quarta-feira, 7 de abril de 2010

A Comissão de Inquérito ao caso TVI e uma democracia putrefacta

Ontem, na Comissão de Inquérito ao Caso TVI, ouviram-se afirmações, no mínimo, curiosas e que merecem a nossa atenção.
Pais do Amaral criticou o casal Moniz, o seu papel no derrube do Governo de Santana Lopes e a má qualidade do serviço informativo que era prestado na TVI, então sob a responsabilidade de José Eduardo Moniz.
Emídio Rangel relembrou o “jornalismo” criado por Paulo Portas e acusou alguns Magistrados Judiciais (ligados à Associação Sindical) e Procuradores do Ministério Público de trocarem informações, sobre processos mediáticos, com jornalistas, em “mesas de café”.
Estas duas posições, embora diferentes no estilo, são similares na essência, ou seja, qualquer delas pretende dizer que o ataque à democracia, e ao Estado de Direito, não vem do Governo, mas sim de outros sectores da sociedade.
Com o avançar das audições, vamos, certamente, assistir a novas acusações e a diferentes pontos de vista quanto à matéria que se pretende apurar.
Sem fazer juízos de valor, mas em jeito de balanço, o que se pode concluir, para já, é que a democracia está putrefacta e que alguns actores políticos, e não só, ultrapassaram o prazo de validade e que nem reciclados conseguem voltar a ter credibilidade