sábado, 11 de setembro de 2010

09112001

Faz hoje nove anos, estava num debate instrutório do Tribunal de Instrução Criminal de Coimbra. Tinha chegado, no dia anterior, de Maputo, onde participara na FACIM.
Quando acabei a diligência, entrei no carro, liguei o telemóvel e o telefone tocou, de imediato. Era a Ana Pereira (que mais tarde partiu para Nova Iorque e fez um excelente trabalho jornalístico sobre os acontecimentos posteriores) aterrorizada, a dizer que estavam a cair aviões em Nova Iorque.
Sintonizei, de imediato, a TSF e fui tomando noção do que se estava a passar, do ataque bárbaro lançado por radicais islâmicos e que atingiu os Estados Unidos, mas fundamentalmente matou milhares de cidadãos inocentes.
Senti-me, como certamente milhões de pessoas por todo o Mundo, indefeso perante circunstâncias derivadas de um radicalismo sem sentido.
Depois desse dia, o Mundo mudou, a conflitualidade implodiu e a crise económica e financeira entrou, sem barreiras, por todo o lado. Os radicalismos, apesar disso, continuaram vivos e cada vez mais agressivos.
Estes nove anos foram tempos de mudança e de transformação da sociedade, mas continuamos sem saber para onde vamos.
E, nesta indecisão, nesta ambiguidade, o Mundo não para, mas continua numa deriva sem sentido.