um passo do abismo.

De acordo com o semanário "SOL, nas conversas secretas sobre o Orçamento, entre Jorge Lacão e o líder da bancada do PSD, Aguiar-Branco, negociou-se quase tudo, até o teor da carta enviada pelo Governo aos partidos representados na AR com vista à viabilização do Orçamento.
Se isto for verdade, o PSD colocou-se nas mãos do Partido Socialista e criou um novo conceito de Bloco Central, o chamado "bloco às escondidas".
Pelo meio, Aguiar Branco hipotecou a sua candidatura à liderança e os mentores da política de verdade deveriam ter vergonha e renunciar aos mandatos. Porque, por este caminho, o PSD caminha para a agonia.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

De trapalhada em trapalhada, assim vai o PSD

Na sequência do movimento lançado por Santana Lopes, e por alguns autarcas, para a convocação de um congresso extraordinário (com o qual declaro, desde já, que não concordo, a não ser que se destine a pôr fim às eleições directas no PSD, as quais não impedem os sindicatos de voto e outras trapalhadas), as movimentações dos barões, a falta de transparência, a asfixia democrática, a violação dos mais elementares direitos, a tentativa de se perpetuar no poder, do grupo que vem destruindo o PSD, a falta de ética republicana, tudo tem sido usado pela comissão liquidatária que ocupa o poder social-democrata para sobreviver sem olhar a meios.
Agora, vêm, à pressa, tentar marcar as eleições directas, numa tentativa de condicionar o tal congresso extraordinário.
As mentes brilhantes que levaram o PSD à derrota nas legislativas, que têm nomes e rostos, devem pensar que são donos do partido e que irão sobreviver a esta crise.
Confesso que tenho dúvidas, sérias dúvidas que tal aconteça e que, mesmo que consigam ganhar as eleições directas, tenho a convicção que nunca ganharão as eleições legislativas, acabando por entregar o poder à esquerda.
Porque são incompetentes, não possuem ideias, não sabem o que querem para o País. Apenas sabem que querem estar no poder. Porque fora disso não são ninguém.


domingo, 3 de janeiro de 2010

A política e os politólogos, uma incompatibilidade genética

A «coerência» dos alertas feitos pelo Presidente da República na mensagem de Ano Novo é o ponto destacado por alguns politólogos, que são unânimes em concordar que as críticas de Cavaco Silva dirigem-se à totalidade da classe política.


É por estas e por outras que os politólogos são uma das classes mais co-responsáveis pela situação do País. Não são responsabilizados pelo que dizem, não sabem fazer nada, têm poucas ideias e as que têm mudam ao sabor do vento.


Ainda para mais, repisam as suas "opiniões", permanentemente, na mesma lógica de que uma mentira repetida muitas vezes se transforma em verdade.


sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Mensagem de Ano Novo sem novidades

A mensagem de ano novo do Presidente da República não trouxe nada de novo, por muito que os comentadores e os jornalistas se esforcem por espreme-la.
Cavaco Silva disse o óbvio, repetiu o diagnóstico da mensagem do ano anterior e lançou duas ou três questões que, de tão repetidas, ameaçam transformar-se em chavões sem sentido, quando são estruturantes de uma sociedade que pretende ter um futuro: valores, família e coragem para acreditar.
Pelo meio falou no endividamento – uma realidade assustadora e conhecida -, no desemprego – uma chaga social – e no desequilíbrio estrutural das contas públicas. Tudo trivialidades que ouvimos nos noticiários e lemos todos os dias nos jornais.
Propostas concretas, mesmo sem interferir na acção do governo, nada, uma ideia para o País, nada, uma ideia de futuro, nada.
O Presidente da República não se pode esconder atrás das questões institucionais e formais para fazer um discurso estilo "Estado Novo", sem conteúdo e sem substância.
Compreende-se que as eleições presidenciais estão a chegar e que importa não agitar as águas, mas o sentido de Estado e o interesse do País impunham outro tipo de intervenção, mais profunda e com algumas ideias de futuro.
Não aconteceu e, para agravar as coisas, o PSD veio colar-se à mensagem presidencial, que seria a última coisa que, neste momento, Cavaco Silva quereria.
Enfim, 2010 não vai trazer nada de novo, mas será um ano de intensos jogos de bastidores, de jogos de poder e de “mind games”.