segunda-feira, 27 de abril de 2009

Cavaco Silva não defende o Bloco Central

Cavaco Silva foi crítico do Bloco Central, negociado entre Mário Soares e Mota Pinto, e venceu o Congresso da Figueira da Foz em nome da ruptura com o Bloco Central, de autonomia do PSD e da apresentação de um candidato presidencial contra a esquerda.
As suas sucessivas vitórias foram alcançadas, sempre, porque nunca cedeu à tentação de se aliar com o CDS ou com o PS e por afirmar a necessidade de estabilidade governativa, conseguida através de maiorias estáveis e homogéneas.
Estes princípios, e o Presidente da República é um homem de princípios, seriam mais do que suficientes para considerar fantasiosas as interpretações que viram no discurso do 25 de Abril, proferido na Assembleia da República, um apelo ao Bloco Central.
Por muitas dificuldades que o país atravesse, Cavaco Silva sabe, e tem consciência, que o “centrão” é um pântano que não levará Portugal a parte alguma.
Pode servir para estabilizar, pontualmente, um crise institucional, mas, caso se perpetue no poder, causará danos irreversíveis à democracia e ao sistema económico.
A não ser que tenha mudado muito, é mais do que certo que o Presidente da República não quer, nem defende, o Bloco Central. Seria contra a sua natureza e contra os seus princípios.