Tudo aponta para que, em breve, tenhamos eleições legislativas antecipadas. O primeiro-ministro quer a queda do governo, por dois motivos: está a perder a capacidade de gerir a crise política, por um lado e, por outro, espera que os eleitores lhe devolvam a maioria, uma vez que se revela impossível governar em minoria e num quadro parlamentar fragmentado.
Neste cenário, é fundamental perceber qual a real capacidade de o PSD ser alternativa de governo e quais as intenções de Cavaco Silva. Se o Presidente da República quer, mesmo, recandidatar-se irá tentar impedir a dissolução da Assembleia da República, desgastando, ao máximo, o governo. Se não pretender recandidatar-se e admitir que os eleitores irão dar uma oportunidade ao PSD para governar com estabilidade, não hesitará um segundo em dissolver a Assembleia da República.
Pelo meio, os portugueses, verão agravar-se a crise económica e social, crescer o desemprego e falir mais algumas empresas.