Pires de Lima acusou o
governo de ser bipolar na questão do IVA sobre as bebidas alcoólicas, facto
este que poderia colocar no desemprego centenas de trabalhadores e em vez de
aumentar a receita fiscal provocar uma redução dessa receita.
É evidente que Pires de
Lima fala assim porque o agravamento do IVA sobre a cerveja levará à redução do
consumo e a uma diminuição dos lucros da sua empresa.
Comoventemente, pediu ao governo
que repensasse esta situação, que agrava as empresas de apoiantes da maioria.
Para além de não ser de bom-tom invocar este apoio
como fundamento para uma mudança de política, Pires de Lima deveria pensar que
aquilo que acontece no seu sector vai suceder em todos os sectores que vêem a
taxa do IVA aumentada, o que determinará uma redução do consumo, desemprego e
abrandamento da economia, além de uma redução da receita fiscal que não
compensará o agravamento fiscal.
Estes são os fundamentos
para a revisão do acordo com a “troika”, porquanto sem crescimento económico
não haverá receita fiscal e o empobrecimento do País será uma realidade.
À margem destas considerações
Pires de Lima defendeu que o valor a pagar ao BCE e FMI até não era elevado,
uma vez que o dinheiro está caro, sem questionar que partes dos juros, que
atingem quase metade do valor do empréstimo, derivam do elevado spread que é
aplicado por essas entidades ao nosso País. Será que num plano de resgate a um
País em dificuldade, em que o riso existe, mas não é a essência da coisa, se
justifica um spread de 4%?