Ontem, no programa a "Torto e a Direito", na TVI24, os comentadores de serviço, intelectuais respeitáveis, tentaram justificar o injustificável, ou seja, a queda da popularidade de Cavaco Silva, facto que não tem precedentes em Portugal, uma vez que os Presidentes da República conseguem, sempre, índices de aceitação muito elevados.
Esta realidade vem comprovar, igualmente, que, dificilmente, o actual Presidente da República, se se candidatar, terá qualquer hipótese de ser reeleito, contrariando outra das tradições do sistema democrático português.
Hoje, Vasco Pulido Valente, sem papas na língua, e apesar do seu ódio de estimação a José Sócrates, explica, aos mais distraídos, os motivos desta queda de popularidade.
De resto, eu próprio, já aqui escrevi que não acredito na reeleição de Cavaco Silva, com ou sem processos "Face Oculta" e que o Presidente da República se arrisca a ser ajudado a terminar o seu mandato com dignidade, tal como ele quis fazer a Mário Soares. Tudo por culpa própria ou dos seus assessores.
A política tem destas coisa, Cavaco Silva teve a fama de ser um dos melhores primeiros-ministros de Portugal, perdeu as eleições presidenciais para Jorge Sampaio, soube gerir o seu tempo, mesmo à custa de causar a derrota eleitoral de Santana Lopes e dar a maioria absoluta a José Sócrates e depois perdeu-se no caminho, ao apostar na solução Manuela Ferreira Leite para liderar o PSD. E continua a perder-se ao permitir que os seus apoiantes mais mediáticos insistam em transportar para as directas do PSD a influência de Belém.