sexta-feira, 3 de julho de 2009

Um suicídio colectivo e a derrota anunciada

Manuel Pinho suicidou-se e levou com ele o que ainda restava das possibilidades de José Sócrates para evitar uma derrota em Setembro.
Alguns defendem que as eleições, na maior parte das vezes, não se ganham por mérito, mas sim pelo demérito do adversário.
Apesar de discordar desta opção, porque entendo que quem ganha deve merecer e justificar essa vitória, a verdade é que, nestas circunstâncias, os sucessivos erros do governo de José Sócrates tornaram inevitável a mudança de ciclo e abriram o caminho para o regresso ao governo do PSD.
As eleições de Setembro vão ser um desastre para os socialistas e as eleições de Outubro um momento de terror.
O Partido Socialista, nestes próximos três meses, vai descer ao inferno mais rapidamente do que subiu ao céu, porque Sócrates delapidou uma vitória esmagadora, conseguida é certo em circunstâncias muito especiais e com a colaboração do ex – Presidente da República, de alguns interesses económicos e de uma comunicação social ansiosa por derrotar Santana Lopes e o PSD.
Agora, que os media estão fartos de Sócrates, que o PSD ganhou um forte alento com a vitória para as europeias e que, à esquerda, os socialistas estão a esfarrapar o eleitorado, a derrota de Sócrates é o corolário natural das opções de voto dos eleitores da classe média, que foram massacrados por medidas anti-crise sem sentido e sem objectivo.
Manuel Pinho limitou-se a dar corpo a essa derrota anunciada e a pôr a nu o estado de insanidade política que devora o governo.