sábado, 18 de abril de 2009

O discurso presidencial do 25 de Abril

Ontem, o Presidente da República fez a sua intervenção mais importante, e mais marcante, desde a eleição presidencial, dizendo o que não irá dizer, por ser um institucionalista, nas comemorações oficiais do 25 de Abril.
O verdadeiro discurso do 25 de Abril foi ontem, no congresso da ACEGE, quando defendeu o aproveitamento do momento de crise como "um ponto de viragem", considerando que seria politicamente perigoso e éticamente reprovável repercutir os custos da situação económica sobre os mais desfavorecidos.
Mas foi mais longe ao criticar pulsões populistas e as medidas avulso com fins eleitoralistas, sem se esquecer de criticar a promiscuidade entre alguns empresários e o poder político ou a subsídio - dependência de muitos empresários, que vivem a pensar no apoio permanente do Estado.
Acutilantemente reafirmou a sua crítica à desigualdade de rendimentos e direitos e os "ganhos despropositados" auferidos por altos dirigentes de empresas, situação que classificou como "insustentável", considerando urgente modificá-la.
O Presidente da República não poderia ser mais claro no reafirmar das suas preocupações sociais, nem na forma como balizou o governo para os últimos seis meses de mandato.