sábado, 27 de junho de 2009

Uma estratégia falhada

O confronto entre Sócrates e Cavaco Silva tem vindo a marcar a agenda política há cerca de seis meses e agudizou-se nas duas últimas semanas.
Cavaco Silva já percebeu que dificilmente o partido socialista sairá vencedor deste ciclo eleitoral e viu abrir-se a janela para assumir um papel determinante na definição da opções para os próximos quatro/cinco anos.
A marcação da data para as eleições autárquicas e legislativas foi mais uma peça da estratégia de confronto entre o primeiro-ministro e o Presidente da República.
O Governo esticou a marcação das eleições autárquicas para o limite do legalmente possível e condicionou a data para as eleições legislativas.
Com esta “jogada” e com a posição do PSD, que pretendia que as eleições fossem no mesmo dia, não restou a Cavao Silva outra alternativa que não fosse marcar as legislativas para Setembro.
O partido socialista já interiorizou que vai perder, estrondosamente, as autárquicas e para evitar os danos colaterais dessa derrota queria que as legislativas se realizassem em data anterior.
José Sócrates conseguiu os seus objectivos mas, como as coisa estão e com os sucessivos erros que o governo vai cometendo, as eleições legislativas poderão marcar o fim do seu consulado e uma mudança de liderança no Partido Socialista.