segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Em contra-ciclo com a opinião do costume

O Partido Socialista ganhou as eleições e vai governar sozinho, provocando a oposição à sua direita e à sua esquerda a viabilizar leis que não podem deixar de aprovar.
Depois, quando for preciso encostará a esquerda e a direita à parede, e com ela o Presidente da República.
Ao contrário de alguns comentadores do regime, penso que a legislatura poderá chegar ao fim ou acabar quando for do interesse do Partido Socialista

sábado, 26 de setembro de 2009

O dia mais inócuo e desnecessário do processo eleitoral

O chamado dia da reflexão comprova o nosso atraso endémico, a falta de coragem e de capacidade dos nossos legisladores e o total desprezo que têm pelos eleitores.
Em 2010, no século XXI, trinta e seis anos depois do 25 de Abril, é de uma total inocuidade a existência de um dia de reflexão numa uma campanha eleitoral que se prolonga por quinze dias, sem contar com a pré-campanha.
A sequência lógica seria a marcação de eleições, seguida de uma campanha com o máximo de dez dias e o acto eleitoral ao décimo primeiro dia.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Que pensar?

As últimas sondagens para as eleições legislativas dão um ligeiro avanço ao Partido Socialista em relação ao PSD.
Hoje foi conhecida uma sondagem que nos diz que José Sócrates é o pior primeiro-ministro da democracia portuguesa, desde 1985, ficando à frente de Santana Lopes, que Sampaio derrubou e que Sócrates venceu.
A compaginação destas duas sondagens é difícil, ou fácil, se admitirmos que a sondagem final do dia 27 de Setembro vai ser uma caixa de surpresas e que pode significar uma mudança relevante no sistema político português.
Pelo meio um questão relevante: o eventual acordo de incidência parlamentar ou governativa entre o PS e o Bloco de Esquerda, o qual só poderá ser viável no pressuposto de o Partido Socialista ganhar as eleições, facto que ainda não se encontra confirmado.
De qualquer modo, esta opção, que vinda de Ana Gomes é irrelevante, uma vez que a Deputada Europeia não conta para nada, já a afirmação de Mário Soares representa o pensamento de uma parte substancial do PS.
No entanto, porque devemos ponderar todas as vertentes das coisas, nada nos diz que a mesma não passa de um isco para os potenciais votantes do BE e, igualmente, para abrir o caminho para a radicalização do discurso de José Sócrates, na parte final da campanha, com a afirmação solene de que não fará, sob qualquer circunstância, uma coligação com o Bloco de Esquerda.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

É importante saber a verdade!

O DN, de hoje, acusa Fernando Lima de ser o autor da “história” das escutas, ou como diz o DN, o “assessor de Cavaco Silva que encomendou aquela história a um jornalista de o Público”.
A ser verdade, ficam mal Fernando Lima e o jornalista de o Público, que se prestou a fazer este “frete”.
A ser verdade, a única alternativa que resta ao Presidente da República é a de dispensar os serviços de um homem que o acompanha desde há cerca de vinte anos.
Caso o DN esteja a fazer um favor ao PS, agora que as sondagens mudaram, aparentemente, de rumo, temos a confirmação de que alguma coisa vai mal na nossa democracia, a começar nos jornais e nos jornalistas.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

As vitórias ganham-se nas pequenas coisas

A política é feita de pequenas coisas e a ”entrevista” de Manuela Ferreira Leite aos “gatos” pode ter marcado a viragem nas sondagens e na decisão dos eleitores.
A participação de Manuela Ferreira Leite na televisão, ontem, foi mais importante do que o debate com José Sócrates.
Se ganhar as eleições, como tudo indica que irá acontecer, a líder do PSD tem razões para sorrir e para dizer que a sua intuição, que a levou a aceitar este repto de Ricardo Araújo Pereira, foi um dos factores que contribuiu para a vitória.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Sem margem para dúvidas

O Bloco de Esquerda, desta vez, apresentou um caderno de encargos no compromisso com os eleitores, expondo-se à análise crítica das suas propostas.
Com esta opção, o Bloco de Esquerda deixou de ser um partido de protesto para passar a ser um partido com ambições de governar o nosso País.
No dia 27 de Setembro, os eleitores que optarem pelo Bloco sabem e tem consciência da opção que estão a fazer, pelo que um bom resultado do BE significa que os portugueses que votarem no Bloco querem uma solução de governo à esquerda.

sábado, 12 de setembro de 2009

Quem explica?

De acordo com o painel de "O SOL", Francisco Louçã perdeu o debate para Paulo Portas. Também perdeu para Sócrates, perdeu para Manuela Ferreira Leite e teve uma conversa de amigos com Jerónimo de Sousa. Com tudo isto, como entender as sondagens que dão ao Bloco um crescimento para o dobro dos deputados ?

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Fim de ciclo ou talvez não?

O resultado da sondagem que hoje foi publicado não tem qualquer significado, face ao falhanço das sondagens nas eleições europeias.
O que é negativo para o Partido Socialista e positivo para o PSD é a sensação de fim de ciclo do governo socialista e a “movida” que anuncia um novo ciclo.
Esta sensação de mudança vai ser determinante no resultado final do dia 27 de Setembro.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Uma escolha inteligente

Fui colega de Júlio Magalhães no curso de Pós-Graduação em Direito da Comunicação, na Faculdade de Direito de Coimbra, em que ele foi um dos melhores alunos, como se pode facilmente verificar, demonstrando um profundo interesse e empenho pelas coisas da comunicação social, pelo que entendo que esta foi uma escolha inteligente.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

A derrota de Louçã e dos iluminados de direita

A clara derrota de Francisco Louçã no debate com José Sócrates, além de desiludir os militantes do Bloco de Esquerda, deveria servir de aviso para os “inteligentes” políticos de direita e de centro-direita que apostaram em Louçã para derrotar o governo socialista.
Temos, infelizmente, uma classe de políticos que, por serem mal preparados, manifestamente incompetentes ou desprovidos de visão estratégica, apenas pensam e vêem o imediato, sem analisar ou perspectivar as consequências do futuro.
Um certo grupo pseudo influente, que se julga iluminado, definiu duas vertentes de uma estratégia para derrotar José Sócrates: elogiar o Bloco de Esquerda e Francisco Louçã – para bater o PS pela esquerda – e apostar no desgaste e nos escândalos que, eventualmente, envolvem o primeiro-ministro.
Porque, para estes “políticos”, o poder não se conquista, porque isso, além de dar trabalho, implica criatividade e apresentação de propostas sérias, viáveis e potenciadoras de uma mobilização do eleitorado.
Definidas estas vertentes da estratégia, deram como seguro a derrota de José Sócrates, ainda para mais face aos resultados do Bloco de Esquerda nas eleições europeias.
O debate de ontem deitou por terra esta vertente da estratégia, uma vez que Francisco Louçã foi arrasado por José Sócrates e comprovou duas coisas: que Louçã é um demagogo perigoso e que é intelectualmente desonesto – como já se verificara no debate com Manuela Ferreira Leite – faceta esta que é uma componente essencial do carácter e que se traduz uma forma de corrupção moral, tão danosa como a corrupção venal.
Agora, face a este desastre, os “iluminados” têm que fazer uma coisa muito simples, pedalar a sua própria bicicleta, como metaforicamente explicou Cavaco Silva, e fazer-se ao caminho, se o objectivo é, na verdade, derrotar José Sócrates.
Eu, por mim, que não pertenço a esta “casta”, sei que não voto Sócrates, nem serei responsável por uma eventual vitória do Partido Socialista.

sábado, 5 de setembro de 2009

A mudança de estratégia, a teoria da cabala e a vitimização

O Partido Socialista, ao fim de dois dias de ataque cerrado da oposição, deu corpo à estratégia de defesa que passa, para já, pela vitimização e, posteriormente, incidirá num ataque a todos os que alinharam naquilo que os socialistas querem transformar na nova tese da cabala.
Alguns jornais já deram voz às críticas à actuação do casal Moniz – e desde já esclareço que nunca gostei dos personagens, sendo útil lembrar que José Eduardo Moniz, no tempo de jornalista de “A Capital”, deu um enorme salto na carreira com o apoio do PS- acompanhando, nesta tese, Pais do Amaral que veio dizer que com ele o Jornal Nacional nunca existiria.
No essencial, José Sócrates vai clamar inocência, desresponsabilizar-se do saneamento de Moura Guedes, insinuando que a administração da PRISA pretendeu prejudicá-lo e favorecer Manuela Ferreira Leite.
Na mesma lógica, vai aproveitar o vazio informativo da peça que Manuela Moura Guedes editou, que não acrescentou nada de relevante ao que já se sabia do processo Freeport, colando-se às declarações do Director Nacional da Policia Judiciária, quanto ao papel do seu primo nesta “trama”.
Delineada a estratégia, montada a cena, vai subir ao palco, com pompa e circunstância, nos jornais e numa televisão perto de si.
Resta saber aquilo que se torna essencial neste tempo mediático, que é voraz e que não se compadece com improvisos ou alterações de última hora ao guião: se José Sócrates ainda vai a tempo de impedir a derrota no dia 27 de Setembro.
De qualquer modo, e por uma questão de princípio, admito que as minhas crónicas, em que considerava que José Sócrates já perdera as eleições, podem não corresponder a esta nova realidade e à reformulação da estratégia socialista.
Por último, uma verdade de La Palisse, quem quer que ganhe não vai ter vida fácil e será confrontado com uma oposição muito crítica e com um movimento das corporações que, cruzado com as acções da oposição, determinará fortes convulsões sociais.
Portugal, trinta e cinco anos depois do 25 de Abril, continua um maravilhoso laboratório político que tanto encantou Maurice Duverger.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Uma campanha eleitoral redutora

A campanha eleitoral corre o risco de ficar morta e enterrada para sempre, deixando de ter interesse os programas ou o que os partidos se propõem fazer na próxima legislatura.
Com o crescendo de informação sobre o saneamento de Manuela Moura Guedes e com a "diarreia" verbal que atacou os socialistas e os que lhe são próximos, este vai ser o tema da campanha, ao longo dos próximos vinte e dois dias.
Neste momento, o estado maior socialista deve estar a dar voltas à imaginação para saber como se vai ver livre desta "história".
No entanto, esta tarefa afigura-se de elevado grau de dificuldade, ainda para mais se a oposição souber aproveitar esta onda.
Tenho a sensação que, para além do PSD, o Bloco vai subir, à boleia da Prisa, o que não deixa de ser curioso.
É evidente que já se começam a ouvir algumas vozes que dizem que o objectivo da Prisa seria o de derrubar José Sócrates. Confesso que não acredito nesta teoria da conspiração e vou mais pela incompetência política de alguns socialistas mais zelosos.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

A crónia de uma derrota anunciada

José Sócrates perdeu as eleições do dia 27 de Setembro e esta derrota já é uma realidade sem retorno.
E perdeu as eleições às mãos de Manuela Moura Guedes que, finalmente, alcançou o seu objectivo de derrotar o primeiro-ministro.
Não sei quem impediu a transmissão de um peça hipotécticamente comprometedora para o secretário-geral socialista.
Mas, de quem quer que seja a responsabilidade, só por uma total inabilidade e incompetência, para não lhe chamar outra coisa, é que se pode compreender esta atitude.
Em primeiro lugar, o saneamento de Manuela Moura Guedes tem mais impacto do que qualquer notícia sobre Freeport, na verdade, o saneamento da apresentadora do jornal nacional de sexta-feira na TVI, é a notícia.
Em segundo lugar, todos sabemos que, de um modo ou outro, mais momento ou menos momento, todos iremos ter acesso à informação em qualquer site da Net.
A não ser que se censure e se limite o acesso à Net.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

De erro em erro...

José Sócrates cometeu outro erro na caminhada para as eleições legislativas, ao colar Manuela Ferreira Leite e o PSD à direita e aos defensores dos valores.
Num tempo de incerteza, os valores são um factor de certeza que pode deslocar o voto dos eleitores do centro para o PSD.
Na perspectiva de José Sócrates as eleições serão ganhas à esquerda e, nesta análise, importa ganhar votos ao Bloco.
O Partido Socialista, refém da agenda política de Louçã, não interiorizou, e esqueceu, que no nosso País, apesar das sondagens, as eleições legislativas ganham-se ao centro e não à esquerda.
Hipotecar o voto do centro e de sectores moderados da direita, que não se identificariam com o PSD, por troca com os votos que pretende “roubar” ao Bloco, pode marcar a diferença entre uma vitória e uma derrota.