domingo, 31 de maio de 2009

Visita guiada ao Bairro da Madragoa


No âmbito do projecto da CSF de Santos-o-Velho DO MUSEU AO BAIRRO DA MADRAGOA foi feito um convite a todos os moradores do Bairro da Madragoa para partilharem no espaço do Museu das Comunicações um objecto relacionado com as suas viagens inesquecíveis.
Dessa proposta, que teve muito boa adesão por parte dos moradores, foi criada uma exposição e um documentário intitulado Do Museu ao Bairro: Histórias de Viajantes. É uma exposição viva, feita de afectos, de retratos, de histórias de pessoas da comunidade do bairro da Madragoa. Estas actividades foram apresentadas no dia 18 de Maio de 2009, no âmbito das comemorações do Dia Internacional dos Museus, subordinado ao tema “Os Museus e o Turismo” e foram seguidas de uma visita guiada, com encenação, pelo Bairro da Madragoa.
O projecto foi realizado através da parceria entre a Fundação Portuguesa das Comunicações – Museu das Comunicações, a Câmara Municipal de Lisboa – Unidade de Projecto da Madragoa, o Centro InterCulturaCidade, a Etnia, a Junta de Freguesia de Santos-o-Velho, o Museu da Água, o Museu da Marioneta, o Teatro A Barraca e a ETIC (Escola Técnica de Comunicação e Imagem) enquanto membros da Comissão Social de Freguesia de Santos-o-Velho.
A exposição/filme Do Museu ao Bairro: Histórias de Viajantes está patente ao público no Museu das Comunicações até ao dia 30 de Setembro de 2009.
Horário do Museu:2ª a 6ª, das 10h às 18h, Sábado, das 14h às 18hÙltima 5ª feira do mês até às 22h
Visitas Guiadas ao Bairro da Madragoa:Último Sábado de cada mês, pelas 10h 30m, com inscrição préviaMais informações: 800 215 216 (nº gratuito)
Fundação Portuguesa das ComunicaçõesMuseu das ComunicaçõesRua do Instituto Industrial, 161200-225 Lisboa (zona de Santos)Tel.: 21 393 50 00 – www.fpc.pt

sábado, 30 de maio de 2009

A fuga para a frente

As mais recentes sondagens para as eleições ao Parlamento Europeu são quase coincidentes num ponto: a descida do partido socialista, o quase empate técnico com os sociais-democratas e a recuperação do partido comunista em relação ao bloco de esquerda.
A uma semana do acto eleitoral as mudança que ocorrerem podem vir a traduzir-se numa derrota do partido do governo, com a consequente vitória social-democrata e na confirmação que o bloco de esquerda continua com dificuldades em penetrar no eleitorado tradicional comunista.
José Sócrates, que já se envolveu, demais, nesta campanha, não pode recuar e deixar Vital Moreira abandonado à sua sorte.
O primeiro-ministro só pode arriscar tudo no resultado eleitoral de 7 de Junho e esperar ganhar.
Caso tal não aconteça, pode ser o inicio do processo de substituição da liderança socialista, para evitar uma derrota em Outubro.
Porque o que está jogo, o TGV, o novo aeroporto, as auto-estradas, são vertentes demasiado importantes para os socialistas deixarem escapulir por entre os dedos.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Linguagem PREC

Vital Moreira ainda não conseguiu encontrar o seu registo na pele de candidato socialista ao Parlamento Europeu.
E, porque está desorientado, numa campanha que não é a sua, mas sim a de José Sócrates, repôs o “velho registo comunista” – nestas coisas o nosso subconsciente é terrível – e utilizou uma linguagem estilo PREC para acusar o PSD de colaborar com a “roubalheira” no BPN.
Por distracção, não ouviu o futuro líder socialista a dizer, na “Quadratura do Círculo”, que não se poderia confundir a actuação de algumas pessoas com a actividade do PSD, ou seja, que o comportamento errático de militantes ou ex-governantes social-democratas (?) no exercício de uma actividade pessoal não poderia afectar organicamente o PSD.
Vital Moreira tem de acertar duas coisas: “o tempo e o modo”, caso pretenda ser levado a sério.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Porquê? Para quê?

Briosa e Gala, que foi o secretário de estado de Durão Barroso e ajudante do ministro da Educação, no Governo de Cavaco Silva, solicitou, e recebeu, uma elevada avença, paga pelo BPN, directa ou indirectamente, uma vez que, face aos valores de que se falam, não creio que Oliveira e Costa tivesse pago do seu bolso.
A que título recebeu essa avença é uma das questões que se deve colocar, a outra é qual o motivo que o presidente do BPN entendeu como relevante que justificasse esse pagamento.
A gangrena sistémica está a avançar e, possivelmente, será difícil de parar, a não ser amputando o que está podre.
Esta operação cirúrgica poderia marcar um novo rumo na vida pública portuguesa, se houvesse vontade, coragem e se os responsáveis políticos pensassem no futuro e nos reais interesses dos cidadãos portugueses.
Porque para ser um grande País não é preciso muito, apenas transparência e inteligência, dois componentes que escasseiam cada vez mais.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Para memória futura

Para o caso de os decisores não terem oportunidade de ler, deixo, aqui, a notícia do Expresso on line, sobre a "nova e maravilhosa vida" da Alexandra: "As jornalistas do diário "Komsomolskaia Pravda" relatam: "Casa velha, pontas de cigarro numa lata de conservas, fumo de tabaco dentro de casa e parentes bebâdos ou de ressaca, rodeiam agora a 'nova' infância de Alexandra".
Leiam, e pensem, talvez repensem as próximas decisões ou mudem de profissão.

O mais grave de tudo

O mais grave de tudo o que se passou no BPN e de tudo o que resulta da intervenção de Oliveira e Costa na Comissão de Inquérito, é o facto de esta gente ter governado o nosso País.
Foram ministros, ajudantes de ministros, dirigentes partidários, tiveram influência e geriram o dinheiro público.
O dia de ontem ficou marcado pela comprovação do miserável estado da nossa democracia – uma democracia sem qualidade - e pela ineptidão de quem nos governou e, possivelmente, ainda nos governa.
Portugal, apesar desta gente, lá vai sobrevivendo, sendo, inquestionavelmente, um “caso de estudo” para quem pretender saber como não se deve estar na vida pública.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Bater o adversário no seu campo

O PSD marca presença nas diferentes redes sociais na Internet, numa "estratégia de envolvimento" com os portugueses, com as atenções centradas de momento na candidatura ao Parlamento Europeu encabeçada por Paulo Rangel.
Face a um governo que fez do desenvolvimento tecnológico uma das suas metas e que apelou a um "choque tecnológico" como forma de dinamizar o desenvolvimento, esta estratégia do PSD passa por "bater" o adversário no seu campo.

sábado, 23 de maio de 2009

Espectáculo degradante

Ontem assistiu-se, na TVI, em directo, a um dos espectáculos mais degradantes dos espaços noticiosos da televisão portuguesa.
Apesar de estarem bem um para o outro, o Bastonário da Ordem dos Advogados comprovou os motivos porque se deve ir embora e permitir que a Ordem dos Advogados volte aos patamares de dignidade que ele em pouco tempo delapidou.
E, contrariamente ao que diz, hoje, o Expresso, não são, apenas, os grandes escritórios de advogados que querem ver Marinho Pinto fora da Ordem. Qualquer advogado de bom senso quer o mesmo. A questão dos grandes escritórios é outra, mas isso fica para mais tarde.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

E não se pode "erradicá-lo"?

Belmiro de Azevedo, que em tempos manifestou a vontade de "erradicar" o Prof. Marcelo Rebelo de Sousa, não vê os “sinais de alívio" que se vão sentindo na nossa economia, na visão do ministro das Finanças Teixeira dos Santos.
Eu confesso que também não vejo e acredito que muitos portugueses sofrerão, igualmente, de uma forte miopia que os impede de ver a retoma.
Mas de uma coisa estou convencido, não é com medidas "pseudo neo-liberais," defensoras de um "capitalismo selvagem" levado ao extremo, como as que são defendidas por Belmiro de Azevedo, um gestor manifestamente fora de prazo, que se conseguirá inverter a situação.

Empate técnico ou pronúncio de derrota?

O Expresso "online" divulga, hoje, uma sondagem que dá o empate técnico entre o Partido Socialista e o Partido Social-Democrata, nas eleições para o Parlamento Europeu.
Esta sondagem constitui uma clara derrota para os socialistas e para a sua estratégia eleitoral.
Do empate à derrota vai um caminho estreito que pode ser ultrapassado com inteligência, trabalho e imaginação.

Quando a ausência de mortes é notícia de primeira página

O site oficial da GNR informou que a Unidade Nacional de Trânsito da GNR registou, ontem, 211 acidentes de viação, dos quais não resultaram mortes, tendo sido detidos 40 condutores por excesso de álcool, falta de carta de condução e outros motivos.
Se este é um motivo de satisfação para todos os que desejam que as estradas deixem de ser locais de morte, não deixa de ser preocupante que a ausência de mortes na estrada seja notícia de primeira página.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

O Veto Presidencial

O Presidente da República vetou, e bem, a lei da concentração dos meios da comunicação social, em nome da qualidade da democracia.
Espera-se que, igualmente em nome da qualidade da democracia, vete a lei do financiamento partidário.
Os partidos políticos, possivelmente, acabariam por agradecer esta intervenção presidencial e os portugueses poderiam ter a certeza que a Presidência da República estava atenta às "noites lunares" partidárias.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Para memória futura

A demagogia não faz parte do meu léxico, pelo que, em nome da transparência, gostaria de saber o nome dos desembargadores do Tribunal da Relação de Guimarães que decidiram entregar a menor Alexandra à mãe biológica.
Para que mais tarde sejam elogiados por esta decisão, que devolve a criança ao seu país e que vai permitir que ela adquira um desenvolvimento social e educacional bem superior ao que teria se ficasse em Portugal.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Ainda vai a tempo?

A sondagem publicada pelo Correio da Manhã, no passado fim-de-semana, dá a vitória, nas eleições europeias, ao Partido Socialista, com a vantagem de seis pontos percentuais, que se traduziria na eleição de mais um deputado do que o PSD.
Independentemente da interpretação que se queira ter dos resultados e do facto de uma sondagem não ser mais do que isso, a verdade é que, nas várias vertentes do estudo, o candidato socialista fica à frente do candidato social-democrata.
Já se sabia que Paulo Rangel não iria ter uma tarefa fácil e que precisaria de um forte empenho do PSD para ganhar em Junho.
Resta saber se a entrada na campanha de Manuela Ferreira Leite e de toda a estrutura social-democrata farão inverter esta sondagem.
Porque o actual líder parlamentar não pode ser um "homem só" nesta cruzada para o ciclo de vitórias eleitorais anunciados pela Presidente do partido.

sábado, 16 de maio de 2009

Os círculos concêntricos do medo e a crise das leis penais

O Ministro da Justiça culpou o Ministério Público pelo estado da Justiça – a penal, logicamente – e o Procurador-Geral da República devolveu as críticas, imputando o mau funcionamento às leis penais – que são efectivamente más - e à falta de recursos humanos.
Como diria um dos mais conhecidos directores de “semanários” em Portugal, têm os dois razão.
O Ministério Público não está bem, as leis penais são más e os recursos humanos escassos.
Desta trilogia negativa, os responsáveis pelo Ministério Público e o Governo deveriam retirar as devidas consequências.
Nem o Ministério Público está inocente em todo este processo, nem o poder político pode eximir-se às suas responsabilidades.
O grave disto tudo é que os círculos concêntricos do medo, ou seja, o receio de que se divulgue tudo o que sabe sobre determinadas situações, por força de um poder sem controlo em contraponto a um poder com mácula, acabam por se fechar sobre si. Romper estas lógicas e estes círculos, num mundo em crise e numa sociedade sem rumo e sem futuro, é cada vez mais difícil.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

A derrota anunciada

O Governo e em especial o primeiro-ministro estão a fazer, correctamente, o trabalho para sofrer uma derrota humilhante no ciclo eleitoral deste ano.
O Governo e o partido que o suporta na Assembleia da República deslocaram da realidade e vivem num limbo virtual, sem qualquer correspondência com o país que juraram governar.
Sem hesitações, só resta à oposição fazer o seu trabalho, que não pode fixar pelos mínimos, para confirmar a derrota anunciada.
Sem dramas, com serenidade, o mapa cor de rosa de Portugal vai ficar reduzido a algumas pequenas bolsas, sem significado.
Os portugueses vão dar uma nova oportunidade à oposição, que se espera que não seja perdida.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Vender ilusões

As acções da Impresa seguiam a negociar em forte alta na sessão de hoje, avançando mais de 5%, animada pela notícia avançada hoje de que os canais privados pretendem que o governo elimine a publicidade da RTP, o canal público de televisão, tudo "segundo os analistas e operadores contactados".
Este é um dos exemplos da irracionalidade da economia e da volatilidade das bolsas e da "influência" para puxar as cotações das empresas, sem que exista qualquer verdade ou facto relevante

terça-feira, 12 de maio de 2009

Quem seduz quem?

Na visita de Estado à Turquia, o Presidente da República "aconselha", e bem, aquele País a seduzir a Europa.
Mas o inverso também é verdade, ou seja, a Europa deve seduzir a Turquia a aderir a um projecto Europeu, global e desenvolvimentista, no respeito pelas idiossincrasias de cada povo.
Uma Europa centrada nos cidadãos, na liberdade, nos direitos humanos, no direito à cultura e à religião, que devem ser os factores da unidade e não da divergência.
O grande problema irradia dos dirigentes europeus, que deveriam ser um exemplo para os outros povos mas que, infelizmente, não passam, na sua generalidade, de "mangas de alpaca", cinzentos e com um acentuado espírito de "merceeiro", numa concepção pejorativa do termo.
Por isso, a sedução tem de ser recíproca, dinâmica e construída no respeito pelo espaço multi cultural de uma Europa que, ou se consciencializa dos graves problemas sociais e económicos que a corroem, ou se afundará em conflitos regionais.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

A ignorância e a vaidade têm um preço

Eu, e mais algumas pessoas, avisamos, ao longo dos últimos anos, que os bairros sociais seriam focos de violência que ultrapassavam o mero caso de polícia.
Os políticos, e alguns magistrados do ministério público, teimavam em dar prevalência ao combate aos "crimes de colarinho branco" porque, além do mais, são mais mediáticos.
O pior é que as cidades de Lisboa e Porto possuem, às suas portas, autênticas bombas relógio, que podem causar danos irreparáveis à democracia, pondo em causa a liberdade, face ao apelo a uma política securitária com mãe de ferro.
Agora, com o SIS em campo, com as polícias em "estado de guerra", os políticos e os responsáveis do ministério público que descalcem a "bota", antes que seja tarde.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Estilos de Vida

Vital Moreira demarcou-se dos dislates de Manuel Pinho, um ministro que José Sócrates gostaria de ver pelas costas o mais rapidamente possível.
Basílio Horta agradeceu o apoio de Pinho! Enfim, duas formas de estar na vida, um deles um homem inteligente, o outro, um homem com sentido das oportunidades.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

O que sabe Cavaco Silva?

Cavaco Silva disse ontem, de forma clara, que está bem informado e que, por esse motivo, não haveria razão para perder a confiança em Dias Loureiro.
Este conhecimento dos factos e da situação do País, natural face ao cargo que exerce, poderá ser o motivo determinante para a insistência na necessidade de um governo de bloco central após as eleições.
Das duas uma, ou Cavaco Silva quer acabar o seu primeiro mandato com serenidade e sem grandes sobressaltos e não vê com bons olhos a existência de um governo de minoria ou que sobreviva com o apoio da esquerda mais radical, ou então, por força do seu profundo conhecimento da situação real do País, o bloco central é a única solução, face ao descalabro das contas públicas, ao aumento do desemprego e à falência das empresas. Por outras palavras, o Presidente da República saberá que vivemos virtualmente e que a realidade, quando bater à porta, vai traduzir-se num vendaval de conflitualidade social.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

"Papa maizena", sinecuras e outras coisas

O ministro da Economia, Manuel Pinho, afirmou, ontem, que o deputado do PSD, Paulo Rangel, «tem de comer muita papa Maizena para chegar aos calcanhares de Basílio Horta».
Isto diz tudo do estado a que chegou o debate político em Portugal e do elevado nível intelectual dos nossos governantes.
Além do mais, por que a memória é essencial para a clarificação das coisas, talvez fosse útil ao Ministro Manuel Pinho ler o que Basílio Horta disse de Mário Soares e este daquele, numa disputa eleitoral para a Presidência da República.
Não é por nada, mas a coerência não tem preço, apesar de alguns se venderem por umas "sinecuras" que vão de Paris ao Mundo.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Pela liberdade e pela democracia, em defesa dos direitos humanos

A Comissão Europeia lançou o Prémio Lorenzo Natali de 2009 para os jornalistas empenhados na defesa dos direitos humanos, da democracia e do desenvolvimento
Por ocasião do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, a Comissão Europeia lançou oficialmente o Prémio Lorenzo Natali de 2009. Este prémio, promovido em parceria com os Repórteres sem Fronteiras e a Associação Mundial de Jornais, recompensa os jornalistas empenhados na defesa dos direitos humanos, da democracia e do desenvolvimento.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

"Primeiro estranha-se e depois entranha-se"

Fernando Pessoa criou um magnífico slogan para a publicidade à Coca-Cola, a bebida proibida pelo regime de Salazar, numa das manifestações anti-americanas secundárias e redutoras.
A memória deste slogan ocorreu-me face à insistência de diversas “personalidades” quanto à necessidade de constituição do Bloco Central, como forma mágica para resolver a “grave crise económica” do país e a vantagem da estabilidade política, traduzida numa maioria, centrada entre os dois maiores partidos.
O regresso do “centrão”, figura esconjurada por muitos daqueles que agora o recebem de braços abertos, configura-se algo de duvidoso, para não dizer de profundamente aberrante.
Porque não acredito na boa fé de quem defende esta solução, que é manifestamente “coxa” e contrária ao natural desenvolvimento da luta e do confronto partidário, sendo fortemente redutora e potenciadora de radicalismos, à esquerda e à direita, estou convencido que existe um “gato escondido com rabo de fora”.
Nestas circunstâncias importa determinar quem tira vantagens de tanta unanimidade em torno do bloco central e da ingovernabilidade do país, se não houver uma maioria absoluta e caso se confirme o crescimento da votação à esquerda, em concreto no Bloco de Esquerda.
A conclusão só pode ser uma: o partido do governo é o único, neste momento e no actual quadro, a poder retirar vantagens desta tese, ou seja, a pressão sobre a necessidade do Bloco Central a par do perigo do crescimento do Bloco de Esquerda pode levar os eleitores moderados a dar a maioria absoluta a José Sócrates.
Os defensores da ideia – do Bloco Central – insistem maciçamente nela, porque sabem que “primeiro estranha-se e depois entranha-se” e apostam nesta pressão para conseguir os seus objectivos de provocar uma reacção negativa, de rejeição, que leve à inversão das sondagens e dê a maioria absoluta ao PS nas legislativas.
Tudo tão “clean”, tão simples, direi mesmo simplório, que me espanta que alguns dos mais conceituados comentadores políticos do nosso país reivindiquem com tanto empenho a sua autoria.