terça-feira, 20 de dezembro de 2011

A criminalidade violenta e a demora dos governos e das autoridades policiais e de investigação criminal em realizar o combate.

Desde há vários anos que tenho escrito que o verdadeiro problema da criminalidade em Portugal  não está nos crimes de colarinho branco, mas na criminalidade violenta, nos gangues, na violência urbana e suburbana e no tráfico de droga, pois, como explicava um ex-alto dirigente da PJ, os crimes de colarinho branco podem ser combatidos a montante, com uma sociedade organizada e transparente e a criminalidade violenta não tem controlo.
O Ministério Público optou, sempre, por dar relevância aos crimes de colarinho branco, por serem mais mediáticos, em detrimento do que era mais grave para a sociedade portuguesa.
Agora, com o crescendo, inevitável, da criminalidade violenta, que seria previsível para qualquer observador minimamente atento, num quadro de elevada crise económica e social, o Governo e as autoridades policiais anunciam medidas para o combate ao crime violento.
Estas medidas já deveriam ter sido implementadas há muito tempo - e a responsabilidade é de todos os governos e das autoridades policiais e crimianais - mas não o foram porque, repito, não eram mediáticas e não davam protagonismo.
Face ao aumento e ao mediatismo dos actos criminosos, a classe política e as autoridades policiais perceberam que este combate poderia trazer dividendos políticos e avançam, tarde e a más horas, para ele.
Mais vale tarde do que nunca, mas para isso é fundamental que se altere a política criminal e que se defina como prioridade esse combate. Sem medo e com frontalidade. Porque a criminalidade violenta vai aumentar com a implosão social que se avizinha.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Emigre e leve consigo o Relvas.

Pedro Passos Coelho tem como solução para a nossa crise, ou como um dos vectores da reforma estrutural do País, o incentivo à emigração dos quadros portugueses.
Certamente que esta medida, uma das que já estava amplamente estudada antes das eleições, surgiu numa das reuniões dos cérebros do PSD e do governo, ao estilo dos conciliábulos da JSD, que é a única referência ideológica de Passos Coelho e de Miguel Relvas, ou seja, um vazio total.
Já agora, e como Passos Coelho é um gestor e um economista de reconhecidos méritos - aqui e lá fora - certamente que se emigrasse faria uma favor a Portugal, apesar de ser mau para quem o recebesse.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, mas neste tempo o que muda é a plasticidade de uma certa comunicação social, ajoelhada ao poder e com o "olho" na RTP.

Passos Coelho, na Cimeira Ibero-Americana, promoveu, junto do Presidente do México, o famoso computador "Magalhães". E dessa promoção resultou um bom negócio para a Sá Couto e para as exportações portuguesas. Curiosamente não li, nem ouvi, qualquer crítica a esta intervenção, correcta, e similar à que outros governantes fizeram no passado e que mereceram fortes críticas, desde lhes chamarem caixeiros-viajantes a outras coisas, nomeadamente que estavam a beneficiar a empresa criadora do computador. Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, mas neste tempo o que muda é a plasticidade de uma certa comunicação social, ajoelhada ao poder e com o "olho" na RTP.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

A venda da EDP, o administrador da empresa chinesa, a piada da transparência e a prenda de Natal aos alemães.


O administrador da empresa chinesa que concorre à privatização da EDP declarou que apenas pretendia transparência no processo de escolha da entidade compradora por parte do governo português. O admnistrador da empresa chinesa deveria ter acabado de ver algum filme dos “Monty Phiton” para contruir esta piada, que nos faz rir perdidamente. Já se sabe que a EDP vai ser vendida aos alemães, sem transparência e sem preocupação com os interesses do Estado. Possivelmente, não é por acaso que aos alertas de Cândida Almeida caíram em saco roto – e o Ministério Público não acompanha este processo- e que a Comissão Parlamentar que acompanha a aplicação do acordo com a troika não integra o directório para as privatizações. Talvez seja por isso que Psssos Coelho quer que a decisão seja tomada até ao Natal, porque é sempre bom, e fica bem, dar uma prenda “gorda” aos amigos. Por outro lado é aterrador, e colossal, o silêncio de alguns órgãos da comunicação social quanto a esta negociata, o que se entende porque a comunicação social, como se percebe pela alienação das participações da COFINA pela banca, passa por uma mudança que pode determinar uma nova fonte de poder e de influência. A partir daqui o administrador da empresa chinesa fica a perceber duas coisas: que a transparência não se aplica aos negócios do Estado e que o conceito de tráfico de influência ou de cunha também não se aplica a estes negócios.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Os tempos são de mudança.

A maioria dos comentadores, políticos e económicos, dizem que após a cimeira do nada, Cameron e o Reino Unido afastam-se da Europa - como se alguma vez lá tivesse estado - e que ficam isolados.
Isolados é um facto, uma vez que a "ilha" está rodeada de água por todo o lado e não possui - logicamente - ligação ao continente.
De resto, o Reino Unido sempre esteve afastado da Europa, quer por motivos políticos, quer por questões religiosas.
Para não falar das questões económicas, uma vez que manteve e vai manter a sua moeda, bem mais forte do que o euro.
Porém, nisto tudo, subsiste uma outra questão e que tem a ver com a globalização e com a saída para a produção das empresas do Reino Unido: para onde podem exportar e quem pode comprar a produção inglesa caso haja uma profunda recessão mundial? Esta dúvida é extensível a todos os países, ou seja, uma recessão mundial levará a um empobrecimento de todas as economias e a um conflito social global ou regional, que pode terminar numa guerra mundial ou em guerras regionais.
Neste quadro recessivo, as notações da S&P são questões menores, até porque essas agências deixariam de ter qualquer impacto ou acabariam, mesmo, por encerrar, por falta de negócio.
Os tempos são de mudança, resta saber para onde vamos mudar, se para uma mudança total do paradigma da sociedade, com a ascensão de uma nova estrutura política ou se a mudança é feita na continuidade até à próxima crise.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

A declaração de guerra da S&P à Europa.


O confronto entre a S&P e a Europa sobe mais um patamar, com a declaração de guerra daquela agência de notação financeira, que coloca a probabilidade elevada (40%) de uma recessão profunda na Europa. Sabendo nós que a S&P vive para o lucro, o interesse na derrocada da Europa só pode ter a ver com interesses de terceiros, que venham a beneficiar ou pensem em beneficiar desse colapso, e não com uma posição preocupada pelo futuro dos cidadãos europeus. Desde que se soube que Bruxelas estaria a investigar as agências de notação financeira, nomeadamente a S&P, as notícias sobre o fim do Euro (que pode ser uma realidade face à incompetência dos políticos europeus e à posição radical da Alemanha e dos seus aliados franceses), com o inevitável colapso da União Europeia e a falência das instituições financeiras e de alguns países dos vinte sete, tornou-se o campo preferido das agências, que deixaram de ser o mensageiro para passarem a ser parte, interessada, no que vier a acontecer.Tenho a convicção de que, dentro de um ano, caso o Euro acabe e a Europa entre em convulsão, ficaremos a saber quem lucrou com a intervenção das agências de notação financeira.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Morra Alberto dos Reis e o Código Processo Civil, morra!


Ontem senti-me confortado ao ouvir a Ministra da Justiça a manifestar a intenção de “matar” Alberto dos Reis e o anacrónico Código de Processo Civil, que é manifestamente um obstáculo a uma justiça célere, e o Desembargador Rui Rangel a confirmar que nunca houve a coragem de “matar o pai”, ou seja Alberto dos Reis.
E fiquei confortado porque há dez anos que ando a dizer isto enquanto muitos afirmavam que o Código de Processo Civil era a trave mestra do nosso direito processual, o que era uma afirmação errada e ancorada em preconceitos alimentados por um ensino do direito sem ligação à realidade e ao desenvolvimento da sociedade.
Agora, finalmente, tudo indica que o Código de Processo Civil vai ser “enterrado” e que o direito processual consegue a sua liberdade.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

A dominação da Europa pela Alemanha e a estratégia de Clausewitz aplicada aos novos tempos.


Se o "desenvolvimento é o novo nome da Paz", o controlo das finanças públicas é o novo nome da "invasão dos países por uma força estrangeira".

Berlim e a Sra. Merkel querem jogar um novo jogo, no âmbito de uma estratégia de ocupação que, em vez de ser militar, se traduz numa dominação sem derramamento de sangue, mas humilhante e castradora da liberdade dos cidadãos.

Aquilo que se via em filme - uma corporação a mandar no Mundo - ameaça transformar-se numa triste realidade, com um CEO - Merkel - a mandar nos seus empregados - os europeus.

 A guerra é uma continuação da política por outros meios”. A antítese dessa ideia é a visão de que a guerra é puramente um duelo entre duas vontades – uma “luta-livre”, para uma analogia mais apropriada. Ao analisar ambas as ideias, chega-se a síntese que constitui um dos principais pontos da abordagem de Clausewitz: a guerra nunca é ilimitada, sendo sempre restrita por objectivos políticos e outros.

Segundo Clausewitz o objectivo de  uma guerra é o de desarmar o oponente, ou seja, destruir efectivamente a capacidade do oponente de guerrear.

Se – para alguns - a teoria de Clausewitz se tornou ultrapassada com o início da Guerra Fria, a verdade é que a actual circunstância da Europa, obriga a reanalisar a teoria Clausewitz e os seus conceitos estratégicos, os quais estão a ser seguido pela Sra. Merkel nesta “invasão silenciosa” da Europa.

As superpotências da segunda metade do século XX atingiram aquilo que é o objectivo supremo de um Estado clausewitziano: destruir uma imagem especular de si mesmo. Com o advento das armas nucleares, elevava-se o preço de uma guerra de tal modo que apenas formas limitadas de combate seriam possíveis sem a destruição do mundo.

Porém, com a crise financeira, os detentores do poder económico-financeiro, possuem uma nova “bomba atómica” que, sem danos colaterais, atinge os mesmos efeitos, a dominação dos outros países, sem a sua destruição.

É este o caminho seguido pela Sra. Merkel, de forma racional, fria e objectiva, com a conivência, mais uma vez, tal como na II Guerra Mundial, de um “general” francês.

domingo, 27 de novembro de 2011

Fado


Goste-se ou não do Fado, a verdade é que esta forma de espressão portuguesa consubstancia uma cultura que é reconhecida em todo o Mundo e que mereceu ser reconhecida como Património Imaterial da Humanidade. Não alinho na tese da vantagem económica do reconhecimento, mas a verdade é que a cultura e o turismo cultural têm uma dimensão que não deve, nem pode, ser esquecida.
Vamos comemorar este momento e desafiar o Governo para promover a nossa cultura, que não é só o Fado, e que pode dar um contributo para a redução do défice, porque a vida não se esgota nas contas públicas, mas a vida pode ser condicionada por essas contas.


sexta-feira, 25 de novembro de 2011

O agravamento do IVA sobre as bebidas alcoólicas, Pires de Lima e o apelo de um apoiante do Governo.

Pires de Lima acusou o governo de ser bipolar na questão do IVA sobre as bebidas alcoólicas, facto este que poderia colocar no desemprego centenas de trabalhadores e em vez de aumentar a receita fiscal provocar uma redução dessa receita.
É evidente que Pires de Lima fala assim porque o agravamento do IVA sobre a cerveja levará à redução do consumo e a uma diminuição dos lucros da sua empresa.
Comoventemente, pediu ao governo que repensasse esta situação, que agrava as empresas de apoiantes da maioria.
Para além de não ser de bom-tom invocar este apoio como fundamento para uma mudança de política, Pires de Lima deveria pensar que aquilo que acontece no seu sector vai suceder em todos os sectores que vêem a taxa do IVA aumentada, o que determinará uma redução do consumo, desemprego e abrandamento da economia, além de uma redução da receita fiscal que não compensará o agravamento fiscal.
Estes são os fundamentos para a revisão do acordo com a “troika”, porquanto sem crescimento económico não haverá receita fiscal e o empobrecimento do País será uma realidade.
À margem destas considerações Pires de Lima defendeu que o valor a pagar ao BCE e FMI até não era elevado, uma vez que o dinheiro está caro, sem questionar que partes dos juros, que atingem quase metade do valor do empréstimo, derivam do elevado spread que é aplicado por essas entidades ao nosso País. Será que num plano de resgate a um País em dificuldade, em que o riso existe, mas não é a essência da coisa, se justifica um spread de 4%?

sábado, 19 de novembro de 2011

A negociação da estrutura accionista do BCP conversada entre Passos Coelho e Eduardo dos Santos, ou a intervenção do governo num banco privado.

O governo de José Sócrates governamentalizou e partidarizou o Banco Comercial Português, independentemente de os actos praticados pela administração demitida serem, ou não, passíveis de uma análise crítica em sede penal.
Esta atitude foi criticada – e bem - pelo PSD e por muitos comentadores económicos e políticos, que colocavam em causa a bondade dessa acção intervencionista do governo socialista.
Agora, o Expresso vem dizer que Passos Coelho negociou com José Eduardo dos Santos a recapitalização do banco e o reforço da posição da Sonangol na estrutura accionista, ou seja, o primeiro-ministro de Portugal, numa viagem oficial, negociou com o Presidente de Angola, a entrada de dinheiro angolano num banco privado, no qual o Estado não manda e, que se saiba, a cuja administração Pedro Passos Coelho não pertence.
Estranhamente não li, nem ouvi, qualquer comentador ou qualquer reacção dos partidos da oposição quanto a esta intervenção do governo na gestão de um banco privado.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Os funcionários da "troika" e a necessidade de uma explicação como se fossem muito burros

Os funcionários da“troika” querem que os privados cortem nos vencimentos, por forma a tornar a economia portuguesa mais competitiva, por via da redução dos custos do trabalho (já agora poderiam começar por reduzir a verba que recebem pelo acompanhamento e ficarem em hóteis de duas estrelas quando vêm a Lisboa).
O Jornal de Negócios explica – como se os funcionários da “troika” fosse muito burros – que a redução dos vencimentos implicaria, directamente, uma redução da receita fiscal e um novo buraco colossal.
Além dos efeitos directos, temos de contar com os efeitos indirectos, ou seja, com a redução dos vencimentos haveria, inevitavelmente, uma redução do consumo interno, que poderia não ser compensado pelo aumento das exportações, face à situação económica recessiva no Mundo, o que determinaria uma redução da arrecadação fiscal em sede de IVA.
Tudo isto é muito simples e muito claro, que até um burro, muito burro, entende, mas que parece que deve ser explicado com desenhos e muita paciência aos funcionários da “troika”.
De tal forma é evidente que as entidades patronais defendem que o aumento da competitividade passa pelo aumento do número de horas de trabalho e não pela redução dos vencimentos, porque percebem que a redução dos vencimentos implicaria uma redução substancial do poder de compra, que já é muito baixo.
Infelizmente, estes funcionários de quinta categoria, como lhes chamou Fernando Ulrich, ou não sabem o que estão a fazer, ou estão a abrir o caminho para a agitação social, que pode desencadear um conflito mundial. Confesso que estou a ficar farto de imbecis.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

À beira de um conflito nuclear ou mera manobra de diversão ?

As forças armadas russas admitem utilizar armas nucleares em conflitos regionais. Daqui à sua utilização em outros conflitos vai um pequeno passo. E como  Mundo está, este passo pode ser bem mais pequeno do que se pensa.
Também podemos admitir que esta declaração de intenções não passa de uma manobra de diversão e de uma forma de chatagem política sobre uma Europa cada vez mais fragilizada e à beira da ruína.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

A crise sistémica do Euro, a suspensão da democracia e a falácia de Cavaco Silva e Passos Coelho

Durão Barros veio dizer que a crise do Euro é sistémica, acompanhando as mais recentes posições de muitos responsáveis europeus. A UE quer regular a acção das agências de rating, as quais são co-responsáveis – sem que isso desculpe a má acção dos governos – na crise financeira.
Os mercados- os famosos mercados – começam a ser questionados por todos os políticos, até por Cavaco Silva.
A democracia está em vias de ser suspensa, com a ascensão ao poder de chefes de governo que não são eleitos, mas que são ex-funcionários da Goldman Sachs ou colaboradores da Trilateral.
Mas então a crise não era só portuguesa? Cavaco Silva dizia que sim. Mentia, porque sabia que não. Passos Coelho dizia o mesmo. Mentia, porque sabia que não! Cada dia que passa, os factos vão colocando em crise as posições de Cavaco Silva e de Passos Coelho. A única questão em aberto, em Portugal,diz respeito a quem manda no País, se Cavaco ou Passos e os seus amigos, ou o poder oculto da Goldman Sachs.

domingo, 6 de novembro de 2011

O desmentido hipócrita.


O Expresso, o “navio almirante” do grupo Impressa, como lhe chamava o pai do Nuno Vasconcelos – às de mãos de quem irá morrer este grupo, com a colaboração do Governo -, publicou uma entrevista com António José Seguro, dando-lhe, em caixa, na primeira página, para aumentar as vendas, o destaque de que o Secretário-Geral do PS “até queria votar favoravelmente” o OE para 2012. Quando o navio se está a "afundar" vale tudo para obter receitas, além do "frete" ao governo - de quem se espera a salvação. E caso não tivesse havido uma reacção enérgica a este título, seria esta a mensagem que passaria para os leiotres e para os portugueses. Depois, lá veio, o desmentido, mas os objectivos estavam alcançados, ou seja, o objectivo de lançar a confusão e tentar branquear o OE para 2012 estava realizado.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Os iluminados portugueses e o iluminado primeiro-ministro grego

Um dos “iluminados” da nossa política caseira - Manuel Maria Carrilho -, a par de um conjunto de pseudo-iluminados do comentário político ficaram extasiados com a “coragem” do primeiro-ministro grego em devolver a palavra ao povo, sendo esta posição um regresso à democracia que atemorizou os outros líderes da Europa.
Vejamos, desde já, este ponto, os líderes europeus são maus, fracos e manifestamente incompetentes, sem estatura de Estado e sem ideias para a Europa ou para os seus países.
Mas, este facto, real, em que a par deste conjunto inapto que dirige a Europa, está um conjunto de eurocratas ainda bem mais perigoso – dos quais fazia parte o nosso actual Ministro das Finanças – não implica que Papandreou seja um génio da política, ou qualquer outra coisa.
O que o homem quis fazer foi uma habilidade “manhosa”, para salvar a pele, tal como os outros estão a tentar – mas parece que irão borda fora – e chantagear a União Europeia, num processo similar ao que lhes fizeram.
E aqui começou o primeiro erro do primeiro-ministro grego, ou seja, a União Europeia, porque Merkel e Sarkozy querem ganhar, também eles, as eleições, fizeram as contas e chegaram à conclusão que seria mais barato deixar a Grécia cair sozinha do que arrastar a Europa com ela.
Por sua vez, os bancos, certamente respaldados no apoio do Banco Central Europeu e nos Bancos Centrais, vieram, de imediato, recuar na redução da dívida, deixando a Grécia numa situação à beira do abismo, de que o tal génio da política é o único responsável.
A coisa até se torna relativamente simples, o dinheiro que iria para a Grécia vai para a banca, os gregos ficam com o dracma e quando precisarem de apoio financeiro ou vão à China, ou pagam o que devem.
É evidente que, pelo meio, pode acontecer um golpe de estado militar ou uma guerra civil. Mas a responsabilidade será, em exclusivo, do genial Papandreou. Depois quero ver o que dizem os nossos iluminados.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

A Europa precisa de expulsar a Grécia para sobreviver

A Europa só terá solução se os gregos foram entregues ao dracma e saírem do Euro. E quanto mais depressa melhor. Se possível ainda hoje deveria explicar-se ao governo grego que mais importante do que o primeiro-ministro salvar a pele, é a sobrevivência da Europa.
Depois de alcançarem um perdão substancial da dívida e uma redução dos juros, causando com isso elevados prejuízos às mais diversas entidades financeiras da Europa, os gregos deram, ontem, mais uma machadada naqueles que os iriam ajudar.
A Grécia não tem estrutura política e social para pertencer à Europa, apesar do seu passado, mas nem esse já pode servir para justificar o que quer que seja.
Das duas uma, ou a Grécia recua no referendo ou é expulsa do "eurolândia". Se nada disto acontecer, talvez a Europa não dure seis meses.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Não acredito neste governo

Sou daqueles que tem dúvidas e que se engana muitas vezes, como todos os humanos, embora haja uns que são mais humanos do que outros.
Este governo, ou melhor este projecto que ganhou as eleições contra José Sócrates, nunca me convenceu.
Compreendo a vontade dos portugueses em se verem livres de José Sócrates, quer pelos erros cometidos, quer pela pressão da comunicação social que apontou baterias ao ex-primeiro-ministro e que tudo fez para que ele fosse corrido, o que não foi do difícil face aos erros cometidos.
Compreendo, também, que as opções não eram muitas e que a alternativa de governo passaria, sempre, pelo PSD, sozinho, ou em coligação.
Mas esse facto não me impede de dizer que sempre tive as maiores reservas quanto à capacidade de Passos Coelho e os seus amigos em encontrarem uma solução para o nosso País que permitisse compatibilizar crescimento económico com o saneamento das finanças públicas.
Possivelmente esta será a “quadratura do círculo” mas a verdade é que se a Europa e Portugal não crescerem, a crise económica e social irá terminar em violência e, sem pretender ser “ave de mau agoiro”, numa guerra civil sem controlo, porque os partidos instalados irão perder a condução do processo de alternativa e deixam campo aberto para os movimentos de contestação, que serão dominados por instintos primários de sobrevivência.
Portugal vai empobrecer e, mesmo a nossa tradicional apatia e mansidão, pode transformar-se em violência, caso seja esse o caminho de outros países da Europa, nem que seja por via do mimetismo.
Este governo está a contribuir para isso, e nem a desculpa dos erros – reais – do passado, consegue evitar o desastre, se não arrepiar caminho.
Estamos perante um desafio tremendo, o maior desafio da nossa história, ou crescemos ou acabamos como País.

sábado, 29 de outubro de 2011

A Cimeira Ibero-Americana, a intervenção de Cavaco Silva e a clarificação das opções que levam ao empobrecimento de Portugal.

Cavaco Silva, na intervenção que fez na Cimeira Ibero-Americana, descobriu a perversidade dos mercados e a sua volatilidade, assim como os efeitos devastadores que tal facto causa nas economias dos países.
Ou seja, afirmou o contrário daquilo que, durante meses, andou a dizer em Portugal, isto é, que a culpa da nossa situação económica era, apenas e só, do governo de José Sócrates.
Já sem querer ir à origem do problema, que começa, precisamente, nos governos de Cavaco Silva, e admitindo, porque é uma realidade, os erros dos governos de José Sócrates, a verdade é que Portugal, tal como os restantes países da Europa, foram apanhados numa espiral de especulação financeira, em que se julgava que o “céu era o limite” e que levou ao descontrolo da despesa pública e privada.
Esta intervenção de Cavaco Silva vem comprovar a engano do que andou a dizer, e que nem sempre, como ele reafirma, é coerente, bem como o falhanço da afirmação “fetiche”, do: “eu já tinha avisado”.
Por outro lado, num quadro de crise internacional, com os problemas do desemprego a agravarem-se e a crise social a estoirar, a política de empobrecimento para a generalidade dos portugueses e de “engorda” para alguns, nomeadamente para os amigos do governo que irão adquirir as empresas públicas ao preço da chuva, é um erro colossal, que provocará a destruição do nosso País, em nome do sacrossanto ícone do ministro Gaspar, o economista Milton Friedman, cujas receitas foram já provadas pela Argentina e pelo Chile, com as consequências que se sabe e estão a ser um desastre na Grécia, apesar de este País ter especificidades próprias que merecem outro tipo de reflexão.
As coisas começam a ficar cada dia mais clarificadas e todos ficamos a saber ao que vêm os nossos governantes.
Resta saber se os portugueses se mantêm calados, amorfos e resignados, ou se reagem e repensam nas opções que tomaram e que colocaram no poder esta gente que vai destruir Portugal e levá-lo ao miserabilismo do inicio do século XX.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

A reunião do Conselho de Estado

A reunião de hoje do Conselho de Estado deve ser destinada a comemorar o 25 de Novembro e a lembrar a Passos Coelho como é que Ramalho Eanes e os militares mais moderados acabaram com a deriva esquerdista (PREC), que lançou Portugal no caos e destruiu a nossa economia e o tecido empresarial.

sábado, 22 de outubro de 2011

O pai do "monstro" e o "exterminador implacável".

Agradeço a Vasco Pulido Valente por, na crónica de hoje do jornal Público, confirmar aquilo que eu venho dizendo há muito tempo: o pai do “monstro” é Cavaco Silva.
Estendo os meus agradecimentos a Pedro Passos Coelho que, atacado por Cavaco Silva, relembrou-lhe a paternidade do monstro.
Passados os agradecimentos vamos ao que importa: o pai do “monstro” é o actual Presidente da República, o “exterminador do futuro”, do nosso futuro colectivo – se não for travado a tempo – é Pedro Passos Coelho e a sua equipa de "rapazolas" dos quais destaco Miguel Relva e essa figura tenebrosa que é Vítor Gaspar.
Cavaco Silva criou uma administração pública cara, excessivamente cara, tentacular e improdutiva, que aumentou exponencialmente os custos da despesa corrente do Estado.
Pelo meio destruiu a economia, a pesca, aplicou mal os Fundos Comunitários – desde o CCB à recuperação da Linha do Norte, passando pelo escândalo da formação que foi um saco sem fundo que nada acresceu aos portugueses – e depois partiu, angélicamente, com a fama de ter sido um bom primeiro-ministro.
Passos Coelho e a sua equipa estão a preparar minuciosamente a destruição do nosso futuro colectivo, tal como um “exterminador implacável”, em obediência a uma estratégia política e ideológica construída por seu mentor, e ex-patrão, Ângelo Correia e que o CDS subscreve, enquanto lhe for conveniente.
Desta guerra que se instalou entre Belém e S. Bento podemos chegar, facilmente, à conclusão que o responsável pelo passado é Cavaco Silva e o responsável pelo futuro é Passos Coelho (que ficará sozinho no momento do desastre, porque os outros – gente de mau carácter – se colocarão ao “fresco”).
Daqui decorre, inevitavelmente, que Guterres, Barroso, Santana Lopes e José Sócrates estão inocentes, tendo-se limitado a gerir a crise que Cavaco Silva criou e que conduziu o País a esta situação.
Por isso, a haver responsabilidade criminal – que é um perfeito disparate inventado por Miguel Relvas e a que um tolo presidente da JSD deu voz – a mesma é de Cavaco Silva e dos seus ministros e a responsabilidade do futuro é de Passos Coelho.
Ou seja, existe a exclusão da ilicitude no comportamento dos anteriores primeiros-ministros que foram vítimas das circunstâncias em que Cavaco Silva deixou o País.
Contrariamente, Passos Coelho quer lançar o País numa recessão e pobreza tal, que destruirá o que ainda resta da economia, numa acção política de terra queimada. Por isso será julgado, mais cedo do que se pensa.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Desta vez, nem o futebol vai ajudar o Governo.

A exibição da selecção portuguesa, ontem, foi confrangedora, tal como foi aterrador ver a incapacidade de Paulo Bento - de quem gosto muito - em mudar as coisas, fruto da sua teimosia, e ouvir as palavras do SE do Desporto, que em época de contenção não teve dúvidas em se deslocar à Dinamarca, para dizer que, de certeza, Portugal estaria no Europeu.
Portugal, possivelmente, até poderá ir ao Europeu, mas isso não vai ajudar Passos Coelho em nada, porque as duras medidas fiscais que vão chegar, o aumento do IVA  na restauração - um erro de palmatória e fruto da incompetência do ministro das finanças e do governo na sua generalidade-, o ataque ao desenvolvimento das empresas, impedindo a criação de riqueza, vai acabar por levar os portugueses a estarem mais preocupados com a sua situação do que com a ida de Portugal ao Europeu.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

O Congresso dos Advogados

Recebi as listas para votar nos delegados ao Congresso dos Advogados e depois de as ler e meditar, decidi votar em branco.Conscientemente.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

O candidato do CDS que liderou a lista candidata à Assembleia Legislativa da Madeira é um vigarista político.

O candidato a Presidente do Governo Regional da Madeira pelo CDS vai optar por ficar na Assembleia da República, renunciando ao mandato na Assembleia Regional da Madeira.
A primeira questão diz respeito à Lei Eleitoral, que deveria ser alterada para evitar que um deputado eleito para a Assembleia da República pudesse ser candidato à Assembleia Regional.
A segunda questão é ética, ou seja, tem a ver com a seriedade na política. E o candidato do CDS vigarizou os eleitores madeirenses. Não se limitou a enganá-los, vigarizou-os, porque este é o termo correcto, o que não me espanta vindo de um partido liderado por Paulo Portas.

domingo, 9 de outubro de 2011

E não se poderia acabar com a ERC?

Sempre defendi que a ERC não deveria existir, no quadro de um Estado de Direito. De resto, entendo que a regulação das mais diversas actividades, num processo de desregulação, deveria ser entregue a uma única entidade. Quando defendi esta posição fui criticado por alguns amigos porque diziam que estava a colocar em causa os cargos que amigos comuns ocupavam naquela entidade. Expliquei que era uma questão de princípio e que não tinha nada a ver com as pessoas em si.
Porém, no caso concreto da escolha de Carlos Magno para a ERC ficam confirmadas duas coisas: que a incompetência é a regra fundamental para o exercício de um cargo de topo e que a coluna de borracha é outro factor essencial. Carlos Magno não possui o perfil, nem a competência para o exercício do cargo, a não ser os favores que fez ao PSD, como fez ao PS, quando este detinha o poder.
Esta nomeação também vem confirmar que a atribuição da RTP à Ongoing está em marcha. Tudo negociado entre o grupo do Porto - espero que Rui Rio não tenha nada a ver com isto - e Miguel Relvas. De resto basta ver de onde vem, também, a jurista indicada pelo PSD e qual o escritório em que trabalha.

sábado, 8 de outubro de 2011

O futuro da banca em Portugal ou a ausência do mesmo.

A banca portuguesa só tem uma solução que passa pela fusão de dois ou três bancos, com reforço dos capitais, redução dos custos directos e indirectos e o aumento da eficácia da gestão. Portugal não possui dimensão para tantas instituições financeiras e, neste tempo de crise, esse facto ainda é mais notório. Resta saber quem tem a humildade, e a coragem, para dar o primeiro passo, porque essa fusão levará, inevitavelmente, a que alguns percam poder.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Vamos falar, com frontalidade e transparência, sobre o apoio judiciário.

Vamos lá ver se nos entendemos quanto ao apoio judiciário e às suas envolventes – expressão tão do agrado do ex-Procurador-Geral, Cunha Rodrigues – que colocam em causa o bom nome de muitos advogados e constituem a motivação para que se proceda a mudanças no sentido de beneficiar apenas alguns “amigos”.
Antes do sistema ser implementado, os advogados oficiosos eram quase sempre os mesmos, numa fórmula “nebulosa” nascida nas secretarias dos Tribunais.
Esse patrocínio tinha custos e seria útil comparar o seu custo com o custo do actual sistema, que não é perfeito, mas que recoloca os advogados que querem exercer o patrocínio judiciário e que não possuem conhecimentos nas secretarias, na mesma posição dos outros.
É evidente e constava no meio judiciário que alguns advogados aproveitavam as falhas informáticas do sistema para obter rendimentos indevidos. Neste particular concordo com o Presidente do Conselho Distrital de Lisboa que defende a sua expulsão da Ordem.
Mas, na sua maioria, os advogados que exercem – e continuam a exercer o patrocínio oficioso, apesar de não serem pagos, porque não têm contratos leoninos com o Estado – seria interessante saber quanto é que foi pago às grandes sociedades de advogados por pareceres que poderiam ter sido feitos pelo Ministério Público – fazem-no com dignidade, sem subterfúgios, sem habilidades, sem tentar defraudar o Estado. Inclusive, muitas das anomalias detectadas dizem respeito a procedimentos administrativos e não a obtenção ilícita de pagamentos.
Generalizar, como tenho ouvido, nos últimos tempos é lamentável, por duas razões: primeiro, vivemos num Estado de Direito - e quem generaliza coloca em causa os fundamentos essenciais desse Estado de Direito- o que pelas funções que exerce não o deveria fazer, segundo, o objectivo principal parece ser o de acabar com o sistema para voltar tudo ao sistema antigo, que beneficiava alguns protegidos.
Se assim for, é lamentável, uma vez que, na minha opinião, o Estado deveria criar um sistema de apoio judiciário praticado por defensores oficiosos, avençados, com a atribuição de um número de processos, previamente definido, o que permitiria reduzir custos e assegurar a qualidade de defesa dos beneficiários do apoio judiciário.
Sei que a Ordem dos Advogados é contrária a esta solução, mas também é tempo de a AO mudar os seus conceitos e não ficar prisioneira de um modelo conservador. A Ordem dos Advogados não pode exigir mudanças na Justiça se a própria Ordem não mudar.

sábado, 1 de outubro de 2011

Isaltino, a Justiça, o descrédito da mesma e as consequências da incompetência.

Desconheço, para além das notícias dos jornais, se Isaltino Morais é ou não culpado dos crimes que lhe são imputados e pelos quais foi condenado.
A única coisa que sei, como todos os portugueses sabiam, é que existia um recurso, com efeitos suspensivos, para o Tribunal Constitucional, que ainda não transitara em julgado.
A precipitação de um magistrado do Tribunal de Oeiras determinou um situação caricata que colocou em causa a credibilidade da Justiça.
Por estas e por outras é que talvez fosse bom que se deixasse de fazer passar para a opinião pública que a verdade, a pureza e a garantia da democracia está, apenas, nas mãos do poder judicial. Infelizmente, quem o exerce são homens  e mulheres como os outros, ou seja, que não foram ungidos pela graça divina.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Cavaco Silva, Passos Coelho e a Madeira

Cavaco Silva e Passos Coelho ajoelharam, mais uma vez, aos pés de Alberto João Jardim, que não precisava deste sinal para ganhar as eleições.
A coragem política de Passos Coelho quanto a AJJ transformou-se em "cobardia política", lamentável e com uma enorme falta de pudor.
Sempre quero ver o que dirão os "bajuladores"/jornalistas/comentadores que o elogiaram pela sua "coragem", na entrevista à RTP, face a este sinal de medo que revelou no debate de ontem.

sábado, 17 de setembro de 2011

Da intervenção patética de AJJ à hipocrisia, num país de políticos de "vão de escada"

Confesso que não tinha muita vontade de escrever sobre o “colossal buraco financeiro” da Madeira, uma vez que quase tudo já foi dito, desde a violenta crítica ao seu contrário, passando pelo silêncio aterrador de algumas das personagens mais tenebrosas do actual governo, até à hipocrisia desajeitada do Primeiro-Ministro.
Porém, a intervenção de AJJ, de ontem, num comício da campanha eleitoral para a Região, impôs que abordasse este tema.
A intervenção foi verdadeiramente patética, de um político que sabe que chegou ao fim, mas que não quer largar o poder.
Há alguns anos um amigo dizia-me que nunca como Madeira se confundia o partido do poder com o governo e este com o partido do poder, tal a promiscuidade que existia, aos mais diversos níveis, na vida pública.
Desde Cavaco Silva a Passos Coelho, passando por Guterres, Barroso – Santana Lopes não teve tempo para trapalhadas na Madeira – e José Sócrates, todos sabiam que a Madeira era um poço sem fundo, um desgoverno, um caso claro e evidente de delapidação dos dinheiros públicos ou mesmo um caso de polícia.
Mas todos silenciaram a situação, uns por receio de perder as eleições – o PSD, outros - do PS – porque não queriam um confronto com AJJ, nem sujeitar-se aos seus insultos grotescos, que eram igualmente distribuídos por todos os que o criticavam.
Agora, com a “troika” chegou-se ao fim da linha e as evidências não puderam continuar a ser escamoteadas.
A Madeira não é um “study case” da ciência política, mas um caso de desvario financeiro à custa dos contribuintes portugueses do continente – desse malfadado continente que AJJ insultava a torto e a direito – que foi pagando tudo e mais alguma coisa – seria interessante comparar o poder económico de algumas pessoas na Madeira, antes do 25 de Abril e neste momento e saber como conseguiram esse poder económico -, e que ajudou AJJ a manter a teia de interesses que o levam a vitórias eleitorais sucessivas.
Daqui chegamos à hipocrisia “manhosa” de Passos Coelho, quando remete para os eleitores madeirenses a punição ou a perda de confiança política em AJJ.
Em primeiro lugar, Passos Coelho sabe que AJJ vai ganhar as eleições regionais, por duas ordens de razão: na Madeira existe um clima de asfixia democrática e de “terrorismo de estado”, que impede qualquer acção que contradite o poder instalado e porque, graças ao “colossal buraco financeiro”, os madeirenses possuem benesses que os contribuintes do continente, que lhes pagam e que suportam os sacrifícios impostos pelo governo e pela “troika”, não possuem.
Ou seja, só por hipocrisia, refinada hipocrisia, mas que deve ser desmascarada, é que se pode remeter para os madeirenses a critica política a AJJ.
Ainda falando de hipocrisia, talvez fosse bom que, para bem da política e da credibilidade da política, se deixasse de atirar, em permanência, à cara uns dos outros, os erros cometidos no exercício de funções governativas. Num regime democrático, as sanções são impostas pelos eleitores, que despedem os faltosos. Não se pode esperar que passem o tempo a açoitar-se ou a reconhecer os erros do passado. Se assim fosse, a Igreja ainda estaria a pedir desculpa pela Inquisição, o PCP pelos desmandos do “gonçalvismo”, o PS pelos erros dos primeiros governos constitucionais, o PSD e Cavaco Silva pela criação do “monstro”, Guterres pelo “facilitismo”, Barroso pela colaboração com a invasão do Iraque e pelo “pais da tanga”, Santana Lopes pelas trapalhadas, e assim sucessivamente.
O futuro é que conta e o futuro não é estar agarrado ao passado. Só os burros é que não mudam e pretender condicionar a acção política com os erros do passado é um erro dos nossos políticos de "vão de escada".
Infelizmente, receio que isso não venha acontecer, porque o nosso sistema parlamentar é arcaico – a Assembleia da República é um repositório do que de pior teve a 1ª República – e muitos dos nossos políticos não passam de políticos de "aviário" ou de "vão de escada".
Mudar a estrutura do Estado implica mudar a forma de fazer política, os políticos e a organização do Estado, desde o sistema eleitoral, à concepção dessa estrutura. Mudar, apenas, meia dúzia de institutos e reduzir chefias, é a chave  para assegurar que, no essencial, nada muda.
NOTA: Acabei de ouvir os responsáveis pelo PS/Madeira a defender que a dívida colossal da Madeira deveria ser anulada. Se AJJ é um político em fim de ciclo, os dirigentes do PS/Madeira já acabaram, antes de terem começado.

sábado, 10 de setembro de 2011

O modelo de avaliação dos professores está intimamente ligado à opção política das frentes sindicais e da sua colagem aos Governos.

O modelo de avaliação dos professores está intimamente ligado à opção política das frentes sindicais e da sua colagem aos Governos. Com o anterior Governo, os sindicatos contestaram, de forma frontal, o modelo proposto, sem cuidar de saber se tinha, ou não, méritos.
Com o actual modelo, que segundo o Ministro é o mesmo, mas actualizado e melhorado – descodificando: com cedências a interesses corporativos -, as frentes sindicais próximas do actual poder subscreveram-no e a frente sindical controlada pelo PCP, e pelo putativo candidato ao lugar de líder da CGTP, recusou-o.
Quer isto dizer que a opção político-partidária e os interesses corporativos – tal como no antigo regime – se justapõem na definição das políticas para Portugal.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Coincidências ou talvez não?

Na revista Visão, da semana passada, na página 15, plasma-se uma frase de Maria José Morgado: "Não podemos acabar com o crime. A questão é controlá-lo".
Na mesma revista, da página 27 à página 31, consta um tratado sobre a importância da "amizade" e das "influências" na coisa pública.
Talvez seja coincidência, talvez não, mas isto é como as bruxas, "não creio que as haja, mas que elas existem é verdade".

domingo, 4 de setembro de 2011

De derrota em derrota até à derrota final, o destino, inevitável, da arrogância na política.


Merkel sofreu mais uma derrota em eleições regionais, o que vem comprovar que caminha para a queda. Esta derrota pode ser boa ou má para a Europa, dependendo da posição que os SPD venha a tomar quanto à crise financeira e económica da Europa, ao posicionamento da Alemanha e ao seu contributo para o fim da União Eurpeia ou para um novo paradigma europeu. Voltando a Merkel, a “Chanceler” teve o que merecia e o que merecia era ser amplamente derrotada. As posições da Alemanha contribuiram, a par dos erros dos países relapsos, para a situação a que se chegou. A soberba alemã, o casulo em que se meteu o governo alemão, pensando que a crise financeira não atingia a Alemanha, atrasou as medidas para combater o descalabro financeiro e agravou a situação global da Europa.  Merkel foi arrogante, tentou humilhar os países periféricos e esqueceu-se que a Alemanha vive, principalmente, do comércio com a Europa e que o sonho do “império hitleriano” com uma forte economia na Europa Central e do antigo Leste, ainda não é possível.
A seguir à derrota de Merkel é fundamental derrotar Sarkozy, outro dos responsáveis pela crise, que colocou a sua ex-ministra das finanças no FMI, para fazer o seu jogo, como se comprova pela entrevista que esta deu ao Der Spigel.
Para estes dois políticos vale tudo, desde destruir a economia a lançar o caos social, se esses actos contribuirem para que eles se possam manter no poder.
Infelizmente, a Europa está repleta deste novo tipo de político, que além de ser incompetente, é mal formado, sem capacidade para se aperceber da evolução social e das mudanças que se aproximam. Os políticos que dirigem a Europa não revelam capacidade para ver a luz, a justiça social e as profundas alterações que se avizinham. Quando acordarem já será tarde.

sábado, 3 de setembro de 2011

Da imbecilidade e da política.

Ontem, Mário Soares foi à Universidade de Verão do PSD dar uma lição de política aos elementos da JSD que serão o "futuro" do partido e - aterrorizem-se - de Portugal.
Com a sabedoria que  tem, fez críticas violentíssimas ao Governo e à forma como o País está a ser governado, desde a subserviência à "troika", à venda por meia dúzia de patacos das empresas públicas, passando pelo desmantelamento do Estado Social.
No final, os futuros líderes políticos do PSD (?), possivelmente porque não perceberam nada do que foi dito, gritavam "Soares é fixe!". Ora bem, face à intervenção de Soares ou os elementos da JSD são tontos ou estão no partido errado.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

A amoralidade e a corrupção do poder

O poder corrompe - fase banal, mas verdadeira - e esta corrupção moral é tão ou mais perigosa do que a outra, porque não tem punição e afecta, corrosivamente, o Estado.
Segundo o "I", Jorge Silva Carvalho, empregado da Ongoing - seria interessante uma profunda e minuciosa investigação a este grupo - tinha esperança de regressar ao poder, nas secretas, pela mão do PSD.
Partindo da bondade de que o PSD nada tem a ver com os desejos desta personagem amoral, o grave da coisa é que existem muitos como ele, cuja acção coloca em causa o Estado de Direito e que nunca serão punidos, porque actuam na sombra.
Mais grave ainda é o perfil que aquele jornal traça do sujeito: vingativo e mal formado. A notícia diz mesmo que se ele cair não vai cair sozinho, o que nos coloca uma questão muito importante, se o que ele sabe tem tanta força que impeça uma investigação aprofundada à sua actividade e uma punição exemplar. Se nada acontecer é a confirmação de que o Estado português está podre e que a corrupção- todo o tipo de corrupção - está instalada, até às entranhas, no poder político e na sociedade empresarial portuguesa.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Conselhos, gratuitos, ao Domingos Paciência.


O treinador do Sporting, após a vergonhosa exibição da sua equipa e da consequente derrota frente ao Marítimo, disse: “não compreendo a «postura» da equipa na segunda parte, onde sofreu dois golos em dois minutos e perdeu a vantagem adquirida na primeira parte”. Ora vejamos a situação: quem é que escolheu a equipa? Quem é o treinador? Quem é que definiu a estratégia para o jogo? Quem pode alterar a forma de jogar ou incentivar os jogadores a fazê-lo? A resposta é clara: Domingos Paciência, o treinador que diz não entender a postura da equipa que ele escolheu, que treinou e que orientou. Vamos tentar dissecar a coisa - num tempo em que falar de política se tornou perigoso, uma vez que o País é mesmo muito mal frequentado - para tentar explicar ao Domingos Paciência a realidade da vida. Em primeiro lugar, a teimosia é má conselheira, pelo que insistir em jogadores que não rendem, que os adeptos não apoiam, só para provar quem manda, resulta nisto. Em segundo lugar, a cobardia é, igualmente, má conselheira, ou seja, ter medo de colocar a jogar jogadores novos, na idade e na equipa, por medo, resulta nisto. Em terceiro lugar, qual a justificação para contratar tantos jogadores se a equipa é praticamente a mesma do ano passado, que teve os resultados que se viram. Em quarto lugar, se os que vieram são piores do que os que já lá estavam, houve uma clara e manifesta incompetência na escolha das contratações, o que não me admira, tendo em consideração os responsáveis pela direcção do futebol do SCP. Em quinto lugar, esta administração não é confiável e as opções que fez, quer no treinador, quer nos jogadores, confirmam a realidade da sua incapacidade. Em sexto lugar, ou Domingos Paciência cresce e ganha coragem ou só pode ter um fim: a sua saída, sem honra, nem glória.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

É a matemática, estúpido!

Segundo as informações disponíveis, Américo Amorim será devedor ao BPN da quantia de 1,4 mil milhões de euros relativos ao financiamento para a compra da sua posição na GALP.
Consta, e ainda não desmentido, que essa importância não se encontra paga, ou seja, caso fosse paga o défice do Estado no BPN reduzia-se a mil milhões de euros e seria perfeitamente desnecessário o “saque” ao contribuinte no Natal.
Ao que acresce, como explicou Marcelo Rebelo de Sousa, o escândalo de os rendimentos de capital não serem taxados.
Mas voltando às contas do BPN, esta instituição bancária vai ser adquirida pelo BIC, banco de que Américo Amorim é accionista, pelo valor de 40 milhões de euros.
Chegados aqui impõe-se uma pergunta: encontra-se prevista a obrigação de Américo Amorim pagar 1,4 mil milhões ao banco de que passa a ser dono, ou esse valor, que pertence ao Estado e aos contribuintes portugueses, será perdoado?
Se assim for, o negócio além de ser óptimo para uma das partes – Américo Amorim – é ruinoso para o Estado Português e lesivo dos contribuintes.
Poder-se-ia dizer que estávamos perante um crime de prevaricação (para não avançar para outras molduras penais) cometido pelo Governo.
Ou então que o Ministro das Finanças não sabe fazer contas e necessita da ajuda do Ministro da Educação que sabe da matéria.
Ou ainda, como dizia o outro: é a matemática, estúpido!

sábado, 6 de agosto de 2011

A Europa e os Estados Unidos entregaram-se nas mãos da China.

A incompetência dos dirigentes políticos europeus e norte-americanos levaram o Mundo para este beco sem saída, aparente, que pode ter, apenas, um desfecho: uma guerra mundial, ou guerras sectoriais, que, como nos ensina a história, se transforma na saída para as crises económicas estruturais dos Estados.
O principal erro, mortal para a Europa e para os Estados Unidos, de que estes são os principais culpados, mais do que os tristes, cinzentos e imbecis dirigentes e burocratas europeus, foi o de permitir que a China colocasse os seus produtos, livremente, em todo o Mundo, permitindo que da conjugação de uma política de escravidão e de baixos salários, aliada a uma péssima qualidade dos produtos, alguns deles de enorme perigosidade para a saúde pública, a China inundasse os mercados, realizando liquidez suficiente para comprar divida soberana dos Estados Unidos e dos países europeus.
A partir daqui os norte-americanos e os europeus colocaram-se nas mãos da China, sem apelo nem agravo.
Simultaneamente, a indústria europeia foi caminhando para o abismo, o desemprego aumentou, as prestações sociais cresceram para valores nunca atingidos e a dívida – comprada pelos Chineses, com o dinheiro dos europeus e dos norte-americanos -, foi crescendo.
Nesta estratégia de conquista do poder, os Chineses compraram, em alguns países africanos, a produção agrícola para os próximos trinta anos, o que os coloca a salvo de uma crise profunda para a qual a Europa não tem resposta.
A Europa transformou-se num conjunto de países à deriva, aburguesado, preguiçoso, sem capacidade ou vontade de criar riqueza, porque não é necessário, uma vez que compram barato os produtos chineses, de fraca qualidade, mas baratos e que consagra o conceito do “usar e deitar fora”.
O abismo está ali, ao virar da esquina e a queda das bolsas é um mero pormenor técnico, uma vez que a crise é bastante mais profunda e apenas uma alteração estrutural da Organização do Comércio Mundial pode contribuir para um aligeirar dessa crise. Mas isso não é possível porque a China é a principal credora das economias mundiais. A não ser que os Europeus e os Norte-Americanos digam à China a famosa frase utilizada pelos estudantes portugueses quanto às propinas: “não pagamos”.
Por isso, certamente, e começa a haver cada vez mais cidadãos convencidos desta realidade, a solução não passa pelo fim do Euro, da União Europeia, mas pela tomada de uma posição, conjunta, forte e inequívoca em relação à China. Ou então, por uma guerra mundial ou sectorial, que leve à necessidade da reconstrução dos países com as consequências económicas derivadas dessa reconstrução. Mas, mesmo neste caso, importa clarificar a posição perante a China, desenvolver a produção europeia e norte-americana e proibir a entrada dos produtos chineses ou a taxá-los de forma desmotivadora para essa entrada. Para acabar com a chantagem e com a dependência da Europa e dos Estados Unidos em relação à China e obrigar este país e mudar. Porque a mudança na China, inevitável, vai causar um impacto sem precedentes em todo o Mundo.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

A venda do BPN ao BIC - uma falácia vergonhosa, ou um caso de Policia.

A oferta pública para a venda do BPN não passou de uma escandalosa encenação, porque, mesmo que uma das propostas fosse melhor do que a proposta vencedora, já se sabia que o BPN iria entrar na esfera do BIC.
Deste modo, ficam protegidos todos os segredos do BPN, não será aprofundada a investigação e todos os devedores e culpados pela situação que chegou aquele banco passarão a dormir melhor.
Este é um caso de policia que, infelizmente, não chegará a ser investigado porque o governo irá condicionar tal investigação.
Este é o Portugal que a "troika" desconhece, mas também não parece ter interesse em conhecer, porque o fundamental é aumentar a receita, esmagar os portugueses com impostos e deixar tudo na mesma, quanto à despesa. E a economia que se dane, porque, em última análise, somos corrido do euro, com um mão atrás e outra à frente, de pois de os principais credores terem recebido os seus empréstimos.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

O braço de ferro no Congresso Norte-Americano, a crise e as saídas para a crise.

É natural que democratas e republicanos acabem por chegar a um entendimento, mesmo que mínimo, por forma a evitar o incumprimento das obrigações dos Estados Unidos.
Mas este confronto veio comprovar que a crise financeira e económica está para ficar, a não ser que se alterem algumas regras, o que se afigura quase impossível uma vez que os Estados Unidos e parte da Europa se entregaram nas mãos da China - impedindo uma mudança na Organização Mundial do Comércio - e que os "jogos políticos" podem colocar em causa o interesse dos cidadãos.
Porque todos sabemos como acabaram as duas últimas grandes crises mundiais, temos sempre uma solução final para uma  profunda crise mundial, uma guerra mundial de consequências devastadoras.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Sem margem para desculpa.

Ontem foi o dia da mudança, o dia em que tudo recomeçou, pelo que a partir da Cimeira que reduziu os juros e alargou o prazo de pagamento do financiamento a Portugal, deixa de haver qualquer tipo de desculpa para um falhanço do governo.
Este governo tem condições únicas para fazer crescer o País, desenvolver a economia, reduzir o desemprego e colocar Portugal em convergência com a Europa.
Independentemente do acordo com a “troika”, Portugal precisa de uma política de desenvolvimento económico e social que nos leve, efectivamente, para a Europa.
Portugal tem, e precisa, de criar riqueza, que não pode ser à custa do Estado – que tem de emagrecer – mas através da dinamização do tecido empresarial, do aumento das exportações assentes na qualidade em detrimento da mão-de-obra barata.
Se o governo falhar é o único responsável por esse falhanço, uma vez que "apanhou a onda" da ajuda à Grécia e, além de ter uma margem de manobra superior a dois ou três mil milhões de euros, pode aproveitar o ciclo de crescimento económico.
Vamos aguardar e ver se Passos Coelho e o seu governo mereceu a confiança dos portugueses.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Somos um País governado por gente amoral e sem princípios.

Somos governados por gente sem eira nem beira, gente sem princípios, amoral e execrável, gente do mais baixo nível a que se pode chegar.
Ontem e antes de ontem esta condição da gente miserável em quem os eleitores portugueses votaram foi reconfirmada.
No funeral do pai de José Sócrates, que foi fundador e vereador do PSD, não esteve presente qualquer dirigente da CPN do PSD.
O voto de pesar pela morte de Maria José Nogueira Pinto envergonhou o Parlamento - se eles tivessem um pingo de vergonha - e comprovou a hipocrisia daqueles que se deslocaram ao velório da ex-deputada.
Vivemos num País cada vez com menos valores, menos justo e menos fraterno. Um País pequeno, cinzento, com gente pequena e amoral nos cargos electivos. Mas, na verdade, a responsabilidade é colectiva, porque fomos nós que os escolhemos, por acção ou por omissão.
Este é um tempo em que se deveria mudar radicalmente, atirar esta gente para o caixote do lixo da Moodys e criar uma nova classe política. Porque estes já estão mumificados.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

A enorme falácia

Passos Coelho garantiu e prometeu que iria reduzir o défice cortando as "gorduras intermédias" do Estado. Não só não o fez, como aumentou os impostos sobre o trabalho deixando de fora da arrecadação fiscal os rendimentos de capital.
E, para garantir o pagamento do défice colossal, resultante das dezenas e dezenas de adjuntos e secretárias que foram contratados para os gabinetes - basta ir à página oficial do Governo - além do imposto extraordinário ainda irá encontrar outra forma de "assaltar" o bolso dos portugueses.
Para além disso, vai entregar ao desbarato as empresas públicas, levando o Estado a perder milhões de euros, mas dando a ganhar a alguns milhões de euros.
Sem demagogia, isto começa a ser um caso de policia, um caso de imoralidade e um motivo para uma forte e violenta reacção popular. E, se tal acontecer, não se admirem, porque foram avisados. Mas depois não venham dizer que não votaram em Passos Coelho. Porque alguém votou e esses deveriam pagar a factura. Tal como aqueles que votaram Sócrates também deveriam pagar a factura.

sábado, 16 de julho de 2011

Qual a diferença entre os actos terroristas do 11 de Setembro e o comportamento das agências de "rating": uns lutam por motivos ideológicos as agências pela ganância do lucro.

Joseph Stiglitz, Prémio Nobel de Economia em 2001, afirmou que as agências de notação financeira  podem estar “a precipitar uma nova crise financeira”, depois de se manifestar céptico em relação às suas avaliações.
Eu já tinha afirmado este papel desestabilizador das agências de "rating" na economia e que o caminho que elas estavam a levar poderia causar uma perturbação total e a destruição das economias, com consequências irreparavéis.
Disse, mesmo, que as agências deveriam ser investigadas por terrorismo financeiro, tráfico de influências, burla e outros crimes como a manipulação de mercados.
Na verdade é isso que acontece, as agências, ao serviço de alguns, manipulam os mercados, sem se preocuparem com as consequências. Mais, estão a actuar com plena consciência do dolo e sabem o resultado desse comportamento.
Tal como os terroristas que lançaram os aviões no centro de Nova Iorque ou as bombas no centro de Londres, as agências têm a perfeita noção que podem causar uma guerra mundial, fome e a destruição de países. Mas continuam, impávidas e serenas, como se não fosse nada com elas.
A única diferença entre os terroristas da Al Qaeda e as agências de "rating", é que os primeiros movem-se por questões ideológicas e as agências pela ganância do lucro. Mas são tão imbecis que não percebem que o lucro de nada lhes servirá se isto acabar. É verdade que alguém lucrará sempre, os traficantes de armas e os que vivem da morte e da guerra. E que, possivelmente pagarão boas comissões se os seus objectivos forem alcançados.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

A Falácia

Passos Coelho foi imprudente e revelou uma profunda inabilidade para o cargo, quando, ontem, no Conselho Nacional do PSD, declarou que não se queixava da herança do anterior governo, mas que a situação financeira era desastrosa e extremamente grave.
Mas não se ficou por aqui, porquanto, além de esta declaração ter sido feito para o interior do seu partido, declarou que apenas os ministros sabiam a dimensão do problema.
Ora isto é falacioso, uma vez que, das duas uma, ou é verdade e todos os portugueses tinham o direito de saber a dimensão do défice, porque serão eles que irão pagar a factura, ou é falso e é grave.
E é igualmente falacioso, porque dizer que não se queixa, mas que os problemas financeiros são bem mais complicados do que se imaginava é uma forma maliciosa de se queixar, na versão virgem púdica.
Os portugueses estão fartos desta classe política, destes habilidosos, desta gente que não tem ideia de Estado, de frontalidade e de coragem.
Foi por isso que José Sócrates perdeu as eleições, por fugir à realidade e mentir sobre a real situação do País.
Passos Coelho está a seguir o mesmo caminho e a mesma estratégia, a da “tanga”, a do aumento artificial do défice e tantas outras habilidades que anteriores primeiros-ministros usaram para justificar o agravamento dos impostos.
Porque na realidade não possuem um ideia de desenvolvimento para Portugal e para a criação de riqueza, que é a única forma de reduzir o desemprego, aumentar o receita fiscal sem agravar os impostos e fazer crescer o País.

domingo, 10 de julho de 2011

Uma licção, gratuita, para o Prof. Cavaco Silva, sobre finanças públicas.

O Prof. Cavaco Silva, com a tradicional arrogância a que nos habitou e que esconde muita coisa, declarou que o que mudou, não foi a sua opinião sobre as agências de "ratingi", mas a posição dessas agências.
Na verdade, o Prof. Cavaco Silva não percebeu que o que mudou foi a posição dos Estados Unidos e a necessidade de empurrar responsabilidades para outros, desviando as atenções da maior economia mundial.
As agências de "rating" são as mesmas, Portugal está nas mesmas condições ou, apesar das medidas tomadas, está pior, mas os Estados Unidos estão à beira do colapso financeiro. E foi isso que mudou tudo.
A directora-geral do FMI explica-lhe, com mestria, o que mudou e  alertou para as "consequências devastadoras" de um eventual incumprimento dos EUA sobre a economia mundial.
"Se estivermos perante um cenário de incumprimento, teremos, evidentemente, subida das taxas de juros, quedas enormes nas bolsas e consequências verdadeiramente devastadoras, não só para os EUA, mas para toda a economia mundial", afirmou Christine Lagarde, em entrevista concedida ao programa ‘This Week' da cadeia de televisão ABC, sublinhando que não imagina esta probabilidade "nem por um segundo".
Os EUA encontram-se actualmente num impasse político, uma vez que os democratas e os republicanos não se entendem quanto à possibilidade de aumentar o limite da dívida pública do país, que foi atingido em meados de maio, pelo que o pior pode acontecer, uma vez que os norte-americanos têm demonstrado uma total incapacidade de análise, como se verificou no início da crise mundial em 2009.
O Tesouro norte-americano tem insistido que até 2 de Agosto terá esgotado todos os recursos para evitar que os compromissos com os detentores de obrigações norte-americanas não sejam honrados.
Foi isto, e apenas isto que mudou, mas o reputado Professor de Finanças Públicas não compreendeu e arroga-se o direito de mandar os outros estudar. Haja paciência!

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Maria José Nogueira Pinto

Entre o meu pensamento político e o de Maria José Nogueira Pinto estava um imenso "oceano" a separar-nos. Mas um coisa é certa, Maria José Nogueira Pinto era coerente, corajosa e frontal. O que em política é raro. E até ao partir, fê-lo com a força da sua convicção e da sua fé. Bem haja por ter dado, a todos, este exemplo de coragem.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

A Procuradora Distrital de Lisboa acordou para a realidade do crime violento.

No dia 8 de Abril de 2010, escrevi o seguinte texto:

Corrupção: Um crime de oportunidade e a importância da prevenção.

Boaventura Sousa Santos disse, hoje, aquilo que todos sabemos, que a corrupção é um crime de oportunidade. E que, por isso, é fundamental reforçar os mecanismos de prevenção, em vez de criar mais leis, que só viriam atrapalhar a investigação. As "boas práticas" na administração pública, o controlo rigoroso dos concursos públicos, a fiscalização apertada da execução das grandes empreitadas, são as envolventes que podem mudar a acção dos agentes corruptores, afastando a oportunidade. A Policia Judiciária e os Procuradores preferem a alteração legislativa e a investigação, porque isso reforça o seu poder. São concepções diferentes de combate à corrupção, apesar de entender que, para o País, a prevenção é o melhor e mais eficaz meio de combater um crime de oportunidade. E, desse modo, alocar os meios operacionais para o combate a outro tipo de crimes, como o tráfico de droga, de pessoas e a violência urbana".

Desde há mais de três anos que tenho escrito que o verdadeiro problema da "corrupção e destruição da sociedade portuguesa" não estava nos crimes de colarinho branco, mas na criminalidade violenta, nos gangues, na violência urbana e suburbana e no tráfico de droga, como explicava um ex-alto dirigente da PJ, porque os crimes de colarinho branco combatiam-se a montante, com um Estado eficaz e racional.
O Ministério Público optou, sempre, por dar relevância aos crimes de colarinho branco, por serem mais mediáticos, em detrimento do que era mais grave para a sociedade portuguesa.
Agora a Procuradora Distrital de Lisboa acordou para a realidade e revela, finalmente, a sua preocupação com o crime violento, o tráfico de armas e de droga.
Mais vale tarde do que nunca, mas para isso é fundamental que se altere a política criminal e que se defina como prioridade esse combate. Sem medo e com frontalidade. Apoiando as policias e dando meios para esse apoio. Porque a criminalidade violenta vai aumentar com a implosão social que se adivinha.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Eu exerço o meu direito à indignação contra o silêncio que esconde as trapalhadas de um executivo que ao final de uma semana está sem rumo.

Confesso que estou a ficar sem palavras para expressar a minha opinião sobre a actual situação do País e o novo governo – no qual não acredito -, uma vez que, segundo a comunicação social, em estado de paixão com o executivo, num paraíso cor-de-rosa (salvo seja, claro) Portugal vai crescer, desenvolver-se e criar riqueza, como nunca se viu em tempo algum, nem com Cavaco Silva e a política de betão apoiada pelos Fundos Comunitários. É verdade que, como explicou Marcelo Rebelo de Sousa, ontem, o desemprego pode chegar aos 15%, fruto da recessão, para a qual vai contribuir o “assalto ao bolso dos contribuintes” no subsídio de Natal, uma vez que vai ocorrer uma redução do poder de compra nessa época festiva – período que é sempre muito esperado pelo comércio para poder realizar vendas – e o agravamento do IVA na restauração irá afastar os turistas de Portugal. Ou seja, mais umas centenas de empresas a fechar as portas e mais desemprego, mais prestações sociais, com o consequente agravamento da despesa do Estado. Mas tudo bem, porque os dias “gloriosos” estão a chegar depois desta tormenta. E, se o assalto ao subsídio de Natal não chegar, certamente que o subsídio de férias em 2012 também não escapará. O que poderá ter vantagens, porque assim os portugueses não irão de férias, ficam em casa, não gastam dinheiro e mais umas empresas irão à falência, o desemprego voltará a agravar-se e as prestações sociais a aumentarem. Mas tudo bem, porque o executivo está atento e a reduzir a despesa intermédia do Estado. Ainda não se sabe bem onde, nem qual o seu impacto, nem se vai levar a mais desemprego, mas isso são pequenos detalhes sem importância. De acordo com uma sondagem do Expresso - grupo económico que ainda não perdeu a esperança de impedir a privatização da RTP-, os seus leitores concordam em serem assaltados e esperam mais austeridade. Como se vê, os portugueses, afinal, querem austeridade, redução do poder de compra e recessão. A velha máxima salazarista de “uma casa portuguesa, pão e vinho em cima da mesa”.
Ainda segundo a nossa comunicação social, afinal existe desperdício na saúde, uma vez que todos os dias há utentes a queixarem-se do dinheiro que gastam na farmácia e com razão: em 2010, os portugueses gastaram 3,23 mil milhões de euros nas farmácias nacionais, de acordo com a Análise do Instituto da Farmácia e do Medicamento. Um valor que representa uma despesa média de 8,87 milhões de euros por dia, com 672 mil embalagens de fármacos a sair directamente das gavetas das farmácias para casa dos utentes”.
Ou seja, é uma vergonha, um escândalo, que todos sabiam, mas sempre que se pretendia colocar fim ao mesmo, lá vinham as corporações e a comunicação social gritar contra essas medidas.
Afinal existe um consumo exagerado de medicamentos e já se sabe que, com este Ministro da Saúde, as coisas vão entrar nos eixos, ou seja, o Estado vai pagar menos e os doentes, se quiserem medicamentos, vão pagar mais ou, em alternativa, fazem seguros de saúde para reduzir os custos com esses gastos.

No meio de tudo isto algumas escolas deveriam fechar este mês, no âmbito da reorganização da rede escolar, aprovada pelo anterior executivo. Porém, a equipa de Nuno Crato decidiu não avançar com o seu encerramento sem avaliar primeiro a proposta que está em cima da mesa e o seu impacto. Mesmo assim a tutela pretende dar seguimento à "política de racionalização da rede escolar, que implicará necessariamente o encerramento de escolas", conforme referiu o gabinete do ministro.
Ou seja, as escolas não fecham agora, mas vão fechar, e o governo só não avança com esse encerramento porque cede à força das corporações e não quer confrontos com a FENPROF e com a Associação de Municípios. Como se sabe, de cedência em cedência até à violação do pacto celebrado com a "troika" vai um pequeno passo, que pode sempre ser suprido com o aumento da carga fiscal.

Por último, os comentadores políticos do regime descobriram que a crise é internacional e que sem o “arranque” da Europa, o nosso País terá muitas dificuldades em recuperar. É a velha máxima de que “o que era mentira ontem é verdade hoje”, ao serviço de um novo poder e dos politólogos que não querem admitir o erro das suas análises, fruto de uma arrogância intelectual desprezível.

Como a esperança é a última a morrer, dizem, continuarei a exercer o meu direito de crítica, de indignação, de oposição a um governo que nos irá levar ao desastre total. E, esclareço, para que não haja mal entendidos, que com esta posição não estou a defender os erros cometidos pelo executivo de José Sócrates, nem pelos anteriores executivos, sejam do PS ou do PSD.


sábado, 2 de julho de 2011

A Educação e o novo Ministro

Sou critico deste governo e não acredito na capacidade da maioria dos ministros, e dos seus ajudantes, para resolverem os problemas do País. Penso mesmo que os irão agravar. Mas um dos Ministros pode ser uma boa surpresa - Nuno Crato - caso tenha força e apoio para mudar o monstro criado  e alimentado por sucessivos governos, desde Marcelo Caetano, passando pelo PREC e agravado com Cavaco Silva e os  governos que lhe sucederam.
Uma vez disse, para escândalo de quem me ouvia, que uma das soluções para a Educação, passava pela implosão do edifício da 5 de Outubro. Espero que Nuno Crato acabe com ele e com tudo o que ele representa.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Claro como a água...

Segundo uma notícia avançada pelo jornal Público, Francisco Pinto Balsemão não quer a jornalista na empresa uma vez que é casada com José Eduardo Moniz, vice-presidente da Ongoing Media.
O que está em causa é a disputa pelo controlo da RTP e a guerra com Nuno Vasconcelos, que é apoiado na conquista da RTP pelo governo e por Agostinho Branquinho.
Francisco Pinto Balsemão, que foi um forte apoiante de Passos Coelho, já percebeu uma coisa, que as promessas nem sempre são para cumprir quando se levantam outros valores.
Mas disto tudo resulta uma coisa, não se perde nada em que a Moura Guedes não tenha um programa de televisão: é uma questão de higiene mental.

O "novo pinóquio"

Passos Coelho afirmou duas coisas: que não se desculpava com o passado - de resto assinou o acordo com o triunvirato e pelo que se sabe nada foi dito pelos representantes da UE e do FMI que teriam sido enganados pelo governo - e que não aumentaria os impostos sobre o rendimento de trabalho.
Mentiu duplamente, com a agravante de ter, igualmente afirmado que iria acabar com a "gordura intermédia do Estado", uma vez que era uma das principais causas dos desequilíbrios financeiros das contas públicas e nada disse sobre este ataque à despesa. Para já começa, na minha opinião, muito mal, mesmo que os jornalistas e comentadores do regime tentem dizer o contrário.