quarta-feira, 12 de maio de 2010

Da provocação à realidade.

No dia 3 de Maio escrevi que o governo socialista tinha acabado e que as eleições antecipadas estavam a chegar. Esta afirmação foi, manifestamente, provocatória, porque era mais do que evidente que o PSD não quer ir para o poder, o PS quer manter o poder, mesmo partilhando responsabilidades com o PSD na aplicação de medidas rigorosas, e o Presidente da República quer ser reeleito.
Inevitavelmente, face ao apertar do "torniquete", o PS recuou na megalomania e na ideia virtual do País e o PSD procura ganhar "estatuto" e criar credibilidade para ganhar as próximas eleições, num quadro bem mais favorável, do que se as eleições legislativas fossem antecipadas.
Daqui a um ano e meio, as medidas mais duras já devem ter começado a produzir efeito, se a crise não for mais grave do que se pensa e, após as presidenciais, os social-democratas podem encarar, com alguma perspectiva positiva, a possibilidade de assumir a governação.
Pelo meio, o PS iniciou o processo de mudança de liderança, para a eventualidade de a popularidade e a capacidade de liderança de José Sócrates descer abruptamente.
Os componentes para o cozinhado podem ser metidos no forno de forma diferente, mas o produto final não deve ser muito diferente.