quarta-feira, 8 de setembro de 2010

A "janela de oportunidade" e os tontos.

A “janela de oportunidade” para o Presidente da República dissolver a Assembleia da República termina amanhã.
Meia dúzia de “tontos” andaram embevecidos com esta possibilidade, a chamada possibilidade impossível, e tiveram sonhos de poder, fizeram distribuição de cargos, de chefes de gabinete e de motoristas. Até já havia administradores para as empresas públicas e um amplo movimento de reconstrução do País que, qual gabinete de salvação nacional (lembram-se desta época de “terror”) iria levar Portugal para o primeiro lugar de desenvolvimento económico, acima da Alemanha.
Esqueceram-se de apresentar um plano de desenvolvimento, de dizer quais as áreas em que Portugal iria apostar, mas isso revelava-se, manifestamente, secundário.
O que importava era a “janela de oportunidade”. Tinham um projecto para o País: não. Mas para quê ter um projecto se “Deus faz entrar pela janela o que deixa sair pela porta”.
É evidente que Portugal não pode continuar como está e que o corte na despesa pública é uma exigência nacional. E o corte deve ser efectuado na despesa desnecessária e não na despesa social.
A redução da despesa com os gabinetes, a redução da despesa corrente, o fim dos contratos, sem concurso, com as sociedades de advogados para fazerem um trabalho que pode e deve, em nome da transparência, ser efectuado pelo Ministério Público, o fim dos Governos Civis, a redução do número de autarquias, de empresas municipais, a racionalização da gestão dos hospitais, enfim, só com estas pequenas coisas, o défice levaria um profundo golpe.
É evidente que, para além de cortar na despesa é preciso criar riqueza para obter receita fiscal, sem ser à custa do aumento intolerável dos impostos.
Mas para isso é preciso ter uma ideia para Portugal, o que, os defensores da “janela de oportunidade” comprovaram, até este momento, não possuir.