quinta-feira, 30 de setembro de 2010

A culpa colectiva, a morte do doente, o remédio que não cura.

Jorge Sampaio dizia, e bem, que havia vida para além do défice. A voz popular costuma dizer que os doentes podem morrer da doença ou da cura. O FMI e outras organizações internacionais, por mais respeitáveis, técnicamente, que o sejam, como diz Cavaco Silva, limitam-se a aplicar uma cartilha, idêntica em todo o lado, que não tem em consideração os efeitos colaterais do "tratamento".
Portugal, ontem, viu-se confrontado com um brutal aumento do IVA e com uma redução da despesa simpática, uma vez que o essencial - a anacrónica estrutura administrativa do Estado Novo - se mantém. Ou seja, enquanto não se reformar a estrutura do Estado, o despesismo manter-se-á elevado e a única solução é aumentar o IVA.
Só que isto tem um limite e o limite é a morte da economia, das empresas e do consumo, o que determinará o aumento das insolvências e da despesa social com o subsídio de desemprego.
Sei que é fácil falar e criticar, e que o mais difícil é fazer, porém, a verdade, é que a classe política portuguesa nunca revelou vontade em mudar nada. Todos os políticos, desde o 25 de Abril, são responsáveis pelo estado a que a nossa economia e as nossas finanças públicas chegaram. Por um único motivo: falta de coragem e de visão estratégica.