domingo, 15 de fevereiro de 2009

Não sei se acredito

Os Procuradores da República reunidos em Tomar, para analisar o Estatuto do Ministério Público, aprovaram uma moção que entre outras coisas plasmava o seguinte:«é a investigação jornalística, porventura com meios financeiros mais poderosos, agindo com "timings" próprios, diversos dos da justiça, e desenvolvendo o papel fundamental que lhe cabe em qualquer democracia, que vai à frente».
Que fique claro, não há fugas de informação vindas da Policia Judiciária ou do Ministério Público, mas as mesmas são fruto da "investigação jornalística".
Quanto a este ponto, não tenho dúvida numa coisa, a investigação jornalística, em Portugal, é quase inexistente, com raríssimas excepções.

Os delegados sindicais do SMMP afirmam ainda que «as fugas vêm muitas vezes donde menos se espera, donde não seria suposto, lançadas pelos visados, numa tentativa de controle e minimização dos danos próprios, por um lado, de desacreditação da investigação e da justiça, por outro, e, finalmente, de tentativa de desviar a atenção do essencial para o acessório».
Quanto a este ponto concordo em parte, nomeadamente quanto ao processo de auto flagelação dos visados que, fruto de concepções sado masoquistas, fazem publicar notícias que os descredibilizam socialmente.

Há escutas e elas só podem ser feitas por quem tem os meios para as efectuar: os serviços secretos ou as policias. As estruturas criminosas organizadas, como disse Maria José Morgado, também as fazem. No entanto, neste caso concreto se existem e são do conhecimento dos responsáveis pela investigação criminal, já deveriam ter sido desmanteladas.

Outra coisa é certa, durante anos a fio houve fugas de informação e escutas a cidadãos, inocentes até prova em contrário, e nunca o Ministério Público se preocupou.
Por último e quanto às críticas ao Procurador-Geral não podemos esquecer que o Ministério Público não é uma magistratura independente e irresponsável, mas sim uma estrutura hierarquizada.