quinta-feira, 10 de março de 2011

Os jovens, o ensino, as saídas profissionais e a culpa colectiva.

O Presidente da República e o líder da oposição coincidem: os jovens estão a sofrer as consequências de políticas económicas erradas e, nas palavras de Passos Coelho, "Portugal está, mais do que nunca, ameaçado por um conflito intergeracional" em que "pela primeira vez na nossa história moderna as gerações mais novas correm sério risco de viverem pior do que as gerações precedentes".
É verdade, e uma verdade inquestionável. Porém importa saber duas ou três coisas: quem acabou e destruiu o ensino profissional no nosso País? Quantos ministros da Educação, ao longo dos governos de cavaco silva passaram pelo ministério? O que fizeram para mudar o ensino? Quantos cursos e universidades privadas foram autorizadas? Quem as autorizou? Quem alterou, constantemente as regras do ensino? Possivelmente desde há vinte anos que todos os governos são co-responsáveis pela situação e por não terem criado saídas profissionais para os jovens, nem potenciado a criação de empresas e de desenvolvimento económico.
Acresce que as gerações mais velhas vivem, neste momento, situações tão graves como os jovens, uma vez que o desemprego atinge a faixa etários dos cinquenta anos, ou seja, de cidadãos que possuem menos condições para retomar o trabalho, porque estão menos preparados e porque o mercado de emprego, quando existe os exclui.
Colocar o acento tónico apenas nas condições do jovens é cavar esse fosso intergeracional, criando clivagens artificiais e estéreis.