sábado, 29 de outubro de 2011

A Cimeira Ibero-Americana, a intervenção de Cavaco Silva e a clarificação das opções que levam ao empobrecimento de Portugal.

Cavaco Silva, na intervenção que fez na Cimeira Ibero-Americana, descobriu a perversidade dos mercados e a sua volatilidade, assim como os efeitos devastadores que tal facto causa nas economias dos países.
Ou seja, afirmou o contrário daquilo que, durante meses, andou a dizer em Portugal, isto é, que a culpa da nossa situação económica era, apenas e só, do governo de José Sócrates.
Já sem querer ir à origem do problema, que começa, precisamente, nos governos de Cavaco Silva, e admitindo, porque é uma realidade, os erros dos governos de José Sócrates, a verdade é que Portugal, tal como os restantes países da Europa, foram apanhados numa espiral de especulação financeira, em que se julgava que o “céu era o limite” e que levou ao descontrolo da despesa pública e privada.
Esta intervenção de Cavaco Silva vem comprovar a engano do que andou a dizer, e que nem sempre, como ele reafirma, é coerente, bem como o falhanço da afirmação “fetiche”, do: “eu já tinha avisado”.
Por outro lado, num quadro de crise internacional, com os problemas do desemprego a agravarem-se e a crise social a estoirar, a política de empobrecimento para a generalidade dos portugueses e de “engorda” para alguns, nomeadamente para os amigos do governo que irão adquirir as empresas públicas ao preço da chuva, é um erro colossal, que provocará a destruição do nosso País, em nome do sacrossanto ícone do ministro Gaspar, o economista Milton Friedman, cujas receitas foram já provadas pela Argentina e pelo Chile, com as consequências que se sabe e estão a ser um desastre na Grécia, apesar de este País ter especificidades próprias que merecem outro tipo de reflexão.
As coisas começam a ficar cada dia mais clarificadas e todos ficamos a saber ao que vêm os nossos governantes.
Resta saber se os portugueses se mantêm calados, amorfos e resignados, ou se reagem e repensam nas opções que tomaram e que colocaram no poder esta gente que vai destruir Portugal e levá-lo ao miserabilismo do inicio do século XX.