No dia 10 de Março de 2009 escrevi, neste espaço, que talvez fosse tempo de mudar o sistema e pensar na possibilidade de uma evolução para um modelo presidencialista.
Possibilidade esta defendida, igualmente, por Medina Carreira, que tem uma lucidez crítica da negritude do nosso futuro colectivo.
Mereci a crítica dos escribas do costume, dos "reaccionários analistas políticos do costume", que se alimentam deste estado de coisas há trinta e tal anos, que repetem as mesmas coisas há trinta e tal anos e que não possuem capacidade para entender a sociedade e a evolução do mundo.
Hoje, VPV, na sua habitual coluna do Público, retoma o tema, face à clara falência do sistema político-partidário nascido com o 25 de Abril que, apesar de não ter meio século, já se encontra em estado comatoso.
Mudar o regime, alterar a CRP, recriar o sistema político, transformar este semi-presidencialismo bicéfalo num regime presidencial, com um Presidente eleito para um único mandato de sete anos, poderia ser a ruptura necessária para mudar o nosso País.
O pior é que esta alteração, em democracia, tem de passar pelos detentores do poder político, pelos directórios partidários, e eles não querem perder o poder, mesmo que o País se afunde.