sábado, 6 de agosto de 2011

A Europa e os Estados Unidos entregaram-se nas mãos da China.

A incompetência dos dirigentes políticos europeus e norte-americanos levaram o Mundo para este beco sem saída, aparente, que pode ter, apenas, um desfecho: uma guerra mundial, ou guerras sectoriais, que, como nos ensina a história, se transforma na saída para as crises económicas estruturais dos Estados.
O principal erro, mortal para a Europa e para os Estados Unidos, de que estes são os principais culpados, mais do que os tristes, cinzentos e imbecis dirigentes e burocratas europeus, foi o de permitir que a China colocasse os seus produtos, livremente, em todo o Mundo, permitindo que da conjugação de uma política de escravidão e de baixos salários, aliada a uma péssima qualidade dos produtos, alguns deles de enorme perigosidade para a saúde pública, a China inundasse os mercados, realizando liquidez suficiente para comprar divida soberana dos Estados Unidos e dos países europeus.
A partir daqui os norte-americanos e os europeus colocaram-se nas mãos da China, sem apelo nem agravo.
Simultaneamente, a indústria europeia foi caminhando para o abismo, o desemprego aumentou, as prestações sociais cresceram para valores nunca atingidos e a dívida – comprada pelos Chineses, com o dinheiro dos europeus e dos norte-americanos -, foi crescendo.
Nesta estratégia de conquista do poder, os Chineses compraram, em alguns países africanos, a produção agrícola para os próximos trinta anos, o que os coloca a salvo de uma crise profunda para a qual a Europa não tem resposta.
A Europa transformou-se num conjunto de países à deriva, aburguesado, preguiçoso, sem capacidade ou vontade de criar riqueza, porque não é necessário, uma vez que compram barato os produtos chineses, de fraca qualidade, mas baratos e que consagra o conceito do “usar e deitar fora”.
O abismo está ali, ao virar da esquina e a queda das bolsas é um mero pormenor técnico, uma vez que a crise é bastante mais profunda e apenas uma alteração estrutural da Organização do Comércio Mundial pode contribuir para um aligeirar dessa crise. Mas isso não é possível porque a China é a principal credora das economias mundiais. A não ser que os Europeus e os Norte-Americanos digam à China a famosa frase utilizada pelos estudantes portugueses quanto às propinas: “não pagamos”.
Por isso, certamente, e começa a haver cada vez mais cidadãos convencidos desta realidade, a solução não passa pelo fim do Euro, da União Europeia, mas pela tomada de uma posição, conjunta, forte e inequívoca em relação à China. Ou então, por uma guerra mundial ou sectorial, que leve à necessidade da reconstrução dos países com as consequências económicas derivadas dessa reconstrução. Mas, mesmo neste caso, importa clarificar a posição perante a China, desenvolver a produção europeia e norte-americana e proibir a entrada dos produtos chineses ou a taxá-los de forma desmotivadora para essa entrada. Para acabar com a chantagem e com a dependência da Europa e dos Estados Unidos em relação à China e obrigar este país e mudar. Porque a mudança na China, inevitável, vai causar um impacto sem precedentes em todo o Mundo.