quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Clint Eastwood

(in jornal Público)


Durante anos, Clint Eastwood foi execrado pela crítica cinematográfica, que o acusava de ser um símbolo da face negra do cinema - os tempos dos "western spaghetti" realizados por Sergio Leone, também ele arrasado pela crítica, e votado ao ostracismo por uma intelectualidade serôdia e inconsequente.
Agora, esses mesmos intelectuais rendem-se a Eastwood e a Leone, bajulando tudo o que eles fazem.
Só os burros não mudam, claro, mas neste particular da crítica cinematográfica e da crítica artística, em geral, o mais grave é que muitas das vezes eles nem sabem do falam, ou criticam em função de se estar na moda ou de se pertencer a um determinado grupo de pressão.
Eastwood teve, desde sempre, a força e a qualidade que só está ao alcance de um actor excepcional.
Sergio Leone já possuía, quando realizou "O Bom, o Mau e o Vilão" ou "Por um Punhado de Dólares", a força e o encanto que transportou para "Era uma vez na América".
Em "Imperdoável", Eastwood provou, também, ser um realizador de excepção.
Ainda bem que ele não ligou aos críticos que o arrasaram. Porque Clint Eastwood ficará na história do cinema e os críticos num qualquer roda-pé de um qualquer jornal.