sexta-feira, 3 de abril de 2009

Vítor Direito

Comecei a escrever artigos de opinião no Correio da Manhã, dirigido por Vítor Direito, um extraordinário jornalista e um homem de enorme verticalidade.
Fora, durante anos, leitor assíduo dos seus textos, no jornal República, até ao momento em que uns “energúmenos”, ao serviço de forças pseudo-revolucionárias, destruíram o jornal que simbolizou a luta contra o anterior regime.
Acompanhei a criação da “Luta”, outra referência na defesa da democracia, num tempo de desvario revolucionário, em que lutar pela liberdade era um acto de coragem física e moral.
Com timidez , e com algum pudor, atrevi-me a enviar um artigo para o Correio da Manhã que, para meu espanto, foi publicado.
Depois, durante alguns anos, mantive uma colaboração quinzenal com o jornal,sem nunca ter falado com Vítor Direito.
Acabei por o conhecer na homenagem que o Primeiro de Janeiro lhe prestou, quando lhe atribuiu o prémio Manuel Pinto de Azevedo Júnior.
Ontem, ao ler a notícia da sua morte, senti que mais uma página da luta pela democracia e da defesa da nossa memória colectiva se tinha virado.
Num tempo em que a credibilidade das instituições, no nosso País, se encontra gravemente ferida, fazem falta jornalistas como Vítor Direito.