segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Não acredito neste governo

Sou daqueles que tem dúvidas e que se engana muitas vezes, como todos os humanos, embora haja uns que são mais humanos do que outros.
Este governo, ou melhor este projecto que ganhou as eleições contra José Sócrates, nunca me convenceu.
Compreendo a vontade dos portugueses em se verem livres de José Sócrates, quer pelos erros cometidos, quer pela pressão da comunicação social que apontou baterias ao ex-primeiro-ministro e que tudo fez para que ele fosse corrido, o que não foi do difícil face aos erros cometidos.
Compreendo, também, que as opções não eram muitas e que a alternativa de governo passaria, sempre, pelo PSD, sozinho, ou em coligação.
Mas esse facto não me impede de dizer que sempre tive as maiores reservas quanto à capacidade de Passos Coelho e os seus amigos em encontrarem uma solução para o nosso País que permitisse compatibilizar crescimento económico com o saneamento das finanças públicas.
Possivelmente esta será a “quadratura do círculo” mas a verdade é que se a Europa e Portugal não crescerem, a crise económica e social irá terminar em violência e, sem pretender ser “ave de mau agoiro”, numa guerra civil sem controlo, porque os partidos instalados irão perder a condução do processo de alternativa e deixam campo aberto para os movimentos de contestação, que serão dominados por instintos primários de sobrevivência.
Portugal vai empobrecer e, mesmo a nossa tradicional apatia e mansidão, pode transformar-se em violência, caso seja esse o caminho de outros países da Europa, nem que seja por via do mimetismo.
Este governo está a contribuir para isso, e nem a desculpa dos erros – reais – do passado, consegue evitar o desastre, se não arrepiar caminho.
Estamos perante um desafio tremendo, o maior desafio da nossa história, ou crescemos ou acabamos como País.