sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

O tempo pode estar a esgotar-se

O Primeiro-Ministro, o Governo, o Partido Socialista e o Presidente da República têm, em conjunto, um problema para resolver até ao início de Fevereiro, antes do Congresso socialista.
E esse problema tem de ser resolvido ou, contrariamente à manifestação de vontade dos empresários portugueses, transmitida pelo Diário Económico, o País pode ficar mesmo ingovernável e totalmente descredibilizado.
Sem colocar em causa a integridade de José Sócrates, já não estamos nesse patamar de discussão e de análise.
A grande questão é saber se o Primeiro-Ministro se encontra, ou não, confortável na posição que decorre da investigação ao caso Freeport.
Caso esteja confortável, como tudo indica, deveria dar um sinal, inequívoco, com a instauração de um processo-crime contra o seu tio, como defenderam Pacheco Pereira e Lobo Xavier, intentar acções contra os media que persistem em chamar o seu nome para as primeiras páginas e, por último, em abrir as suas contas bancárias.
A par destas medidas, deveria deixar de falar no assunto, bem como evitar referências a uma campanha negra, porque acaba por empolar o impacto das notícias que vão saindo, cirurgicamente, vindas sabe-se lá de onde.
Tudo isto deveria servir, já agora, para fazer uma correcta avaliação do sistema judiciário português, porque neste caso é o Primeiro-Ministro que está em causa, mas o cidadão comum não pode, da mesma forma, ser sujeito a esta demora e a esta devassa processual.