A tomada de posse do novo executivo ficou marcada por duas visões diferentes do futuro e por um discurso fraco, de um Presidente da República fragilizado, e por um discurso forte, de um Primeiro-Ministro que quis dizer, de forma linear, ao Presidente da República que o partido que ele lidera mereceu o apoio dos eleitores, não precisando do Presidente da República para nada.
Sejamos claros, neste momento, José Sócrates, por muito que a oposição finja e diga que não é assim, tem o controlo da situação e pode condicionar, sem grandes dramas, a evolução da legislatura.
A Assembleia da República será dissolvida quando ele quiser, se quiser e servir os propósitos do Partido Socialista e a legislatura durará o tempo necessário a potenciar uma maioria absoluta socialista.
No entretanto o PSD vai-se esgotando num processo autofágico confrangedor, que só não tem maiores proporções porque existe uma recusa visceral de muitos sectores moderados e do centro-direita à figura de Paulo Portas.