quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Um 25 de Novembro, em democracia

O 25 de Novembro de 1975 marcou uma viragem no processo revolucionário em curso (PREC), repondo, na minha perspectiva, a linha democrática que estaria subjacente ao golpe militar do 25 de Abril de 1974.
Para a esquerda, em geral, e para o PCP em particular, a movimentação “esquerdista” de Novembro constituiu um desastre, por duas ordens de razão: os comunistas não controlaram os movimentos mais radicais e ficaram na expectativa para ver se deveriam, ou não, aproveitar esse impulso para conquistar o “Palácio de Inverno” e, face à derrota do levantamento militar, perderam o seu homem de mão no Governo – Vasco Gonçalves.
Para os democratas, a derrota do esquerdismo representou o virar da página e a possibilidade de se avançar para uma democracia parlamentar, assegurando os direitos, liberdades e garantias.
Passados 34 anos, o nosso País vive um clima de suspeição, a democracia tem sido desvirtuada e as instituições estão, manifestamente, em crise.
Talvez fosse uma excelente ideia fazer um 25 de Novembro em democracia, ou seja, dar uma enorme varredela naqueles que, a coberto da democracia, se utilizam do poder em seu benefício.