domingo, 20 de março de 2011

A confissão de Pires de Lima da impotência da direita para vencer as eleições.

António Pires de Lima, presidente do conselho nacional do CDS pediu ao Presidente da República e ao presidente do PSD, Passos Coelho para não darem argumentos a Sócrates. No discurso no congresso, Pires de Lima pediu directamente "seria bom que o Presidente da República e Pedro Passos Coelho, depois do conselho relativamente ao PEC1, 2 e 3 e ao Orçamento do Estado que não criassem um argumento que permita ao engenheiro José Sócrates vitimizar-se na campanha e responsabilizar a oposição pela crise em que estamos mergulhados".
"Se José Sócrates for reeleito, que Presidente da República se verá em Belém? O CDS aprendeu a gostar de Cavaco Silva em Belém. Não quero um fantasma do sr Cavaco Silva a viver em Belém".
Palavras para quê? Vindas de um homem racional, frio e, habitualmente, assertivo, só vem confirmar que, afinal, os eleitores portugueses ainda não optaram, em definitivo, pelo PSD e pelo CDS, uma vez que, apesar da crise profunda em que vivemos, este dirigente do CDS admite a possibilidade de José Sócrates ganhar as eleições.
Impõe-se, consequentemente, uma pergunta, então para que servirão as eleições ou este clima de "guerra civil" que se vive?
Absolutamente para nada, quando se sabe que o CDS e o Bloco de Esquerda estão com medo de perder deputados e influência no Parlamento e não é certo que Passos Coelho consiga convencer os portugueses que o PSD é a solução.
A outra hipótese para a necessidade das eleições é a de criar condições para um governo de bloco central, sob a direcção de Cavaco Silva. Mas isso significaria o fim de Sócrates e de Passos Coelho.