domingo, 30 de janeiro de 2011

Uma chávena de chá calmante faz bem para crises de histerismo.

Enquanto, ainda, militante do PSD, apesar de não ter votado em Paulo Rangel, gostei da posição que ele assumiu, mandando Paulo Portas tomar uma chávena de chá (para se acalmar), em contraponto ao silêncio de Passos Coelho que, como já escrevi, cometeu um tremendo erro em abrir a porta a uma eventual coligação com um dirigente político pouco recomendável para coligações de governo.


quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Passos Coelho abriu uma porta, Portas quer escancará-la!

A exigência de Paulo Portas para uma aliança pré-eleitoral com o PSD resulta de um erro estratégico de Passos Coelho que reafirmou, vezes demais, que faria uma coligação governamental com o CDS, mesmo se obtivesse uma maioria parlamentar.
Paulo Portas já percebeu que o peso do CDS pode ficar reduzido em consequência do voto útil no PSD e, antes que seja tarde, avança com esta proposta para delimitar os campos e reduzir os prejuízos.
Passos Coelho já deveria saber que Portas não confiável e não possui um carácter recomendável para parceiro de coligação.
A coisa funcionou mais ou menos com Barroso, mas a história se encarregará de explicar as reais razões para que tal tivesse acontecido. Porém, se Barroso não tivesse ido para Bruxelas, talvez o final fosse menos feliz.
O PSD está sequioso, e ansioso, por ir para o poder e tudo fará para que se instale uma crise política de graves consequências, sem parar para pensar que, caso ganhe as eleições – o que não pode ser dado como adquirido – será o novo governo a ter de resolver esses problemas.
No meio de tudo isto está o País e os portugueses que acabarão, sempre, por pagar a crise.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Uma economia a caminho do descalabro ou a necessidade de se repensar algumas coisas?

O incumprimento nos pagamentos dos serviços básicos atinge níveis preocupantes. Os bancos, seguradoras, instituições de crédito ao consumo e prestadores de serviços públicos essenciais são as empresas que mais processos de dívida têm a correr nos tribunais. Este é um sinal da crise económica, mas também de uma cultura de incumprimento, uma vez que, muitas das famílias que deixam de proceder ao pagamento destas prestações, não prescindem de outras coisas. E com a demora nos tribunais, o efeito dominó que a situação provoca arrasta a economia para o descalabro. Talvez fosse tempo de se repensar a sociedade e encontrar outras formas de resolver estes litígios, libertando os Tribunais para funções mais nobres para a sociedade e para a realização da Justiça.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

A paragem, no tempo, do site da Ordem dos Advogados

O site da Ordem dos Advogados há cerca de um mês que tem as mesmas notícias, ou seja, não é actualizado. O que se passa? Será que vai acabar ou que deixou de ter interesse mantê-lo em funcionamento?

domingo, 23 de janeiro de 2011

Amanhã é outro dia, quer se queira, quer não.

Hoje encerrou-se um ciclo e amanhã, para todos os agentes políticos, será, inevitavelmente, outro dia. O que se espera é que se pense Portugal e os Portugueses, porque a situação está "preta", como diria Chico Buarque da Holanda e porque a política tem de levar outro rumo, para defesa da República e do Estado de Direito Democrático.
A partir de amanhã importa pensar no futuro, não só no futuro imediato, mas, fundamentalmente, no futuro a médio e longo prazo, sob o risco de nos transformarmos no "Parque Jurássico" da Europa ou na "Aldeia Gaulesa", sem o Astérix e o Obélix, para gáudio dos restantes europeus.
Amanhã é outro dia, não o dia dos amanhãs que cantam, como imaginam os comunistas, mas um amanhã real, de dificuldades e de luta por um País diferente, solidário, desenvolvido e democrático.

sábado, 22 de janeiro de 2011

O dia da reflexão, uma aberração dos nossos legisladores!

O dia da “meditação”, ou da reflexão, foi uma das grandes aberrações que os nossos legisladores inventaram.
Para que serve este dia? Para nada, rigorosamente nada, a não ser para higienizar as nossas mentes de campanhas eleitorais despidas de interesse.
Ao “sétimo dia”, os portugueses descansam das arruadas, das frases feitas, da demagogia, dos gritos e dos tambores.
Amanhã, aqueles que quiserem irão votar, mas a decisão já está tomada, com ou sem dia de reflexão. Seria mais útil acabar com as pré-campanhas (que, na verdade, não têm suporte legal), reduzir o tempo de campanha a uma semana e encurtar o tempo para a tomada de posse dos novos eleitos.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

"Uma campanha triste"

Repito o que já todos disseram, mas tenho de o fazer, esta foi uma campanha triste, sem qualidade, sem ideias para Portugal, uma campanha de terceiro-mundo. Lamentável e vaticinadora de um cada vez maior afastamento entre os portugueses e os políticos. Se a abstenção rondar os 60% a coisa ainda será mais grave. Talvez seja tempo de se repensar o regime.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

A caça ao voto não justifica que se percam os princípios.

Cavaco Silva, ontem, em Aveiro, elogiou Paulo Portas. Confesso que já nada me admira e que em campanha eleitoral, a caça desesperada ao voto pode, para alguns, valer tudo. Mas esperava que o candidato tivesse memória e princípios políticos. Afinal não os possui. É um candidato desesperado à procura de fugir à segunda volta das presidenciais. Nada mais do que isso. Porque se assim não fosse, mesmo aceitando o apoio do CDS, não poderia elogiar Paulo Portas, que fez do combate a Cavaco Silva e a alguns do seus mais próximos a bandeira para a sua promoção, enquando director do Independente.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Um político profissional pode ser descarado, mas descaramento tem limites

Cavaco Silva tem sido levado ao colo por uma comunicação social que o próprio classifica de "macia". O que, em relação a ele, vá-se lá saber porquê e comparando com o tempo em que ele foi primeiro-ministro é, no minímo, estranho.
Mas esta é uma evidência, clara, que resulta da análise aos trabalhos jornalísticos e ao comentário político: para todos eles, Cavaco Silva nem precisaria de fazer campanha, porque a eleição era mais do que certa, consensual e desejada pelos meios da comunicação social.
De repente, e quando se esperava que o candidato fizesse uma campanha serena, tratando de questões de Estado, impulsionando o País de forma positiva para o combate à crise económica e social, confrontamo-nos com uma campanha agressiva, violenta, radicalizada e de contraponto ao governo, como se Cavaco Silva estivesse a disputar umas eleições diferentes.
A realidade é que, como o próprio declarou à exaustão, os poderes do Presidente são limitados constitucionalmente e a separação de poderes não lhe confere acção ao nível executivo. Para que isso acontecesse seria necessário mudar o regime, coisa que o próprio não propõe, nem está na agenda política.
Mas, mais estranho ainda, é a acusação que fez à comunicação social, "macia", de não mostrar o "mar de gente" que o acompanha por esse País fora.
A acusação confirma os sinais de nevorsismo que se apoderaram do candidato, que vê a vitória por 60% a 70% descer para a barreira dos 50% e, eventualmente, para uma segunda volta.
Esta é a grande preocupação de Cavaco Silva que, num quadro de crise política, pretendia ver reforçada a sua legitimidade, com o voto mais que expressivo dos portugueses, para intervir, activamente, nas questões da governação.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Ontem/Hoje dormi melhor, porque fiquei a saber o valor da aposentação da Primeira Dama de Portugal

Ontem, eu e milhões de portugueses ficámos mais tranquilos porque soubemos - contado pelos próprios - o valor da aposentação que a Primeira Dama recebe e, mais importante, que depende do marido. Mais não fosse, por esse motivo -o de ajudar o marido a apoiar a Primeira Dama -, os portugueses deveriam votar no marido para que a Primeira Dama não fique refém dos oitocentos euros da aposentação.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Sarah Palin, o lado negro da democacia.

Sarah Palin representa o lado mais negro da política e da democracia, porque é radical, xenófoba e profundamente imbecil.
O Tea Party é o outro lado tenebroso da actividade política e que pode, por força da crise económica, congregar cidadãos desesperados.
Em Portugal também temos quem queira ser "saran palin" (igualmente incultos e imbecis) e partidos que querem aproveitar a crise para dominar a democracia. Resta saber se a crise económica e social os levará para o poder. Na Alemanha, do final dos anos trinta, tudo começou assim

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Que questão mais estranha!

Cavaco Silva chamou, esta quarta-feira, a atenção para a necessidade de saber de "onde vem a procura da dívida portuguesa". O candidato garantiu que sabia como estava a correr a operação, mas não tinha informação sobre quem estava a comprar. "Sou economista e chegam-me informações dos mercados", referiu durante a campanha eleitoral em Seia.
Esta declaração do candidato Cavaco Silva é estranha, curiosa e lamentável, para quem se arvorou em arauto do mercado e anti todos os que criticavam a pressão do mercado sobre a dívida soberana portuguesa.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

A impaciência dos "jovens(?) turcos" e a necessidade de alguma ponderação

Depois da apressada entrevista de Pedro Passos Coelho, possivelmente pressionado pelos "jovens/velhos turcos" da sua comissão política, foi útil a ponderação de Paula Teixeira da Cruz para evitar danos colaterais mais complicados.
Aprender é difícil mas torna-se fundamental para se alcançar alguma coisa. A sensação com que se fica é que os jovens/velhos turcos" do PSD não conseguem aprender nada, por muitos anos que tenham de actividade política (?).

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Campanha oficial e pré-campanha, para quê?

Começou (?) oficialmente a campanha eleitoral para a Presidência da República. Esta é uma das especificidades do nosso sistema eleitoral, que deveria ser alterada. Porque motivo deve haver uma pré-campanha e uma campanha? É uma das heranças do "PREC", do tempo em que a democracia era "jovem" e haveria necessidade de um profundo esclarecimento dos portugueses. Quer se queira quer não, a democracia já leva trinta e seis anos e os portugueses comprovaram, ao longo de sucessivos actos eleitorais, que sabem o que querem. Reduza-se os tempos para campanhas eleitorais, acabe-se com o financiamento público das mesmas e o ambiente político será mais respirável.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Os erros de Passos Coelho (pode ser que eu me engane)

O líder do PSD admite a necessidade de realização de eleições legislativas caso Portugal tenha de recorrer à intervenção do FMI, uma vez que "no actual quadro parlamentar, não é possível fazer nenhum governo que não inclua o PS, que actualmente está no Governo". Assim sendo, "mudar de governo significa, primeiro, ouvir os portugueses. E só um governo escolhido novamente pelos portugueses terá força suficiente para liderar a recuperação do País; não há outra alternativa."
Este é o primeiro erro de Passos Coelho, admitir que Cavaco Silva, numa circunstância destas, dissolva o Parlamento e convoque eleições legislativas antecipadas, sem certeza do resultado.
O segundo erro, é pensar que, com a realização dessas eleições, o PSD, sózinho ou com o CDS, conseguiria a maioria absoluta necessária para fazer passar as medidas de rigor na Assembleia Legislativa, esquecendo que a esquerda deslocaria para a rua os protestos contra essas medidas e a governação seria muito tumultuosa, de consequências imprevisíveis para o PSD e para o País.
O terceiro erro (que pode ser o primeiro) é apostar na intervenção do FMI, como forma de derrubar o governo e alcançar o poder. Os custos da intervenção do FMI serão brutais, ainda mais duros do que aqueles que já forma implementados.
O quarto erro, é não colocar a questão de outra forma, ou seja, que o Governo deve repensar toda a estratégia, reformular a despesa do Estado e incentivar a criação de riqueza. Porque, como dizia Sá Carneiro, em primeiro lugar está Portugal.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Manuela Ferreira Leite e a classe política

Manuela Ferreira Leite disse que a classe política está "desacreditada e afastada dos cidadãos". É verdade, todos já sabíamos e espanta-me que só agora é que a ex-presidente do PSD tenha feito essa descoberta.
Mas, admitindo que descobriu, tarde, esta realidade, admiro-me como é que ainda se mantém como deputada na Assembleia da República. Ou será que os deputados não são políticos?

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Mudar o sistema ou manter tudo na mesma?

Esta campanha presidencial dá-nos a dimensão do estatuto do Presidente da República no nosso sistema político: um misto de "rainha de Inglaterra" e de "magistratura de influência", sem que alguém consiga definir esse conceito, que navega ao sabor dos intervenientes e dos interesses.
Daqui que se coloque, obrigatoriamente, a questão: o País ganha alguma coisa com um Presidente eleito por sufrágio universal e com poderes limitados ou seria preferível uma outra solução?

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Malangatana

Conheci, pessoalmente, Malangatana, numa viagem a Moçambique, em 2001, salvo erro. Além de ser um enorme pintor, era um homem de trato simples e afável. Esta simplicidade, somente ao alcance de alguns, é o traço mais relevante de um artista que desenhou África como poucos.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

As redes sociais e a campanha presidencial.

Corre, na rede social FB, uma iniciativa contra a candidatura de Cavaco Silva, intitulada "o dia em que não vou votar Cavaco Silva".
As redes sociais são importantes na divulgação de mensagens políticas, como se comprovou na eleição de Obama, apesar da diferença entre Portugal e os Estados Unidos, ao nível da influência da Internet na formação da opinião.
Desde já discordo do tema apresentado porque, mais importante do que não votar Cavaco Silva é afirmar em quem se vai votar, ou seja, que existe uma alternativa a Cavaco Silva e que é nessa candidatura que se deve votar.
A verdade é que não basta "não votar" para inviabilizar a vitória anunciada de Cavaco Silva. É fundamental levar as presidenciais para uma segunda volta, onde tudo pode acontecer.

sábado, 1 de janeiro de 2011

O Mundo continua perigoso

Lá porque se saltou do dia 31 de Dezembro de 2010 para o dia 1 de Janeiro de 2011, o Mundo não deixou de estar perigoso.
Pelo contrário, está cada vez mais perigoso - e esta posição não é redutora, nem pessimista, mas sim realista - porquanto os protagonistas da "coisa" são os mesmos, que irão repetir os mesmos erros, em defesa de interesses pessoais ou de grupo, esquecendo que quando a "borrasca" chegar, também se afundarão.