quinta-feira, 19 de maio de 2011

Paulo Portas atirou a toalha ao chão.

Paulo Portas, que é um bom "publicitário", conhecido por não cometer erros de comunicação, cometeu um erro capital, nesta fase da campanha eleitoral, ao admitir, como certa, a vitória do Partido Socialista.
Em desespero por ter dito que não formaria governo com José Sócrates, ciente da incapacidade de Passos Coelho para inverter a tendência que se começa a desenhar, ambicioso por ocupar o aparelho de Estado para distribuir lugares pelos amigos - relembremos a nomeação de Celeste Cardona para a administração da Caixa Geral de Depósitos - Paulo Portas veio dizer que o governo até poderia ser formado pelo segundo e terceiro partidos mais votados.
Com esta declaração, o líder do CDS/PP atirou a toalha ao chão e erra nas contas e na análise, ou seja, para que isso fosse possível seria necessário que a soma dos deputados do PSD e do CDS se traduzisse numa maioria absoluta. Ora, num quadro de vitória do Partido Socialista e no contexto parlamentar português, dificilmente a soma dos deputados do PSD e do CDS faria maioria absoluta.
Ainda faltam três semanas para o acto eleitoral, o debate de sexta-feira pode ser determinante, mas de erro em erro, a direita e o centro-direita estão a perder a possibilidade de ganhar as eleições legislativas. O que demonstra que neste quadrante político não existem "personalidades" com sentido de Estado e que agregrem o eleitorado com propostas credíveis e alternativas às do Partido Socialista.