sábado, 28 de agosto de 2010

A nova política de solos e a necessidade de uma discussão transparente e objectiva, sem cedências aos interesses.

Em 1974 escrevi um texto que enviei para o Expresso – e que não mereceu ser publicado – no qual abordava a problemática dos solos e da habitação.
Nesse texto sugeria algumas medidas que se encontram, segundo as notícias que li, vertidas na proposta de lei do governo para a nova política dos solos.
Não digo isto para que se pense que me estou a auto-elogiar, mas para dizer que Portugal perdeu cerca de trinta e seis anos até haver coragem, e vontade, para discutir uma política de solos, depois da prática de actos criminosos ao longo destas décadas.
O que se espera, agora, é que a discussão seja transparente, séria e objectiva, sem cedências aos interesses que têm descaracterizado o nosso País e que desordenaram o território ao ponto de, em alguns locais, só a implosão poder repor a normalidade.
Se a proposta de lei for meramente táctica, se não houver uma discussão objectiva e se os interesses prevalecerem, voltamos a hipotecar o futuro em nome de uns trocados.
Tal como no passado trocámos a construção de uma economia forte pelo sonho das especiarias, a continuarmos assim, trocamos o futuro por um País de cimento.