sábado, 12 de junho de 2010

A prova, a Constituição, a investigação e os julgamentos populares.

Os juízes que absolveram o ex-patrão da arbitragem e mais 15 arguidos por crimes de falsificação nas classificações dos árbitros arrasaram a prova pericial apresentada pelo Ministério Público. E classificaram como "desastrosa" parte da prova apresentada. Por estas e por outras, ou seja, por total incapacidade, na maior parte das vezes, em realizar uma investigação com elementos suficientes para conduzir a uma condenação, é que alguns agentes do Ministério Público, entre os quais Maria José Morgado, gostam tanto de condenações na praça pública, com o apoio de alguns jornalistas e de uma opinião pública que vive desta realidade virtual. A investigação, em Portugal, é feita ao sabor de "interesses" políticos, mediáticos, sem sustentabilidade. Na maior parte dos casos, não se parte da hipótese de alguém estar inocente, mas sim da forte convicção da sua culpabilidade, numa violação clara e inequívoca dos princípios constitucionais. O que não admira, porque muitos daqueles que assim actuam, não gostam da constituição e apenas a invocam em seu proveito. Porque a democracia é uma tumefacção burguesa que serve para proteger os poderosos, independentemente da verdade ou da mentira das acusações de que sejam alvo.