sexta-feira, 25 de novembro de 2011

O agravamento do IVA sobre as bebidas alcoólicas, Pires de Lima e o apelo de um apoiante do Governo.

Pires de Lima acusou o governo de ser bipolar na questão do IVA sobre as bebidas alcoólicas, facto este que poderia colocar no desemprego centenas de trabalhadores e em vez de aumentar a receita fiscal provocar uma redução dessa receita.
É evidente que Pires de Lima fala assim porque o agravamento do IVA sobre a cerveja levará à redução do consumo e a uma diminuição dos lucros da sua empresa.
Comoventemente, pediu ao governo que repensasse esta situação, que agrava as empresas de apoiantes da maioria.
Para além de não ser de bom-tom invocar este apoio como fundamento para uma mudança de política, Pires de Lima deveria pensar que aquilo que acontece no seu sector vai suceder em todos os sectores que vêem a taxa do IVA aumentada, o que determinará uma redução do consumo, desemprego e abrandamento da economia, além de uma redução da receita fiscal que não compensará o agravamento fiscal.
Estes são os fundamentos para a revisão do acordo com a “troika”, porquanto sem crescimento económico não haverá receita fiscal e o empobrecimento do País será uma realidade.
À margem destas considerações Pires de Lima defendeu que o valor a pagar ao BCE e FMI até não era elevado, uma vez que o dinheiro está caro, sem questionar que partes dos juros, que atingem quase metade do valor do empréstimo, derivam do elevado spread que é aplicado por essas entidades ao nosso País. Será que num plano de resgate a um País em dificuldade, em que o riso existe, mas não é a essência da coisa, se justifica um spread de 4%?