Os funcionários da“troika” querem que os privados cortem nos vencimentos, por
forma a tornar a economia portuguesa mais competitiva, por via da redução dos
custos do trabalho (já agora poderiam começar por reduzir a verba que recebem pelo acompanhamento e ficarem em hóteis de duas estrelas quando vêm a Lisboa).
O Jornal de Negócios explica – como se os funcionários da “troika”
fosse muito burros – que a redução dos vencimentos implicaria, directamente,
uma redução da receita fiscal e um novo buraco colossal.
Além dos efeitos directos, temos de contar com os efeitos
indirectos, ou seja, com a redução dos vencimentos haveria, inevitavelmente,
uma redução do consumo interno, que poderia não ser compensado pelo aumento das
exportações, face à situação económica recessiva no Mundo, o que determinaria
uma redução da arrecadação fiscal em sede de IVA.
Tudo isto é muito simples e muito claro, que até um burro,
muito burro, entende, mas que parece que deve ser explicado com desenhos e
muita paciência aos funcionários da “troika”.
De tal forma é evidente que as entidades patronais defendem
que o aumento da competitividade passa pelo aumento do número de horas de
trabalho e não pela redução dos vencimentos, porque percebem que a redução dos
vencimentos implicaria uma redução substancial do poder de compra, que já é
muito baixo.
Infelizmente, estes funcionários de quinta categoria, como
lhes chamou Fernando Ulrich, ou não sabem o que estão a fazer, ou estão a abrir
o caminho para a agitação social, que pode desencadear um conflito mundial.
Confesso que estou a ficar farto de imbecis.