terça-feira, 10 de março de 2009

Sem complexos

A visita de José Eduardo dos Santos a Portugal deve ser analisada num contexto realista e numa perspectiva de relacionamento estratégico entre o nosso país e os países de expressão portuguesa.
Trazer à colação a questão da democracia ou da restrição das liberdades é ver apenas uma parte do problema, uma vez que o desenvolvimento e o crescimento económico podem ser a chave para abrir portas que se julgam fechadas.
Por outro lado, devemos compreender a especificidade própria de África e os conceitos de democracia e de liberdade nos países africanos, os quais estão, ainda, em fase de desenvolvimento, na perspectiva que a Europa tem desses conceitos.
Portugal, sem grandes perspectivas de desenvolvimento na Europa, nomeadamente face ao alargamento a Leste - sem que muitos se preocupem com a democracia, a corrupção e as liberdades nos novos países da União - tem a possibilidade de reforçar os laços económicos com Angola, estabelecer parcerias em sectores vitais para o desenvolvimento e na criação de melhores condições sociais naquele país.
Angola é um parceiro neste espaço de lusofonia e a interacção entre os dois povos é fundamental para afirmar o português e a lusofonia num mundo em mudança, em que os centros de decisão económica se deslocalizam para os países emergentes.