O governo de José Sócrates governamentalizou e
partidarizou o Banco Comercial Português, independentemente de os actos
praticados pela administração demitida serem, ou não, passíveis de uma análise
crítica em sede penal.
Esta atitude foi criticada – e bem - pelo PSD e por
muitos comentadores económicos e políticos, que colocavam em causa a bondade
dessa acção intervencionista do governo socialista.
Agora, o Expresso vem dizer que Passos Coelho negociou
com José Eduardo dos Santos a recapitalização do banco e o reforço da posição
da Sonangol na estrutura accionista, ou seja, o primeiro-ministro de Portugal,
numa viagem oficial, negociou com o Presidente de Angola, a entrada de dinheiro
angolano num banco privado, no qual o Estado não manda e, que se saiba, a cuja
administração Pedro Passos Coelho não pertence.
Estranhamente não li, nem ouvi, qualquer comentador ou
qualquer reacção dos partidos da oposição quanto a esta intervenção do governo
na gestão de um banco privado.