domingo, 14 de dezembro de 2008

A queda de um anjo ou o ruir de um castelo




Pacheco Pereira afirmou, com alguma lógica, que o PSD ameaça "ruir como um baralho de cartas". Esta constatação é fortemente assertiva.
Mas, e a este propósito, tenho de relembrar que ele recupera uma tese que eu defendi, no âmbito de um grupo de reflexão sobre o futuro do PSD, e da qual lhe dei conhecimento, quando, ainda antes da eleição de Manuela Ferreira Leite, questionei se o PSD, neste formato e neste contexto teria sentido.
O tempo, porque o tempo tem esta coisa terrível de ter sempre razão, aponta para um fim trágico do PSD, a não ser que os seus responsáveis pensem na política com o objectivo de ganhar eleições, mas sabendo o que fazer com essas vitórias.
O cimento que tem sustentado o PSD como partido de poder está a esboroar-se e caso isso aconteça não haverá retorno.
Se o PSD descer dos setenta deputados nas próximas eleições legislativas e não ganhar a Câmara de Lisboa, só um milagre poderá recuperar os sociais-democratas.
Até porque, por muito que os tradicionais comentadores do regime neguem a evidência, o futuro passa pela profunda reformulação dos partidos e do sistema partidário, ou os movimentos de cidadãos e os movimentos alternativos ocuparão o espaço dos partidos.
O PCP, apesar de todo o seu anquilosamento, já se apercebeu desta nova realidade.
Os outros continuam a fingir que o Mundo não mudou e que a Terra não se mexe.