sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

A Mensagem

Cavaco Silva afirmou que 2009 vai ser o ano de todos os perigos e alertou para os vendedores de ilusões.
A mensagem de ano novo teve por objectivo demarcar o Presidente da República dos erros da governação quanto aos grandes investimentos públicos, retomando uma linha de força que já utilizara durante a campanha eleitoral para se opor à construção do novo aeroporto de Lisboa: a relação custo/benefício.
Esta foi a principal linha de força da mensagem, que nem o partido do governo, nem a oposição quiseram ouvir.
Num tempo de incerteza quais as reais vantagens para o nosso País da construção do TGV ou do novo aeroporto de Lisboa, em Alcochete?
Será um investimento produtivo a médio e longo prazo? Ou apenas visará, na lógica keyneseana, combater pontualmente o desemprego com o recurso a grandes obras públicas?
Neste tempo de mudança dos paradigmas financeiros e das políticas de investimento é importante determinar se o pensamento keyneseano ainda pode ser levado à letra ou se terá de ser adaptado a uma outra realidade derivada de uma concepção que tenha em consideração o benefício dos investimentos e o seu impacto a médio e longo prazo nas sociedades.
Os governos de todo o Mundo estão entrincheirados entre a recessão e a opção para fugir à implosão social derivada do desemprego.
Têm dois caminhos: falar verdade, aguentar a crise e apostar no futuro, ou inventar medidas paliativas e daqui a dois ou três anos verem estoirar-lhes nas mãos uma agitação social de consequências inimagináveis.