Um dos “iluminados” da nossa política caseira - Manuel Maria
Carrilho -, a par de um conjunto de pseudo-iluminados do comentário político
ficaram extasiados com a “coragem” do primeiro-ministro grego em devolver a
palavra ao povo, sendo esta posição um regresso à democracia que atemorizou os
outros líderes da Europa.
Vejamos, desde já, este ponto, os líderes
europeus são maus, fracos e manifestamente incompetentes, sem estatura de
Estado e sem ideias para a Europa ou para os seus países.
Mas, este facto, real, em que a par deste conjunto inapto
que dirige a Europa, está um conjunto de eurocratas ainda bem mais perigoso –
dos quais fazia parte o nosso actual Ministro das Finanças – não implica que
Papandreou seja um génio da política, ou qualquer outra coisa.
O que o homem quis fazer foi uma habilidade “manhosa”, para
salvar a pele, tal como os outros estão a tentar – mas parece que irão borda
fora – e chantagear a União Europeia, num processo similar ao que lhes fizeram.
E aqui começou o primeiro erro do primeiro-ministro grego,
ou seja, a União Europeia, porque Merkel e Sarkozy querem ganhar, também eles,
as eleições, fizeram as contas e chegaram à conclusão que seria mais barato
deixar a Grécia cair sozinha do que arrastar a Europa com ela.
Por sua vez, os bancos, certamente respaldados no apoio do
Banco Central Europeu e nos Bancos Centrais, vieram, de imediato, recuar na
redução da dívida, deixando a Grécia numa situação à beira do abismo, de que o
tal génio da política é o único responsável.
A coisa até se torna relativamente simples, o dinheiro que
iria para a Grécia vai para a banca, os gregos ficam com o dracma e quando
precisarem de apoio financeiro ou vão à China, ou pagam o que devem.
É evidente que, pelo meio, pode acontecer um golpe de estado
militar ou uma guerra civil. Mas a responsabilidade será, em exclusivo, do
genial Papandreou. Depois quero ver o que dizem os nossos iluminados.