domingo, 9 de janeiro de 2011

Os erros de Passos Coelho (pode ser que eu me engane)

O líder do PSD admite a necessidade de realização de eleições legislativas caso Portugal tenha de recorrer à intervenção do FMI, uma vez que "no actual quadro parlamentar, não é possível fazer nenhum governo que não inclua o PS, que actualmente está no Governo". Assim sendo, "mudar de governo significa, primeiro, ouvir os portugueses. E só um governo escolhido novamente pelos portugueses terá força suficiente para liderar a recuperação do País; não há outra alternativa."
Este é o primeiro erro de Passos Coelho, admitir que Cavaco Silva, numa circunstância destas, dissolva o Parlamento e convoque eleições legislativas antecipadas, sem certeza do resultado.
O segundo erro, é pensar que, com a realização dessas eleições, o PSD, sózinho ou com o CDS, conseguiria a maioria absoluta necessária para fazer passar as medidas de rigor na Assembleia Legislativa, esquecendo que a esquerda deslocaria para a rua os protestos contra essas medidas e a governação seria muito tumultuosa, de consequências imprevisíveis para o PSD e para o País.
O terceiro erro (que pode ser o primeiro) é apostar na intervenção do FMI, como forma de derrubar o governo e alcançar o poder. Os custos da intervenção do FMI serão brutais, ainda mais duros do que aqueles que já forma implementados.
O quarto erro, é não colocar a questão de outra forma, ou seja, que o Governo deve repensar toda a estratégia, reformular a despesa do Estado e incentivar a criação de riqueza. Porque, como dizia Sá Carneiro, em primeiro lugar está Portugal.