sábado, 14 de novembro de 2009

Fingimentos

O historiador Rui Ramos, disse que o regime estava a apodrecer. Enganou-se redondamente. O regime está podre e já cheira mal. Os últimos anos têm sido dolorosos, só suportáveis porque os portugueses perderam a esperança e só pensam em como sobreviver no dia a dia. Já não se importam com o que se passa à sua volta. Vivemos numa sociedade anestesiada que entre os escândalos e as novelas prefere as novelas e que, entre a pouca vergonha em que se atolou uma boa parte da classe política portuguesa e o futebol prefere o futebol, fornecido em doses maciças pelos canais da especialidade. Talvez por isso não seja de admirar que os canais generalistas, e de cabo, tenham cerca de seis a sete programas de "conversa de café sobre futebol" e que muitas das vezes os telejornais abram com notícias das actividades futeboleiras, durante mais de vinte minutos. O que me espanta é que até Marcelo Rebelo de Sousa cedeu à tentação de comentar o "desporto rei".

O regime faliu, a democracia está em perigo, o mundo está perigoso e andamos todos a fingir que vivemos no paraíso.