segunda-feira, 29 de junho de 2009

"Os novos senhores da guerra"

O que se passou no BCP, no BPN e no BPP é consequência directa do laxismo e da ausência de princípios que norteou a vida política e económica portuguesa nos últimos anos.
A classe política e empresarial portuguesa viveram, desde o 25 de Abril, em permanente promiscuidade, acentuada pela repartição do poder nas empresas públicas ao longo dos anos.
O crescimento económico foi virtual e ancorado nos fundos comunitários e nos apoios estatais.
O País desbaratou as oportunidades com a formação, gastou dinheiro sem controlo em grandes obras públicas – algumas delas necessárias, mas que deveriam ter tido um custo bastante mais reduzido – o que permitiu o nascimento de grandes fortunas e o aparecimento de uma nova classe empresarial, que não tinha qualquer vocação ou capacidade de gestão, mas que vivia e sobrevivia dos negócios com o Estado.
É evidente que, a par desta classe empresarial nasceram os novos senhores da banca – alguns deles vindos do passado – que visaram o enriquecimento rápido, sem olhar a meios e utilizando todos os estratagemas permitidos por um ineficaz sistema de regulação.
O fim só poderia ser este e não nos podemos admirar do que aconteceu e do que estará para acontecer, caso haja coragem de levar as investigações até ao fim, custe a quem custar.
A liberdade e a democracia não podem ficar reféns destes “novos senhores da guerra”, que utilizam o dinheiro em acções bélicas e destrutivas do País.